domingo, 21 de maio de 2023

 

SECA VERDE

Clerisvaldo B. Chagas, 22 de maio de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.888

 



Já foi tema de antigos vestibulares: “seca verde”, “quadrilátero Ferrífero”, recôncavo baiano”, “êxodo rural” e muitos outros. E nesse momento em que a mídia fala em seca verde em regiões de Sergipe e Alagoas, novamente voltamos a falar na Natureza.  Sábado passado foi o dia todo nublado no Sertão de Alagoas, frieza e, aqui, acolá, sereno de chuva. O domingo amanheceu nublado, chuveirinho e frieza, deixando a interrogação costumeira na região: Será o começo do inverno? Os pássaros mesmo assim, amanheceram o dia cantando. Logo cedo, aqui no perímetro urbano, a rolinha cantou forte no Bairro São José, como sinal de caminhos abertos e dia feliz. Depois os pardais vieram para fiação da rua enfrentaram frieza e umidade.

Mas o que é mesmo “seca verde”? É o fenômeno em que a vegetação está completamente verde, mas as águas das chuvas não foram suficientes para o desenvolvimento completo da lavoura. Os produtos do campo não conseguem chegar à época da colheita. E se chegam, nada ou quase nada se aproveita. Daí a preocupação do agricultor também com a chuva. Vai dar para sustentar todo o ciclo das plantações? E se vai dar, será que ainda vai sobrar água nos barreiros, nos açudes, nas lagoas... Para a travessia pós inverno? Mesmo por essa época, já começa uma certa inquietação pelos caminhões-pipa para abastecimento urbano e rural. E o sertão nordestino vai vivendo na incerteza entre Deus e os homens. A diferença da seca verde para a seca total é apenas o verde ou o cinza crestado dos vegetais. Pouca água ou água nenhuma, não ameniza o desespero contra a fome.

Conhecimento sobre a “seca verde” é bom... Melhor ainda são as ações preventivas e efetivas em defesa da produção e o pecado da gula na fartura de mesa campesina.

Enquanto, isso, nessa manhã de domingo em que a crônica se veste para a segunda-feira, o sereno de chuva é constante neste dia nublado, frio e triste. A beleza, todavia, da presença divina em cada uma das facetas do tempo renova esperança, fé e crença no Senhor dos Mundos.

 

E se a seca é verde, azul, cinza ou cor de rosa... Muito mais colorida é a misericórdia que desce e que mescla todos os climas da Terra.

Já é noite e a chuvada lenta do dia inteiro, penetra pela noite.

DIA FRIO E MELANCÓLICO (FOTO: B. CHAGAS).

 

 


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quinta-feira, 18 de maio de 2023

 

MINISTREI PALESTRA

Clerisvaldo B. Chagas, 19 de maio de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.887

 




Diante de uma plateia educada e atenta, ministramos palestra sobre parte da história de Santana com alguns episódios, onde desaguamos novamente na Santana industrializada, nas grandes cheias do rio e nos feitos dos gigantes canoeiros que impulsionaram o desenvolvimento da cidade. Prestamos homenagem ao último canoeiro, sustentáculo do resgate dos “Canoeiros do Ipanema”, Zé de Toinho, cuja passagem faz poucos dias, em Maceió, com 97 anos. de idade. E como a Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira Silva, completou 59 anos de existência, falamos das suas origens, situações geográficas e sociais que levaram a ser implantada ali, a primeira escola pública do município com 20 Grau (Curso Médio). Hoje a escola já não ostenta o nome original do seu fundador Deraldo Campos, e sim, do 10 diretor que esteve no cargo por 20 anos.

Houve problema técnico com os slides e tive que seguir somente no gogó como nos velhos tempos. Que pena que os alunos, professores e funcionários não viram as fotos que se tornaram históricas e relíquias dos anais da Santana do Ipanema ainda dos tempos do fotógrafo tipo lambe-lambe. O evento, organizado pelo 20 Ano B, tinha um título pomposo: “Café com Sabedoria”, onde uma mesa farta aguardava o final de palestra. Muita gentileza do diretor e escritor Fábio Campos e do empenho e boa vontade do professor e escritor Marcello Fausto, preparador carinhoso dos slides históricos da nossa terra. A propósito, o escritor Fábio Campos foi o prefaciador dos “Canoeiros do Ipanema”.

Aproveitei para rever a Galeria de Diretores e que se iniciou na minha gestão, ouvir opiniões espontâneas sobre o Magistério, todas   de baixo-astral, infelizmente, rever ex-alunos e ex-colegas e cravar os olhos na paisagem não tão renovada assim. O retorno à casa coincidiu com taxista ex-alunos do Estadual que também opinou sobre colegas professores antigos e assim o dia ficou enriquecido de tantas informações orais e visuais que de uma forma ou de outra sempre se agregam ao conhecimento.  Uma incursão desse porte sempre mexe com o corpo inteiro, mesmo no esforço grande para uma neutralidade de emoções. Não tem jeito. A história das coisas cala fundo na alma e impregna a mente.

SEU TOINHO (FOTO: ARQUIVO DE FAMÍLIA). FOTO ANEXAS (ALUNOS DO ESTADUAL).

 

 

 

 

 


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