terça-feira, 31 de agosto de 2010

GARGALOS DA EXPANSÃO
(Clerisvaldo B. Chagas, 1º de setembro de 2010)
     Não surpreende saber que Arapiraca será metrópole como diz a revista “Veja”. Basta dizer que ela já é realmente uma metrópole estadual. O seu crescimento é extraordinário em todos os setores. Suas terras são férteis, planas, ligeiramente onduladas a se perder de vista. A cidade trabalha na infraestrutura e, seu crescimento físico acelerado, mais novas indústrias e importantes cursos na Educação asseguram o futuro promissor. O importante não é crescer, mas crescer com qualidade de vida.
     Em Santana do Ipanema vamos enfrentando o caos que toma conta do trânsito sem busca de vias alternativas. Fomos brindados ultimamente com as estruturas particulares da entrada de Santana pela AL-130. Posto de gasolina e distribuidora no início de quem vem de São José da Tapera, Pão de Açúcar, Senador Rui Palmeira, fizeram uma paisagem digna de uma cidade grande. Está faltando o básico, porém, desse local até o rio Ipanema passando pelas Cajaranas e Conjunto Eduardo Rita. Com asfalto, planejamento e a tão sonhada ponte, cuja ilusão se arrasta desde os anos 50, tudo poderia virar progresso. A região do conjunto que rodeia o serrote do Gonçalinho carece de toda atenção do poder público para se expandir. Uma ponte sobre o rio Ipanema naquela passagem molhada iria dá a mesma força que a ponte General Batista Tubino deu para a criação dos bairros Floresta e Domingos Acácio. Além disso, iria desafogar o trânsito caótico do comércio. A construção de duas ou três pontes menores sobre o riacho Salgadinho acabaria de integrar os dois bairros acima, ajudando no acesso ao hospital novo e ao polo da UFAL, além do incentivo a expansão de povoamento pelo sopé esquerdo do serrote do Cruzeiro. É urgente o alargamento com asfalto da Rua Abdias Teodósio para dá melhor acesso ao Hospital Clodolfo Rodrigues de Melo. Por outro lado, o caminho do hospital novo até o rio Ipanema para o Bairro São José, tem apenas 60 centímetros de largura. Se for alargado esse caminho e construída outra ponte no local, toda a região do Bairro São José iria economizar cerca de 6 km de rodeio, além de desafogar a Ponte Padre Bulhões e o comércio. Em suma, construções de pontes deveriam ser uma das metas de infraestrutura de Santana do Ipanema. Outros terrenos e fazendas que impedem a expansão de Santana devem ser enfrentados pela coragem do planejamento em nome da coletividade. Recentemente, no Bairro Barragem, um proprietário limpou uma boa área de terra para iniciar um conjunto habitacional, cujos terrenos já se encontram à venda. Isso, entretanto, é coisa rara por aqui. Investimentos particulares com estrutura para expansão é pé de cobra, ninguém vê. A cidade quer se expandir, mas está amontoada, sufocada por ideias retrógradas de quem pretende sustar uma avalancha com a mão.
     Enquanto isso a sociedade que se diz organizada, vai apenas cuidando do interesse uno. Um exemplo claro que alguma coisa precisa ser feita, é a Festa da Juventude e a de Senhora Santana que não cabem mais na região do comércio. Pense numa cela para dez presos onde estão oitenta! É preciso mentalidade nova e bons profissionais como urbanistas e outros peritos em crescimento e planejamento urbano para que a nossa cidade rompa com esses pontos que a impedem florescer. Para problemas grandes, grandes pensadores. Nem adianta reclamar todos os dias da UNEAL à Barragem, do Lajeiro Grande ao Cachimbo Eterno. Reclamar para quê? É enfrentar com firmeza os GARGALOS DA EXPANSÃO.


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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

ATACAMA

ATACAMA
(Clerisvaldo B. Chagas, 31 de agosto de 2010)
(Crônica: número 350)
     As atenções do mundo se voltam para o país chileno e a mina obstruída no deserto. Tragédias em minas de cobre, ouro, carvão e outros minerais, ocorrem em vários países do mundo. A China é a mestra em matar mineiros nas galerias que exploram o carvão. Com seus segredos sem fins, nunca se sabe quando os chineses divulgam verdades ou meias verdades sobre o assunto. Quem trabalha nos subterrâneos, vive em perigo permanente e, na maioria dos países, só Deus sabe em que condições. O caso atual do Chile é apenas um que até agora deu sorte, entre dezenas de outros semelhantes, mas com escapamento zero. A obstrução, entretanto, de um dos túneis da mina de cobre no Chile, dá ao mundo uma lição de fé e têmpera dos protagonistas.
     O deserto de Atacama está localizado ao norte do Chile, sendo banhado pelo Oceano Pacífico. É deserto porque as águas da chuva não conseguem chegar ao interior do continente por causa de fenômenos atmosféricos. São 200 km de extensão em que já foram contados até 400 anos sem indícios de chuvas. Com sua temperatura variando entre 0ºC e 40º C noite/dia, Atacama é o lugar mais árido do mundo com seus 2.400 metros de altitude. Mesmo assim, as minas do seu subsolo oferecem riquezas que contribuem para as exportações do país. Seu nome Atacama, tem origem com os nativos que habitavam a região e eram chamados de atacamenhos. Apesar da sua aridez, no deserto existem lugares com gente do mundo inteiro. São pessoas que procuram o Chile em busca de pesquisas e aventuras em cima do exótico. O lugar São Pedro do Atacama, com 3.000 habitantes é o principal deles. Em suas andanças, esses aventureiros também esquisitos, conhecem no deserto, lagoas, vulcões gêiseres, vales, canyons de águas claras e até múmias milenares. É por isso que São Pedro do Atacama possui uma animada vida noturna que passa da meia-noite. Alguns lugares surgem com arvoretas e arbustos e outros em completa aridez. Mesmo assim, ali vivem animais como ratos, lagartos e cobras e alguns outros domesticados que se adaptaram como lhamas, guanacos e flamingos. Calama é a maior cidade do grande deserto.
     Mas como ia dizendo, é a lição de fé, esperança, organização e resistência dos mineiros chilenos que está chamando a atenção para os valores que estão dentro do ser humano. Eles se mostram em situação adversa como a presente onde se calcula que esses homens de ferro passarão no mínimo dois meses em baixo da terra, antes do resgate. Isso faz lembrar o espírito Emanuel passando carão no médium Chico Xavier: “não berre, morra com dignidade”. Se quiser, alguém pode comparar também com Daniel à cova dos leões. O certo é que aqueles homens souberam manter a serenidade, a fé, a esperança e tiveram a capacidade de organização civil e espiritual que os fazem continuar vivendo. Essas lições dos mineiros chilenos não são encontradas com frequencia nos países do globo. O mundo inteiro está recebendo esses ensinamentos de valorização à dignidade humana e a inabalável certeza da existência de Deus. São os novos ícones mundiais os mineiros do ATACAMA.

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