domingo, 18 de setembro de 2016

VOLTANDO A NEGROS EM SANTANA

VOLTANDO A NEGROS EM SANTANA
Clerisvaldo B. Chagas, 20 de setembro de 2016
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.576

  
 Após o trabalho apresentado vê-se que a contribuição afro em Santana do Ipanema, não foi exuberante como na zona canavieira do estado. Mesmo assim foi relevante dentro do aspecto social, apesar do menor número de indivíduos que aqui conviveram.
   Enriqueceu sim, a área sertaneja em todos os seus aspectos como as lendas tão bem apresentadas pela tradição, primordialmente na literatura de cordel, do repente da viola, nas histórias das noites de lua, nas ações briguentas do sertão e... Mesmo nas comidas, no pacifismo e no canto lamentoso e apaixonante que fizeram colorir o sertão monótono e tristonho. No surgimento do mulato, o município produziu sua aquarela, surgindo romances de verdade e romances de sonhos no papel rabiscado dos escritores da época, contando as gostosuras de longos momentos de amor.
   Não é só a quantidade de escravos da zona açucareira que enfeitaram o decorrer da história alagoana. A memória rural africana temperou o nosso sertão nos vários aspectos social, surrealista e humano que cimentaram a base do nosso presente.
   O sangue derramado também foi vermelho e mesclou-se a tantos outros centros demarcadores que fizeram  deste torrão santanense um motivo a mais de orgulho na história do país. É impossível separar os motivos negros dos motivos brancos, dos motivos ameríndios, dos motivos caboclos nessa caminhada contínua segura e firme do povo de Santa Ana. O Ipanema merece.
   Recomendamos, portanto, a preservação desses lugares estudados para visitas de escolares, turistas, pesquisadores e curiosos em geral, enriquecendo a Cultura do Sertão.
* Extraído do livro "Negros em Santana", às páginas 47 e 48. 2012. Grafpel.

Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2016/09/voltando-negros-em-santana.html

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

VELHO CHICO

VELHO CHICO Clerisvaldo B. Chagas, 16 de setembro de 2016 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.575 Penetrando em Alagoas pelo município de Delmiro Gouveia, o rio São Francisco banha pela ordem, as cidades de Piranhas, Pão de Açúcar, Belo Monte, Traipu, São Brás, Porto Real de Colégio, Penedo e Piaçabuçu. Podemos encontrar três formas básicas de margens, também pela ordem montante/jusante. A primeira faixa é representada pelos enormes paredões abruptos denominados canyons, em Geografia. Esse tipo de formação surge desde a fronteira com a Bahia até, aproximadamente, o município de Piranhas, cujo relevo foi aproveitado para a Hidrelétrica de Xingó. A segunda faixa de margem é composta de morros e escarpas que, ora se aproximam do rio, ora se afastam, formando terraços mais largos ou mais estreitos. Nesses terraços, estão algumas cidades como Piranhas (terraço estreito) e Pão de Açúcar (terraço amplo). Essa formação vai até mais ou menos, o município de São Brás. A terceira faixa marginal dispensa canyons, escarpas e morros, formando muitas vezes planícies inundáveis. Vai desde o município de Igreja Nova, mais ou menos, até a foz do São Francisco em Piaçabuçu. Apesar de se dizer que o rio está quase seco por causa das hidrelétricas ao longo do seu leito, o Velho Chico nunca deixou de ser perigoso, principalmente para turistas de perto e de longe. Perigos de profundidade, de pedras, da correnteza e de correntes submersas. É uma armadilha belíssima esperando vítimas. O ator Domingos teve a vida ceifada na segunda faixa de tipos de margem, justamente as das imediações de filmagens da novela. As notícias de afogamentos no Velho Chico parecem ser da mesma proporção das praias. Aqui, acolá uma notícia, cuja maioria dos acontecimentos é de pessoas em excursões, notadamente, jovens. Infelizmente, as belas arapucas também funcionaram contra essa pessoa tão famosa e querida do público brasileiro.

Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2016/09/velho-chico.html