quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

CORAGEM PARA DIZER

CORAGEM PARA DIZER
(Clerisvaldo B. Chagas, 9 de dezembro de 2010)
     Sei que trabalhamos para leitores diversos dos mais variados gostos. Muitos preferem temas locais ou regionais. Mas como escrevemos para o mundo, não podemos deixar à vontade relevantes assuntos que interessam a todos, direta ou indiretamente. Tudo que falamos aqui, antecipadamente, sobre organizações mundiais vão se confirmando muito mais cedo do que imaginávamos. É somente está atento ao xadrez mundial com seus jogadores em busca de xeque-mate. Vamos confirmar, então, o que falamos anteriormente nas palavras de ontem, quarta-feira, pelo representante do FMI, segundo jornal virtual A Folha.
     O diretor gerente do FMI (Fundo Monetário Nacional) Dominique Strauss-Kahn, advertiu nesta quarta-feira que “existe um grave risco de que o G20 (Grupo dos 20, bloco dos países ricos e emergentes) se transforme em uma instituição irrelevante”. Strauss-Kahn acha que houve leve melhora econômica, mas existem tendências de lideranças de se concentrar em seus problemas nacionais.
     Em conferência na sede da ONU em Genebra (prossegue a Folha) Dominique manifestou seu convencimento que o euro continuará existindo dentro de cinco anos. Mas tece críticas a sua administração. Diz ainda o diretor gerente do FMI, a crise segue na Europa, “mas também em outras partes do mundo”. “O problema real é a situação de alguns países europeus”. Sobre a legitimidade do G20, Strauss apontou que o grupo exclui 170 países representantes de um terço da população mundial, argumento usado para defender o FMI “que tem 187 membros”. “O modelo global de crescimento se mostrou desequilibrado e insustentável”, assinalou.
     Voltamos com a palavra. No segundo parágrafo, sobre um grave risco, Dominique quer dizer que, mesmo o mundo sendo representado por tão poucos países, pelo menos tem regras, superadas, mas tem. Se tudo for abaixo agora, o caos econômico tomará conta do planeta de uma forma muita arriscada. Sobre as lideranças, tem razão o representante. Todos falam no geral, mas a preocupação mesmo é com a própria casa, como se dissessem: o resto que se dane. No terceiro parágrafo, sobre o euro, fica o comentário para os entendidos. Sobre a exclusão de 170 países, é o mesmo caso do Conselho Permanente da ONU. Menos de dez países caducos dando ordens ao restante do planeta como se a Terra fosse exclusiva do Conselho. É uma forma de ditadura e escravidão que precisa ser derrubada. Tanto o Conselho Permanente da ONU, quanto o FMI, tem que ser movimentados pelos verdadeiros donos que são todos os países da Terra. Essa crise veio para acontecer uma mudança geral, cujo estouro do dique não pode ser barrado com um dedo no suspiro. Estamos apenas no início de uma Nova Ordem Mundial. Muitas mudanças estão para acontecer. Enquanto isso, Brasil passa a ser a maior potência agropecuária do mundo e a quinta economia, 2011, superando, quem diria, a imperialista Inglaterra e a França. Parabéns ao senhor Dominique Strauss-Kahn, porque precisa ser muito macho para falar o que os ricos falidos não querem ouvir: CORAGEM PARA DIZER.

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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

BULA INEFFABILIS DEUS

BULA INEFFABILIS DEUS
(Clerisvaldo B. Chagas, 8 de dezembro de 2010)
     Hoje é dia de Nossa Senhora da Conceição. Feriado em meio de semana para quem pretende descansar, viajar ou colocar em dia suas devoções religiosas. Muita gente que arma sua árvore de natal no início de dezembro, escolhe o dia oito para assegurar a crença na bondade divina. Como no Brasil foram reduzidos os dias santos e feriados, quando um deles surge na folhinha torna-se motivo de alegria para o empregado e de praga para o empregador. Estamos totalmente dentro do poço dos metais onde a força do lucro comanda os sentimentos mercantilistas. Os escravos negros não trabalhavam aos domingos para os patrões, mas cultivavam suas próprias lavouras, se quisessem melhor alimentação. Assim não sobrava tempo para o descanso apregoado pelo Cristianismo. Nos tempos atuais inúmeros empregadores não dispensam nem o sábado nem o feriado. Outros nem sequer o domingo. E nessa briga constante e perene, o trabalhador que consegue escapar por vinte e quatro horas das unhas do patrão, procura usar da melhor maneira possível esse intervalo precioso. Muitos santos foram forçados a deixar o calendário civil, mas dificilmente os corações dos seus devotos. Entre sábados, domingos, feriados e dias santificados, avulta-se o dia oito de dezembro como marco importante para os sentimentos católicos que rompem com a descrença.
     É nesse dia que a Igreja comemora o dogma da Imaculada Conceição, conforme o definido pelo Papa Pio IX, em 1854. Portugal foi um país que sempre manteve essa crença, mesmo antes da oficialização papal. Se formos observar pela história, iremos encontrar certa dificuldade da Igreja Ocidental em aceitar a Concepção. Entretanto, no século XIII, o teólogo e franciscano Duns Scotto, defendeu a tese mostrando que era conveniente que Deus preservasse Maria do pecado original. Maria era destinada a ser mãe do filho dele e que isso era possível pela Onipotência de Deus. Daí foi, então, que a doutrina da Imaculada Conceição de Maria, foi introduzida no calendário romano. Em 1830, a própria virgem apareceu à Santa Catarina de Labouré, pedindo que se cunhasse uma medalha com a oração: “Ó Maria Concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”. Quatro anos depois, a Igreja oficialmente reconheceu e declarou solenemente como dogma, em 1854, através da bula “Ineffabilis Deus”, do Papa Pio IX, “Maria isenta de pecado original”. Na sua aparição em Lourdes, a própria Virgem confirmou a definição dogmática dizendo para Santa Bernadete Soubirous: “Eu sou a Imaculada Conceição”.
     Entre os que aceitam a Imaculada Conceição e os que a rejeitam, estamos usando esse tempo útil para sentimentos nobres. Nada como um poço límpido nas longas travessias para alimentar o corpo e a alma. Maria é refúgio seguro para quem a procura. E para mim, como os portugueses mais antigos, nem precisaria essa abençoada BULA INEFFABILIS DEUS.







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