quinta-feira, 16 de junho de 2016

O CIGARRO E O CONGRESSO



O CIGARRO E O CONGRESSO
Clerisvaldo B. Chagas, 16 de junho de 2016.
Crônica Nº 1.533


Nem todos os fumantes amassavam a carteira para jogá-la fora. A forma do descarte dependia das manias do viciado. Muitas carteiras eram arremessadas ao chão, praticamente intactas. Mesmo assim, de uma maneira ou de outra, aproveitávamos aquilo que chamávamos de nota. Nota referente a dinheiro, claro. Só não gostávamos quando o papel de cigarro era encontrado rasgado, coisa que o desvalorizava. Nós, os meninos, saíamos apanhando as carteiras descartadas na rua. Tirávamos o papel celofane e o jogávamos no lixo. O papel interno, de alumínio, e o papel normal da propaganda eram desamassados com muito esmero. Após o debrum, acrescentávamos a nota ao nosso maço de outras notas que carregávamos nos bolsos.
Essa nova moda de brinquedo, não nos afastava da ximbra, da bola ou do pinhão. Cada nota de cigarro anexada ao montante tinha o seu valor. Tudo iria depender da beleza e da raridade para se determinar a sua valia. Caso fosse hoje, cada uma delas seria apontada como um real, cinco, dez, cinquenta ou cem. Então, nós saíamos fazendo o jogo da troca. Logicamente, quem possuía nota de maior valor em grande quantidade, era rico. Da mesma maneira que fazíamos com as figurinhas de jogadores que vieram depois, fazíamos com as cédulas de cigarros.
Estamo-nos lembrando das marcas mais comuns em nosso meio sertanejo: Continental e Astória. Depois, os mais raros: Urca, Iolanda e Fio de Ouro. O papel interno, de alumínio, era o menos valorizado e servia quase somente de troco.
Essa foi mais uma forma de brinquedo da nossa época. Lembrando esse passado a um amigo contemporâneo, indaguei, displicentemente: “E hoje, com tanto assalto por aí, será que esse joguinho faria sucesso com a meninada?”.
Ele me respondeu na hora: “Talvez sim, porém, muito distante do Congresso Nacional”.

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quarta-feira, 15 de junho de 2016

CONHEÇA SEU ESTADO



CONHEÇA SEU ESTADO
Clerisvaldo B. Chagas, 15de junho de 2016
Crônica Nº 1.533
Você sabia que Maragogi já foi capital de Pernambuco?

“REVOLUÇÃO PRAIEIRA EM ALAGOAS

Os grandes acontecimentos da Praieira em Alagoas foi a invasão do nosso território por tropas praieiras comandadas por Pedro Ivo, quase todas formadas por índios. Foi nas matas de Alagoas que se deu o encontro de Pedro Ivo com as tropas de Vicente de Paula, líder dos Cabanos. O ponto alto da Revolução Praieira em Alagoas foram os ataques das tropas legalistas à região do atual município de Maragogi, onde se feriram grandes combates em terras do engenho Utinga, Barra de Piabas, Ferricosa, Marrecas, Brejo de Embiras e Manjebura. Por esta ocasião houve um fato histórico de relevância: a instalação da Junta Governativa Praieira, formada pelo Dr. José Luís Beltrão Mavignier, Peixoto de Brito, Jerônimo Vilela de Castro Tavares e Nunes Machado. No dia 3 de janeiro de 1849 foi redigida a ‘Proclamação do engenho Utinga’, assinado pelo Dr. José Luís Beltrão Mavignier, no qual se declarava o povoado do Gamela da Barra Grande, hoje cidade de Maragogi, capital da Revolução Praieira. O doutor José Luís Beltrão Mavignier era alagoano, dono do engenho Utinga, de ilustra família tutelar do norte de Alagoas, formado em medicina pela universidade Montipilier, na Franca, e que pertenceu ao grupo dos fundadores de faculdade de Medicina do Recife.
Outro fato ilustre foi a posse de Francisco Paes Barreto no cargo de presidente da província de Pernambuco no povoado da barra Grande, no município de Maragogi, por o então presidente de Pernambuco, destituído por D. Pedro I, Manoel de Carvalho impedi-lo de tomar posse. Paes Barreto declarou-se empossado, e transferiu provisoriamente a capital de Pernambuco para o povoado de Barra Grande”.
·        Publicado no Jornal Gazeta de Alagoas, em 20 de março de 2.000.

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