quinta-feira, 19 de outubro de 2023

 

ÁGUAS CONTINENTAIS

Clerisvaldo B. Chagas, 20 de outubro de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.981

 



As águas que correm ou se acumulam na superfície das terras emersas, são chamadas de águas continentais. São representadas pelos rios e pelos lagos.

Parte dessas águas se infiltra no solo. Quando encontram rochas, ali se acumulam e o lugar é chamado de lençol freático que dão origem às nascentes, bicas, olhos d´água. Essas são formas que podem originar um rio, porém, o rio pode ser formado pela intensidade de chuvas, pelo derretimento de neve e também pelo transbordamento de lagos.

O trajeto percorrido pelo rio, das nascentes à foz ou desembocadura, constitui o seu curso. O canal por onde ele cava e escorre, damos o nome de leito, cujo ponto mais profundo chama-se talvegue.

Quando seguimos o curso de um rio na direção de suas nascentes, estamos caminhando para montante. Quando no dirigimos rio abaixo em direção à foz, caminhamos para jusante.

Consequentemente, os rios em suas escavações formam vales que são classificados, pelo menos em quatro tipos:

Vale em garganta – O rio escava o leito mais rapidamente de que as modificações das encostas abruptas.

Vale normal – equilíbrio entre as escavações do leito e as modificações das encostas. Formas de vale em “V”.

Vale em calha – A acumulação no leito é maior do que a erosão das encostas. Vale em forma de “U”.

Vale dissimétrico – Caracteriza-se pelas diferenças em suas encostas.

Qual seria, então, o tipo do vale do rio Ipanema?  O rio Ipanema tem muita variação de margens no seu curso. E com certeza o seu curso urbano em Santana do Ipanema demonstra claramente correr em vale dissimétrico. Porém, o rio Ipanema também escorre em vale de garganta, ao margear o povoado Telha, entre Batalha e Belo Monte.

Esperamos que de alguma forma a exposição acima tenha sido útil. Não é preciso gostar da Ciência Geográfica, basta admirar a Natureza de forma como se apresenta. E conhecimento nunca é demais em nossa evolução cultural e humana.

RIO GRANDE (ISTOCK)

 


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quarta-feira, 18 de outubro de 2023

 

IMBUZEIRO DE BETÂNIA

Clerisvaldo B. Chagas, 19 de outubro de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.980



 

Se já era prazeroso sabermos sobre o imbuzeiro comum, imagine saber sobre o maior imbuzeiro do Brasil! Assim como o maior cajueiro do país, o de Pirangi, no Rio Grande do Norte, ouvimos e vimos pela Internet sobre o imbuzeiro de Betânia, Pernambuco. O relato também nos encantou com a narração de uma senhora de voz muito educada e bastante didática. O imbuzeiro é grande e, como o cajueiro de Pirangi, ao invés de crescer para cima, cresceu para os lados, espalhando-se por sua área. É menor do que o famoso cajueiro, mas se houver interesse das autoridades locais, poderá ter fama igual. Segundo o relato da senhora que faz parte da família longeva testemunha do cajueiro no tempo, a existência da árvore é calculada pela família em 300 anos e continua produzindo bons frutos.

As contas vêm desde pessoa da família que viveu mais de 100 anos e já falava do cajueiro que um antepassado também da mesma idade falava. Desde os tempos mais remotos a árvore servia de abrigo para viajantes, tais os ciganos. Vale salientar que não se conhece em outra região do mundo, o imbuzeiro sertanejo nordestino. Os metidos à besta, chamam imbuzeiro de umbuzeiro (Spondias tuberosa). Ele oferece sombra aos animais e gente. Dar seus imbus rico em Vitamina “C”, que pode ser consumido in natura, em forma de doce, de geleia, de sorvete. O imbuzeiro é de fato a árvore sagrada do Sertão. Nunca vimos falar sobre alguém que tenha plantado pelo menos um pé dessa árvore nativa. Quando fazem coivaras (fogo proposital para limpeza do terreno), chamuscam ou matam os imbuzeiros. Um crime!

Suas raízes não são tão profundas. Formam tubérculos que acumulam água, acodem o homem na estiagem e são muito utilizados para se fazer “doce de batata de imbu”. Os tubérculos são chamados popularmente de “cafofas”. É fácil subir num imbuzeiro para coletar seus frutos, sua própria formação facilita a tarefa. O imbu, no lugar onde não existe cooperativa, é vendido nas feiras locais em recipientes de latas com capacidade de um litro. Principalmente, nos tempos de Semana Santa, faz-se muito no Sertão a deliciosa “imbuzada”, tão famosa quanto a canjica. Da nossa parte, agradecemos muito a senhora que narrou sobre o imbuzeiro de Betânia. Uma também deliciosa narrativa.

Ê, Sertão!...

IMBUZEIRO (EMBRAPA).

 


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