quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

TEMPO DE TROVÕES




TEMPO DOS TROVÕES
Clerisvaldo B. Chagas, 23 de janeiro de 2020
Escritor Simbolo do Sertão Alagoano
Cronica: 2.251
 

MILHO ASSADO EM MARIBONDO. (FOTO: B. CHAGAS/ARQUIVO).
Ontem à noite, bastante relampejar para as bandas de Pernambuco. Dia seguinte em Maceió, céu rodeado de nuvens chumbos, doidinhas pelas chuvas. E para surpresa do observador, pequenos bandos de garças brancas pantaneiras cruzam os céus maceioenses. Circula o vento e até urubus aparecem sobre edifícios e mangueiras carregadas de frutos. Tudo faz lembrar as garças que vão chegando a minha terra. O ninhal da migração sucessória acontece sempre na encosta entre o rio Ipanema e o hospital no alto da Floresta. Núcleo belo e interessante que congrega muito mais de que mil indivíduos. O esvoaçar do amanhecer leva as garças a procurar alimentos nos poços do rio e nas fazendas da região. Muitas acompanham o movimento do ga do, procurando bichinhos. À tardinha, formam um grande tapete branco para o pernoite.
Assim como é tempo de mangas em Maceió, também é tempo da manga-espada, rosa, gobom, maria que perfumam as feiras do Sertão. Época do caju amarelo e vermelho do povoado Areias Brancas, Olho d’Água do Casado e de todo o território. Janeiro dos trovões caprichados e dos relâmpagos terrificantes. Lá nos terreiros de sítios e fazendas o aroma de castanha assada deixa a bandeja de lata no fogo e ganha às narinas de bichos e de gente.
E lá vou eu pegando a BR-316 de volta ao meu torrão. Satuba, Atalaia... E a famosa paradinha para o interminável milho assado e tapioca do Maribondo. Depois, suavidade de asfalto bom, Palmeira dos Índios, Estrela de Alagoas, Cacimbinhas e Dois Riachos. Quase em casa no povoado Areias Brancas e, finalmente, o cenário santanense com o serrote Gonçalinho emoldurando o horizonte. Graças! Bem diz o forrozeiro:
“Acordo as quatro/tomo meu café/dou um cheiro na mulher/e nas crianças também/vou caminhando/ com o céu ainda escuro/respirando esse ar puro/ que só minha terra tem...”.
É sim, amigos e amigas, quem não pode sonhar dormindo, sonha acordado e tomando cafezinho.



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terça-feira, 21 de janeiro de 2020

AINDA SOBRE A SANTA DA SERRA AGUDA


AINDA SOBRE A SANTA DA SERRA AGUDA
Clerisvaldo B. Chagas, 22 de janeiro de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.250

SERRA AGUDA, O LUGAR DA IMAGEM (FOTO: B. CHAGAS).
Ainda não tive o prazer de visitar o recente trecho asfáltico Bairro Barragem – Novo Condomínio, no alto da Floresta. Dizem que o empreendimento particular faz parte do Novo Condomínio para uma entrada e saída mais rápida pela BR-316. Essa sempre foi uma sugestão nossa, mas para o poder municipal: Uma via de encurtamento de caminho para a UFAL e Hospital dos transportes que vêm de Poço das Trincheiras, Maravilha, Ouro Branco, Canapi e várias outras cidades do Oeste. Um acesso ao hospital sem precisar rodear mais de três quilômetros pelo centro da cidade. Não temos, porém, a informação se o trecho é privativo do Condomínio ou aberto para todos. Alternativa supimpa para expansão e mobilidade urbana.
Para se chegar até o topo da serra Aguda – lugar onde ficaria a imagem de Senhora Santana – poderá ser usada a via acima, cuja continuação dará acesso à serra, por trás, com a subida mais acessível. Também se pode chegar ao local do cimo, pela rua do Hospital, vindo do Centro, pela Floresta. Mas como ainda não sabemos como se dará o acesso ao monte, enxergamos outro acesso, não passando pelo hospital, mas saindo do Centro em direção à serra, pela frente, contornando o monte pela parte lateral a parte de trás. Nesse caso seria beneficiada a parte baixa da Floresta, os sítios serra Aguda, Lagoa do João Gomes e, indiretamente, a grande região do sítio Olho d’Água do Amaro. Com a primeira alternativa, os benefícios diretos seriam para a parte alta da Floresta permitindo possível expansão seguindo o lombo da serra da Remetedeira. De uma maneira ou de outra toda a região do antigo Bairro Floresta poderá sofrer profundas transformações para melhor.
Como se vê nesta análise, a imagem de uma santa eleva a fé, as condições físicas e sociais de uma região. Não é somente uma imagem para ser venerada e acalentar turistas.
Quem viver, verá.






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