terça-feira, 10 de dezembro de 2019

RÉVEILLON: ALAGOAS RECEBE O MUNDO



RÉVEILLON: ALAGOAS RECEBE O MUNDO
Clerisvaldo B. Chagas, 11 de dezembro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.227

PRAIA DE PAJUÇARA. (FOTO: B. CHAGAS/R. GEOGRAFIA DE ALAGOAS).
Mais uma vez Alagoas sai na frente diante do Brasil inteiro como destino mais procurado para o fim de ano. Isso quer dizer que o estado bateu Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador, ficando no topo das dez cidades mais procuradas para o Ano Novo. Dois milhões de turistas são aguardados e lotarão mais de 90% dos hotéis, dizem notícias sobre o assunto. Em Alagoas ganha força: Maceió, Maragogi e São Miguel dos Milagres para quem deseja ir para o Norte; e Barra de São Miguel, destino Sul. Todas têm praias belíssimas, entre tantas outras que encantam os nativos e os de fora. Outros destinos dentro do estado também recebem turistas como os cânions do São Francisco, Delmiro Gouveia, Piranhas, Traipu e Penedo.
Não só brasileiros de todas as Cinco Regiões estarão presentes em Alagoas, mas também argentinos, chilenos, e portugueses, falam notícias dos entendidos. Apesar de atrações por todos os lugares e manchas de óleo que afetaram praias do estado, Maceió e Maragogi deverão ser os destinos mais procurados. Inúmeros turistas não chegam somente para o Ano Novo, mas complementam até com semanas suas incursões por essas bandas. As praias são conhecidas como as mais belas do Brasil, mas não só de praias vive o turismo alagoano. Entretanto, a orla de Maceió estar preparada tanto em beleza quanto em atrações culturais. Quem anda pelo Comércio sente a movimentação incomum de invasões benfazejas.
Quanto às manchas de óleo que invadiram alguns pontos do nosso litoral, praticamente desapareceram e o banho de mar não encontra problemas nas praias de Maceió. Entretanto, a movimentação alagoana, funciona em duas mãos. Muitos são também os que deixam a capital e se dirigem aos interiores procurando suas raízes, longe do foguetório da orla. Destinos do Sertão, Agreste, Alto Sertão, Zona da Mata, Sertão do São Francisco e Foz, movimentam a rodoviária e o grande número de transportes alternativos.
Nem tudo são flores, mas...
Alagoas espera por você.






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segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

LAMPIÃO E SEUS DEMÔNIOS


LAMPIÃO E SEUS DEMÔNIOS
Clerisvaldo B. Chagas, 10 de dezembro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.226


No auge da sua carreira criminosa, Lampião, desapontado com o engodo militar em Juazeiro do Norte, voltou furioso a Pernambuco e penetrou em Alagoas. Saiu fazendo suas estripulias no Alto Sertão alagoano dirigindo-se à região de Santana do Ipanema, no comando da caterva de 102 cangaceiros. Os avisos chegavam através de vaqueiros que adiantavam as notícias e por famílias rurais em fuga. Certo dia apareceu na urbe o vaqueiro Catingueira montado numa égua em osso, paletó sem camisa, chapéu de couro repuxado para trás espalhando o medo: “Eu estava dentro do mato quando passou Virgulino e uma legião de demônios; ou vem para Santana ou para Olho d’Água das Flores”. A notícia brusca agitou a cidade.
Santana do Ipanema não estava preparada para rechaçar tamanha ameaça. O prefeito estava doente e uma esquiva policial não chegava a nada. Foi aí que um grupo de homens resolutos, resolveu tomar a iniciativa. Foi convocado o Tiro-de-Guerra com 25 atiradores; vários policiais e civis. O próprio padre Bulhões requisitou bastantes rifles da população e barricadas foram feitas na Rua da Poeira, entrada oeste da cidade. 1926. O inverno gelado na região não arrefecia os futuros combatentes. Anoiteceu, mas o frio não afastou os homens da trincheira durante a noite inteira. O dia amanheceu com o Sol dourando as montanhas e a fome bateu.   Alguém foi à padaria e abasteceu os convocados com pães e bolachas. Nada de Lampião.
Enquanto isso algumas famílias se retiraram rumo a Palmeira dos Índios, no Agreste. Entre elas, o menino Breno Accioly, futuro contista brasileiro (atualmente a Biblioteca Pública leva o seu nome). Ao restante da população, somente restava aguardar o combate. Entretanto, Lampião, guiado por Gato Bravo – cangaceiro santanense – preferiu assaltar a zona rural e rumar para o distrito de Olho d’Água das Flores, onde permaneceu o dia como senhor da situação. Apesar dos absurdos praticados, não morreu ninguém em Olho d’Água. Mas, no dia seguinte, o bandido assassinou um cidadão no povoado Caboclo.
Bem, passado o susto em Santana do Ipanema, o povo voltou a sorrir sem o resultado do jogo (tiroteio).
O batalhão de polícia para combater os meliantes, só chegou ao Sertão em 1936, dez anos após o caso.
Dois anos depois, 1938, aí sim, Lampião entrava em Santana do Ipanema com Maria Bonita e mais nove demônios, mas só as cabeças.


                                                                                        

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