domingo, 18 de setembro de 2011

TESTE DE FOGO

TESTE DE FOGO!
Clerisvaldo B. Chagas, 19 de setembro de 2011
           Cumprindo mais um ritual sobre as nações do mundo, o Brasil se faz representar pela primeira vez por mulher numa sessão da ONU. Está desde ontem em Nova York a presidenta Dilma Roussef, para algumas reuniões com chefes de estado e, principalmente para participar da reunião da quarta-feira, das Nações Unidas. Com a segurança de sempre, salvaguarda da Democracia, fica governando o País durante sua ausência, o vice-presidente Michael Tamer. Nesta segunda-feira Dilma tem um encontro mais leve com a chefa da agência ONU Mulher, Michelle Bachellet e ex-presidenta do Chile. Esse encontro, após a folga de agenda de ontem, deverá ser para Dilma um treinamento, um ensaio diante da importância do que vem aí na próxima quarta. Bom também para relaxar as ações e acionar as “turbinas”, o encontro com Barack Obama e outros chefes de Estado como o da França, Reino Unido, México e Nigéria. O teste tão aguardado fica para quarta-feira quando, seguindo a tradição, o Brasil será o primeiro a discursar para todos, desta vez impondo a marca da primeira mulher brasileira a conseguir o feito. Apesar de toda cordialidade entre as recepções, a atmosfera em Nova York, encontra-se tensa nos bastidores, por causa do caso da Palestina, quando aquela gente vai reivindicar o reconhecimento daquela região como país e mais com cadeira na ONU. Sendo contra as pretensões do povo palestino, no momento, Obama jogou as fichas trabalhando nos bastidores para que ou haja uma desistência dessas pretensões pelo representante palestino ou a proposta seja rejeitada. É aquele mesmo trabalho que os donos do poder realizam com suas lideranças antes das importantes votações nos parlamentos.
          A presidenta iria ficar hospedada no “Hotel Waldorfastoria”, mesmo local onde foi recepcionada. Dilma receberá o prêmio “Woodrow Wilson”, para Serviços Públicos, concedido pelo instituto “Woodrow Wilson International Center for Scholars”. Todos prêmios ganhos por representantes brasileiros são sempre importantes porque traduzem o reconhecimento de atuações na área premiada. Mas a prova de fogo mesmo a essas amenidades será a discussão e votação sobre o caso palestina. Vivendo um momento novo, o mundo viu e continua assistindo a transformação espetacular no Oriente Médio e norte africano, o que, não deixar de mexer fortemente com os demais países, diante de uma realidade recente e brusca. Haverá sim ─ sob o véu ornamentado dos titãs ─ pressões igualmente as colocadas em pneus de trator de muitas toneladas. Ninguém se engane sobre a arena radicada em Nova York que funcionará à semelhança de rinha de galo garnisé.
          O que irá acontecer depois de amanhã? Como se sairá o Brasil? Agora sim, a próxima edição das Nações Unidas será um vestibular de lavas colossais para o estilo Dilma e suas convicções nesse esperado TESTE DE FOGO!









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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

FREI CANECA E MAIS TRÊS

FREI CANECA E MAIS TRÊS
Clerisvaldo B. Chagas, 16 de setembro de 2016

          De imediato, a independência do Brasil não provocou mudanças significativas. O imperador continuava autoritário, a situação de pobreza não mudava, enquanto os presidentes das províncias não agradavam ao povo. Estes eram nomeados pessoalmente pelo imperador. Um grande sentimento de revolta foi tomando corpo entre a população, principalmente entre pessoas mais esclarecidas como jornalistas, padres, professores, advogados, que também arrastavam os mais humildes para um luta contra a escravidão, a desigualdade social, o próprio imperador e, no caso, o presidente de Pernambuco. Esse movimento eclodiu em terras pernambucanas, em 1823. O presidente de Pernambuco chegou a ser expulso, todavia, houve reação do governo central. Como a insatisfação era grande, o levante não se restringiu somente a Pernambuco. Participaram no Nordeste, ainda, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, formando o que os historiadores denominaram: Confederação do Equador. Os revoltosos foram atacados pelo mar por mercenários ingleses contratados pelo governo, que até dinheiro tomou emprestado para isso, aos bancos dessa própria nação europeia.
          Por terra foram pressionados pelos latifundiários que não queriam a libertação dos escravos. A situação de levante foi dominada. Várias lideranças foram presas, dezenove condenadas à morte. Entre os condenados, estava Joaquim do Amor Divino Rabelo, conhecido como Frei Caneca. Condenado à forca, o herói da Confederação, ficou impassível na hora da morte. Três carrascos recusaram enforcá-lo. Como não conseguiram convencer o primeiro carrasco, preto, pobre e presidiário, nem com promessa de soltura, foi o homem espancado a socos, pontapés e coices de fuzis. Ficou agonizante na prisão. O segundo, semelhante ao primeiro, foi espancado à vista de todos no patíbulo, pela recusa. Isso tudo chocava a multidão presente. Era o dia 13 de janeiro de 1835. O terceiro homem também presidiário preto e pobre recusou fazer qualquer mal ao Frei. Certamente todos eles pagaram com a vida. Depois dessas recusas, a vítima foi, então, executada a tiros de fuzil, pelos próprios granadeiros. Para não dizer que o Brasil não deu homens de fibra ao extremo, nem heróis, apresentamos aos nossos abnegados leitores nada menos de que FREI CANECA E MAIS TRÊS.


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