quinta-feira, 13 de setembro de 2018

A CRAIBEIRA





A CRAIBEIRA
Clerisvaldo B. Chagas, 14 de setembro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.983

FOTO: CLERISVALDO B. CHAGAS.
Com a aproximação da primavera, a Craibeira começa a florir devagar e depois com maior intensidade. Enfeita-se de flores amarelas que contrastam com o seu verde bonito. Nas extremidades dos galhos forma um arredondado de flores que parece uma coroa. Esta árvore (Tabebuia aurea) é o símbolo do estado de Alagoas, desde a gestão do governador Geraldo Bulhões. A Craibeira pode atingir mais de vinte metros de altura e viver tranquilamente mais de cem anos. No Sertão do nosso estado costuma surgir às margens e nos leitos secos de rios e riachos, lugares de areias salgadas. Inúmeras são vistas ainda pequenas entre pedras quebradas também nos leitos e nas margens.
Mesmo clandestinamente, ainda é utilizada para as partes mais importantes dos carros de boi. Sua madeira é compacta e tem um peso descomunal, não sendo aconselhado o seu plantio na zona urbana. Os seus galhos oferecem perigo tanto quanto o tronco numa queda inesperada. A Craibeira é considerada madeira de lei e se apresenta como rainha fora ou nas suas magníficas floradas. Apresenta-se solitária ou em bosques naturais embelezando riachos, rios, caatinga, sítios e fazendas. A proteção das suas sementes é um invólucro que parece muito com o protetor medicamentoso “Band-aid”. Sua casca protetora é muita grossa e tem aparência de cortiça e, o miolo tem manchas de anéis.
Em Santana do Ipanema, temos como destaques, uma na Rua do Colégio Estadual, outra no pátio externo da Escola Padre Francisco Correia e outra ainda, dentro da área da Escola Helena Braga. Esta foi plantada em 1985, pelo senhor João Boêmio. Aos seus 33 anos, queremos fazer uma solenidade para homenagear a Natureza, a Craibeira e ao seu plantador.
Nos tempos em que árvores de grande porte foram plantadas na zona urbana, não se avaliava os perigos. Protegidas por lei é preciso muito protocolo para substituições. Mesmo assim as Craibeiras vão dando seus espetáculos de beleza no tempo das floradas. Preparam-se com bastante antecedência para os festejos do Natal.
E nós?







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quarta-feira, 12 de setembro de 2018

O CIRCO E AS LÁGRIMAS



O CIRCO E AS LÁGRIMAS
Clerisvaldo B. Chagas, 13 de setembro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.982
 
DESARMANDO O CIRCO. (FOTO: CLERISVALDO B. CHAGAS).
O circo, diversão das ruas em todos os tempos, vai sofrendo reveses paulatinamente. Numa época em que não havia televisão, a chegada de um circo numa cidade, pequena ou grande, era motivo de reboliço. Alguns deles, além da parte do espetáculo propriamente dito, mostravam também o chamado drama. Este era o tipo de circo-teatro, perfeição de arrepiar. Inúmeros talentos eram tão reconhecidos quanto os do teatro fixos de hoje. Uns apresentavam tanto luxo que de fato imitava um mundo de sonhos, um mundo encantado onde todos os espectadores desejavam explorá-los. Com as novas formas de diversão que foram surgindo no mundo, o circo foi encolhendo e entrando em crise.
Diante dessa situação que vai extinguindo esse tipo de espetáculo, chegou a Santana do Ipanema um circo que se instalou no Bairro São José. As escolas da vizinhança foram convidadas, mas como um apelo de socorro. O preço de entrada estava lá em baixo e algumas escolas mandaram seus alunos para o divertimento. O espetáculo desses talentosos artistas nada deixou a desejar, como sempre. É o mágico, é o palhaço, a rumbeira o mágico, o equilibrista... Mas a situação visual do circo deixou uma tristeza grande nos que compareceram. Aí vamos pensando nos bens públicos e na cultura que convivem com o mesmo desprezo no país.
O circo, além de tantos artistas de primeira a amenizar com alegria o sofrimento geral, é refúgio contra a marginalidade de jovens e adultos através do seu abraço. O que custa uma ajuda empresarial, estadual... Para a compra de uma lona, de um picadeiro de alguns objetos que fazem a felicidade de multidões. Os corações duros, gelados, não se abrem para a caridade de ouro. Assim os jovens, que foram ao circo, procuram entender ou não o desprezo com a cultura ambulante e salvadora de muitas mazelas. Contemplamos com tristeza a fome que ronda todos os dias pequenos e médios circos do país, pois até os grandes estão desistindo.
Chora o povo, chora o palhaço.

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