terça-feira, 22 de agosto de 2023

 

INHAPI/JUVENTUDE

Clerisvaldo B. Chagas, 23 de agosto de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.949



 

Ficamos felizes ao retornarmos da bienal e passarmos no posto de gasolina, em Maribondo, vizinho à Praça Padre Cícero, por volta das 19 horas. Àquela parada para um lanche na loja de conveniência, fez um bem danado, ao viajor. E foi naquele posto onde havia uma verdadeira festa estudantil na área dos banheiros. Uma ou duas vans, repletas de alunos da cidade de Inhapi, retornavam da bienal do livro, de Maceió, onde a alegria estava estampada no rosto de cada um. Que grande acerto do dirigente do município, enviar aquela juventude, sedenta de Saber, para o grande evento cultural do estado! Remover meninos e meninas de um interior longínquo para um mundo novo tão diferente da rotina interiorana! Procuramos conversar com eles e parabenizar a iniciativa.

É essa mesma juventude que vai mudar para melhor a mentalidade política arcaica que sempre predominou no sertão e na figura do “coroné”. Prefeitos de desmandos e arrogância que têm sede de poder e de verba públicas para seus bolsos fundos.  Embora essa nova geração política tenha melhorado muito nos sertões nordestinos, ainda é preciso mais depurações que por certo virão com uma juventude muito mais sadia e digna do humanismo, da fraternidade, da tolerância. Esses dirigentes que ainda insistem no coronelismo, são o restolho que pensam serem imortais e donos do mundo. Mas a depuração de ordem do Alto já começou e não vai para tão cedo. Não importa se os arrogantes já perceberam ou não, um futuro limpo que já está chegando e nos enche de esperanças.

Portanto, investir na cultura é investir em um mundo novo, onde humanos de “última geração”, estão e estarão aptos a tomarem conta da Terra por todos os quadrantes do Planeta. Muitos dos “coronéis” serão forçados pelas circunstâncias, a investirem nesses princípios a que eles mesmo não resistirão e serão tragado pela onda avassaladora altamente preparada e sábia, pre-formada pela imensidão do Universo. O poder e o dinheiro taparão a vista dos viciados que apenas compreenderão a força de mando, a vaidade pessoal e a falsa ilusão da verba pública. E nos desfiles dos caixões envernizados jamais caberão gavetas para levar o acumulado para os umbrais.

AMIGOS QUE NOS PRESTIAGIARAM NA BIENAL, SALA MANGABA, DEBATE LAMPIÃO EM ALAGOAS.

 

 


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segunda-feira, 21 de agosto de 2023

 

O TRINOME DO POVOADO

Clerisvaldo B. Chagas, 22 de agosto de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.948



 

Não somente aquela cidadezinha do interior demonstra tranquilidade. A calma do dia a dia pode aliviar em muito o seu estresse da cidade grande. A boa vizinhança, o bom-dia das pessoas, a marcha lenta do burro, do carro de boi, a busca de água no chafariz coletivo ou o grito do vendedor de macaxeira. O hábito alimentar mais simples e original também cativa, assim como os passeios matinais pelos arredores... Tudo, tudo se reflete também no povoado onde a vida caminha sem pressa e mais segura. São inúmeros esses povoados menores no Sertão alagoano. Mas hoje apontamos especificamente o antes arruado, com três nomes e uma longa história das antigas estradas de rodagem e seus briosos “cassacos” que pavimentaram o progresso do futuro de hoje.

É ali, às margens da BR-316 onde um povoado brilha com sua tradição e bravura, no município de Cacimbinhas, entre Dois Riachos e Estrela de Alagoas. Falamos do povoado Minador do Lúcio, Minador ou Minadorzinho. Qualquer chamado é carinhoso e bem bonito, pontamente atendido. Isso deve-se a um olho d’água ou minação que surgiu por ali e por essas três denominações passou a ser conhecido e montou firme na tradição sertaneja da região. É de topografia plana, simpático e marco histórico para quem trafega entre Santana do Ipanema e Palmeira dos Índios. Cresceu em sentido contrário da antiga rodagem em ambos os lados da BR-316, ganhou pracinha bonita e ponto de transporte para Leste e Oeste. Só não pesquisamos quem foi Lúcio que dá nome ao lugar, mas é muito fácil deduzir.

Minadorzinho foi acampamento dos funcionários do DNER – Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, apelidados “cassacos de rodagem” ou “cassacos do DNER” porque comiam muita galinha no entorno do acampamento, de forma clandestina como raposas. Naqueles tempos difíceis para os cassacos, em nossa opinião, são heróis do Brasil, titãs alagoanos que superaram os tempos amargosos de salários baixos, para que a nação pudesse chegar na posição que hoje ocupa. Minador tem muito o que dizer das epopeias da poeirenta estrada de rodagem trabalhada e que nos dias atuais representam um brinco valioso para os transeuntes.

Obrigado Minadorzinho, obrigado queridos cassacos.

MINADOR DO LÚCIO (PREFEITURA/ DIVULGAÇÃO)


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