GUADALUPE Clerisvaldo B. Chagas, 21 de julho de 2020 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.349 SANTUÁRIO N. S. DE GUAD...

GUADALUPE


GUADALUPE
Clerisvaldo B. Chagas, 21 de julho de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.349

SANTUÁRIO N. S. DE GUADALUPE (FOTO: B. CHAGAS/LIVRO 230)
Para marcar a passagem do Século XIX para o século XX, o padre Capitulino, em Santana do Ipanema, fez erguer um monumento em forma de igrejinha e o dedicou à Nossa Senhora Assunção. Em torno da igrejinha foi chegando casas e mais casas, deixando bem povoada aquelas imediações. Foi assim que devido ao monumento, o povo deu nome de Monumento ao bairro formado naquela parte mais alta da vila santanense. Foi ali nos degraus da igrejinha/monumento que foram expostas as onze cabeças dos cangaceiros mortos na fazenda Grota dos Angicos, em Sergipe, inclusive a de Lampião e Maria Bonita em1938.
Assim como Capitulino, o padre Delorizano fez erguer, cem anos depois, novo monumento para marcar a passagem do Século XX para o Século XXI. Desta feita o local já era Bairro consolidado de nome São Vicente. Delorizano, com muito bom gosto fez erguer um santuário relativamente pequeno e mais ou menos da altura do primeiro marco. Dedicou-o a Nossa Senhora de Guadalupe. Fica o santuário na entrada do bairro, ladeando o casarão que abriga os velhinhos de São Vicente. De forma cilíndrica vertical torreada, possui bastante vidros ou cristais no segmento da cúpula.  Portas de vidros ou cristais transparentes são encimadas por desenhos triangulares no seu entorno. Externamente, a parte inferior é separada da abóboda por uma espécie de marquise oitavada que segue o padrão de baixo. Sobre a abóboda, uma figura parecida com um anjo, finaliza a obra. O terreno em volta é murado e tem degraus para se chegar ao santuário. Quando a luz natural penetra pelos cristais tem um efeito espetacular dentro da nave.
Durante é tardezinha, quem avista o santuário vindo das imediações da UNEAL, fica encantado com o efeito de luzes do arrebol nos cristais das portas e da abóbada, como se fosse um toque mágico e divino ao mesmo tempo. Se nesse instante as luzes do interior estiverem acesas, o efeito é o máximo de beleza colorida.
Os dois marcos de séculos, são edificações que orgulham os santanenses. Ambos deveriam ser abertos para os visitantes que buscam o turismo religioso em suas peregrinações.
Visitar o santuário de Guadalupe, faz um bem medonho à alma que está dentro da alma.
   
  

PADRE CÍCERO Clerisvaldo B. Chagas, 20 de julho de 2020 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.348 PEDRA DO PADRE CÍCERO ...

PADRE CÍCERO


PADRE CÍCERO
Clerisvaldo B. Chagas, 20 de julho de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.348
PEDRA DO PADRE CÍCERO (FOTO: B. CHAGAS).
O padre Cícero morreu eJuazeiro do Norte em 20 de julho de 1934, aos 90 anos, encontrando-se sepultado na Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na mesma cidade”. Muito se tem falado sobre o padre do Juazeiro. São inúmeros livros, artigos, discursos, teses e muito mais. Foi eleito o cearense do século e um dos 100 maiores brasileiros, popularmente é considerado o grande santo Nordestino. Após sua transferência acredita-se que espiritualmente esteja fazendo o dobro pelos seus devotos sertanejos. Em Alagoas, a sua maior romaria é na chamada Pedra do Padre Cícero, situada na BR-316 no município de Dois Riachos. Seu oratório foi construído sobre um bloco rochoso às margens da rodovia pelo agricultor José Antônio Lima (falecido) como motivo de promessa nunca revelada, em 1956.
Daí em diante sucederam-se as visitas dos seus devotos e o oratório e seu acesso foram sofrendo modificações para melhor, visando mais conforto aos visitantes. Com medo de cair de cima da rocha, um padre pediu uma capela lá em baixo para melhor acomodar os seus fiéis.  A capela foi construída e as missas ali são realizadas. Além de visitas o ano inteiro, o auge mesmo é no dia de hoje, 20 de julho, quando romeiros de vários estados e de todos os lugares de Alagoas, lotam as imediações. Multidão, ônibus, vans, carro pequenos, motos, cavalos e burros tomam os terrenos vizinhos coisa que só se vê no Juazeiro. O trânsito fica difícil na BR-316 imediações da Pedra. Inúmeras promessas são pagas e outras feitas, muitos fogos lançados ao ar e peças representativas do corpo humano são entregues pelos seus fiéis seguidores.
O padre Cícero Romão Batista, espiritualmente, toma conta e age tanto no Juazeiro do Norte quanto no bloco rochoso do município de Dois Riachos. Como nosso “santo” predileto, já balançamos as pernas de Santana do Ipanema às escadarias de concreto do seu oratório para agradecer de perto uma das tantas e tantas graças alcançadas através da sua intercessão. O dia da morte do “meu padrinho”, tornou-se uma festa religiosa de grandes proporções ali pertinho do afluente do rio Ipanema. Até Lampião dirigiu-se à Grota dos Angicos, em Sergipe, para descansar durante a semana da morte do santo nordestino.
Estamos prestando essa homenagem em época de pandemia e nem sabemos como os dirigentes da festa irão fazer para evitar aglomerações.  Suas bênçãos continuam, porém sobre nós.

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