quinta-feira, 15 de setembro de 2011

BURRO DE D.PEDRO I

 BURRO DE D. PEDRO I
Clerisvaldo B. Chagas, 15 de setembro de 2011

 Interessante é analisar a História e os historiadores, na forma apresentada, no estilo individual, nas afirmações dos fatos. Petrificados os senões temos as coisas contadas como verdadeiras. Um colorido afortunado, nuanças atrativas, escafandros de lembranças. E vamos, então, nos acostumando com as opiniões alheias, ricas de pérgolas, de concreto armado que afugentam a nossa coragem de afirmação. Afinal, são tantos os sábios do mundo, “meu irimão”, que a verdade da gente deixa apenas os olhos de fora, tal hipopótamos nas águas turvas. E se as imposições navegam nas escritas, o rosto venerando também engana na lei da vantagem de cada dia. Estamos acostumados com aquele belíssimo quadro da Independência. D. Pedro I, espada no ar, no semicírculo de cavaleiros e seus fogosos corcéis, enquanto as águas plácidas do riacho Ipiranga parecem ouvir o brado: Independência ou morte! “Virge, Zezinho, como foi bonita a Independência, rapaz!” É, mas foi descoberto depois, que o imperador não cavalgava cavalo algum, naquela hora. Tinha ido do Rio de Janeiro a São Paulo, montado em lombo de burro, animal muito mais rústico e resistente as infindáveis jornadas. Foi assim que desceu e subiu no retorno as escarpas perigosas do litoral santista. E quando falamos em muar, animal de imenso proveito no Brasil Império, tiramos a elegância dos cavalos brancos em questão.
         Nesse Brasil grandão de nosso Senhor, cai mais um ministro do governo Dilma. E como dizia um velho matuto do sítio Sementeira, município de Santana do Ipanema, “eu quero espiar a cara dele; bem de pertinho para achar o tamanho da vergonha”. Ele iria achar, sim, um homem cuja idade avançada não foi suficiente para fazer a coisa certa. Esse movimento que está sendo iniciado no Brasil contra a corrupção, já começa a fazer efeito e pressão em quem tem o dever de zelar pelo bem público. É de se ficar estarrecido mesmo com a roubalheira que tomou conta desse país continente. Eles não se conformam mais em levar cinquenta ou sessenta mil reais. Divulga a imprensa maceioense, um desvio de 300 milhões! Desvio, meu amiguinho, entenda bem. Roubo é coisa de pobre. Rico não rouba, desvia. Lampião falava que não era ladrão, apenas tomava a pulso, porque precisava. Tem gente que ainda acha pouco e tira a vida do conterrâneo, do ser humano lutador que apenas cobra a coisa certa! Depois, homem e mulher, aparecem na televisão com cara de artistas da rede Globo, numa pose que só vendo. Venha, meu amiguinho matuto da Sementeira, “espiar a cara deles e delas, bem de pertinho!...”
         Estar vendo, comadre! Apresentam-se como os cavalos da pintura, mas não valem a serventia do BURRO DE D. PEDRO I.

 



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terça-feira, 13 de setembro de 2011

RODA GIGANTE

 RODA GIGANTE
Clerisvaldo B. Chagas, 14 de setembro de 2011

 Mesmo sem sermos profetas, adivinhos, magos, futuristas, víamos advertindo sobre a transformação que já havia começado no mundo dos negócios, das transações comerciais, da Economia do globo que, aqui e ali, aparecia com novidades não muito boas. Se todos pegarem uma lanterna para uma busca ao culpado da crise que tanto falam terminam dando com espelhos ou com ninguém. Se nas pequenas comunidades nada se consegue isoladamente, quanto mais no complexo em rede mundial! Muitas facilidades acontecem quando se estar nadando em riqueza. Uma Europa forte, robustecendo-se cada vez mais, criando uma unidade de riqueza e sendo concorrente dos Estados Unidos, faz dó. Todos cinco dedos passados em suas colônias nas Américas, Ásia e África que motivaram a primeira industrialização para um domínio econômico ao mundo, parece que virou pó. Uma noite infeliz de gata borralheira! Dizer que os BRICS ─ Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, estão estudando como ajudar a Europa em Bilhões de dólares, parece aquelas piadas que nos contavam nos colégios, sobre portugueses! Conversa de quem não tem o que fazer! Um vaqueiro de a caatinga deixar os matagais para ensinar jangadeiro a pescar... Somente rindo e fazendo gozação. Quem pensasse nisso há pouco tempo, seria tachado no mínimo de doido. Um doido mordido do porco ainda mais. Mas nós íamos avisando, avisando, dizendo que a roda grande passaria por dentro da pequena. Isto é, o impossível iria acontecer. Quem observa o céu constantemente tem uma boa ideia sobre chuva, nem precisa de Tarô, nem das palavras de Isaías.
          As nações, dizíamos, são como pessoas individualizadas. O comportamento é semelhante. Quem ganha muito, principalmente com dinheiro fácil, faz o mesmo com seus gastos, os mais supérfluos possíveis. Têm-se uma venda bem próspera, mas rodeada de gente pobre, seríamos mais prósperos ainda se ajudássemos a essa gente a sair da pobreza para que ela nos comprasse ainda mais. O dinheiro das chamadas grandes nações foi para o luxo fútil e as guerras prazerosas contra os pequenos. O resultado é que o cofre esvaziou ou a porta teve encrenca na trave do segredo. Dizer que os Estados Unidos estão com 46 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza, é como se tivesse sendo anunciado um apocalipse terreno. Mesmo assim a arrogância de muito conservadores teima em morrer de fome, mas com roupa de veludo. O principal comprador e vendedor do mundo, quebrando, realiza o que os nossos cambistas do jogo do bicho chamam de quebrar a banca. É assim, para graças ao mundo, que ainda surgem novos papais como China, Brasil, Índia, Rússia e África do Sul que aparecem de repente como aqueles das nossas cidades conhecidos como novos ricos. A Guerra dos Mascates, para quem a estudou, foi um bom exemplo disto. E se com gente conhecida e soberba está acontecendo, juntamente com as nações, que tal aproveitarmos o embalo da RODA GIGANTE!
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