O BONDE E O TEMPO Clerisvaldo B. Chagas, 5 de dezembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.324   O bonde surg...

 

O BONDE E O TEMPO

Clerisvaldo B. Chagas, 5 de dezembro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.324



 

O bonde surgiu no Brasil, no final da década de 1850, no Rio de Janeiro. Era nesse início de atividade, puxado a burro. Passou a ser usado também em São Paulo e foi passando para outras capitais e evoluindo. Conheci e andei de bonde na década de 1950, em Maceió, com o bonde sem burros e movido pela eletricidade, uma notável evolução. O bonde trafegava em trilhos sobre as ruas da capital com paralelepípedos. O condutor do bonde, era chamado Motorneiro e que, por sinal, o marido da minha tia Carminha era motorneiro. Ainda lembro de quando o bonde foi extinto na capital e, tempos depois os trilhos foram também retirados das ruas. O bonde era barato, seguro e romântico, demonstrava uma espécie de glamour. Eu deveria, nessa época contar entre oito e dez anos de idade.

Já havia ônibus na capital. Apenas o transporte de pneus evoluía e o ciclo do bonde estava em seu final. Eis que agora fomos surpreendidos pela tecnologia de ponta, quando surgiu em Curitiba a novidade do bonde sem trilhos, com alguns vagões como o trem, visando novos momentos para a mobilidade urbana. E veja que em muitas capitais ainda estão sendo implantados o VLT. (Que bom seria um VLT entre Santana do Ipanema e Maceió!) Poderemos até dizer que a era do ônibus intermunicipal acabou. As chamadas VANS tomaram conta de tudo e ainda estamos aguardando coisas mais modernas porque a Ciência não para de descobrir, de inventar, com uma rapidez tremenda e que até assusta para o nosso futuro. Concorda conosco? Um bonde digital!

Para não pensar demais, mesmo com o calor sufocante do Sertão, vamos tomar um cafezinho, amigo, amiga, para aguentar o tranco das tecnologias e os catabios do cotidiano. E como uma coisa puxa outra, para quem nunca ouviu falar, catabios eram os solavancos que levávamos em todo tipo de carro na estrada de terra, antigamente. Mas também Catabio era o apelido de um doido que havia em Santana do Ipanema, na minha juventude. Ah! Era o tempo em que heroico DNER - Departamento Nacional de Estrada e Rodagem – constantemente estava a consertar a rodagem Santana – Palmeira, Santana – Delmiro. Hoje, DNER se chama DNIT e catabios se chama trepidação.

BONDE DIGITAL DE CURITIBA (SECRETARIA DE TRANSPORTES – DIVULGAÇÃO).

 



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