quinta-feira, 23 de junho de 2022

 

O BARBEIRO DA TAIPA

Clerisvaldo B. Chagas, 24 de junho de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.722


A descoberta de nova variedade do “barbeiro”, chega numa ocasião de variadíssimas doenças no mundo. São doenças e mais doenças uma atrás da outra como se estivéssemos mesmo no fim dos tempos, o que não duvidamos de maneira alguma, pois tudo está diferente e mórbido no mundo após o arrastão do Covid 19 pelo planeta. Até mesmo o próprio barbeiro de duas pernas desapareceu para dá origem ao cabeleireiro. Ora, se nem os salões querem mais usar na fachada o nome de “Barbearia”, por que o inseto barbeiro iria continuar de uma maneira só? Mas isso faz pensar no tipo de habitação usada pela pobreza do Brasil inteiro que é a casa de taipa. A casa de taipa é feita com trançados de varas, sendo cobertos com bolos de barro jogados por cima.

Lembramos da gestão passada, municipal, em Santana do Ipanema, quando surgiu um programa da União para substituir todas as casas de taipa por casas de alvenaria. É que o barbeiro, inseto hematófago, costuma se esconder, em copas de palmeiras, ninhos de pássaros, cascas de pau, mas também nas frestas das casas de taipa, sem reboco. Nos seus ataques ao ser humano causa a chamada “doença de chagas” (homenagem ao seu descobridor) e que causa aumento de volume no coração. Mas, é somente viajar pelo país para constatar a proliferação de casas de taipa, no Sertão, no Agreste, no Litoral nordestino e em grande parte da região Amazônica, principalmente. Onde está o programa brasileiro, então, e a verba a ele destinada?

Quando fomos tomar vacina no Posto São José, em Santana do Ipanema, uma senhora estava se queixando que tinha o coração grande, logo interpelada pelo enfermeiro se era coisa do barbeiro. Foi confirmado pela mulher que estava já em tratamento.

Em dia de São João, notícias melhores poderiam alegrar mais a nossa gente, mas o próprio festejo ficou restrito a um lugar para dança o os chamados shows de famosos com dinheiro público, praga que domina o Brasil inteiro. Nem balão, nem fogueira, nem outras coisas que caracterizam essa festa junina.

Quer saber?

Esqueça tudo, tome umas quatro e venha dançar antes que proíbam também o fungado no cogote.

QUADRILHA (FOTO: DIVULGAÇÃO)


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quarta-feira, 22 de junho de 2022

 

CORAL 1 E CORAL 2

Clerisvaldo B. Chagas, 23 de junho de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.721

 


Falamos do Marco dos Corais, novo ponto turístico de Maceió, mas uma coisa puxa outra. Os recifes, também chamados arrecifes, são classificados em dois tipos. Os recifes de arenito e os de coral. Os recifes de arenito são formados por antigas praias consolidadas pela precipitação de carbonato de cálcio trazido pelas águas dos rios e das chuvas. Após a consolidação, o mar, muitas vezes, penetrando pelos pontos menos cimentados, desgasta as regiões arenosas existentes por trás dos recifes e faz a praia recuar dando origem a verdadeiras lagunas fechadas pelos famosos muros de arenito. Em Alagoas, esse fenômeno acontece mais no chamado Litoral Sul, devidamente tendo Maceió como divisória. O arrecife de arenito (areia agregada) oferece proteção aos banhistas contra a violência das marés, mas por outro lado, é um terrível inimigo do navegador desavisado. A estátua da sereia, em Maceió, está implantada sobre um bloco de arrecife de arenito.

Já os recifes de corais, proliferam pelo litoral norte de Alagoas. São eles formados de restos de carapaças calcárias de animais que vivem em regiões quentes. São cobertos pelas marés e cimentados pela areia calcárea. Vê-se assim a zona viva sobre a zona morta dos corais.

Os recifes podem formar verdadeiras barreiras em frente ao continente; podem entrar pelo mar formando promontório (elevação) e também formar ilhas chamadas de atóis (lembre-se do Atol das Rocas (R. Grande do Norte) dos nossos estudos ginasianos.

Os recifes de corais quase sempre são protegidos por lei. Muitos mergulhadores são peritos em apreciá-los. Quase sempre   existem faróis para prevenir navegantes em regiões de arrecifes.

E por falar em faróis, vem à tona o farol da capital, do antes Alto do Jacutinga que emitia faixas de luzes vermelhas e azuis. Alusão clara aos pastoris e aos clubes CSA e CRB com as torcidas azul e encarnado. Além disso impedia os naufrágios no mar de Maceió diante dos seus perigosos arrecifes. Lembrada também com o tema, a origem do nome da capital pernambucana. Mas os recifes de corais não são apenas privilégio do Brasil, estão espalhados pelo mundo, principalmente pela Oceânia.

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ESTÁTUA SOBRE ARRECIFE DE ARENITO QUE DEU NOME Á PRAIA DA SEREIA, MACEIÓ (FOTO: DIVULGAÇÃO).

 

 


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