quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

 

FOI ASSIM

Clerisvaldo B. Chagas, 7 de fevereiro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.184

 



Em Santana do Ipanema, a Rua José Amorim (Barulho), foi formada, principalmente, por feirantes; o bairro Camoxinga expandiu-se por causa da ponte Padre Bulhões e do Cemitério Santa Sofia; o Bairro Lajeiro Grande formou-se, graças a uma promessa com o padre Cícero; o Bairro Floresta foi ocupado pela emigração do homem rural, cujo valor dos terrenos para isso contribuiu; a Avenida Coronel Lucena, foi ocupada por comerciantes e fazendeiro; a rua Antônio Tavares, ocupada pelos artesãos; o Bairro São Pedro foi ocupado pelos ruralistas que chegavam do Leste, principalmente da região Maniçoba/Bebedouro; a Rua Tertuliano Nepomuceno, foi ocupada por baixos meretrícios e bares; O Bairro barragem foi ocupado pelos cassacos (trabalhadores braçais do DNOCS); o Bairro Clima Bom, formou-se do Bairro Barragem.

Quem fez a primeira casa do Aterro, foi Luiz Fumeiro, quem fez as primeiras casas da Avenida Nossa Senhora de Fátima, foi Luiz Fumeiro. Quem fundou o time Ipiranga, foi Luiz Fumeiro, quem fundou o bloco dos cangaceiros foi Luiz Fumeiro. Quem botava água nos tanques da Empresa de Água e Luz, para refrigerar o motor que abastecia a cidade, (três tanques enormes de cimento) era Daniel Manoel Filho, a quinhentos réis cada carga de jumento. Quem era uma espécie de zelador da Empresa era Antônio da Empresa (sogro de Juca Alfaiate). Quem cuidava do grande motor alemão era o cientista Agenor. Quem recebia as mensalidades da conta de luz, era o senhor Valdemar Lins, um dos sócios da empresa, desde 1921.

O motor alemão que abastecia a cidade, funcionava em um prédio preto e imundo cheio de óleo pelas paredes, na Rua Barão do Rio Branco, depois foi construído o prédio na Avenida Nossa Senhora de Fátima para este mister com três grandes repartições. Grande salão do motor, Sala de pagamento e almoxarifado, e ainda três tanques d´água, gigantes, no bequinho com um portão verde, que dava acesso aos aos degraus de três tanques. Ocioso após a pane no motor alemão, o prédio foi ocupado como Fórum. Somente depois passou a ser a atual Câmara de Vereadores Tácio Chagas Duarte. Já os Correios, funcionando em Santana desde o Século XIX, construiu sua sede própria no Bairro Monumento em terreno cedido pelo, então prefeito Firmino Falcão Filho.

INAUGURAÇÃO DA EMPRESA DE LUZ ENTRE 1953-1956. (FOTO: DOMÍNO PÚBLICO).

 

 

 

 

 


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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

 

PRIMEIRA MÃO

Clerisvaldo B. Chagas, 6 de fevereiro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.183



 

Falo principalmente aos santanenses da terra e aos que estão espalhados pelo Brasil, sobre um detalhe da nossa história tão carente de pesquisadores. Até chegar o ano de 1966, quando chegou água encanada em Santana do Ipanema, todo o serviço de abastecimento do líquido nas residências, era feito através de jumentos com ancoreta de madeira e seu tangedor, chamado Botador d’água.  A água era retirada das cacimbas escavadas no leito seco do rio Ipanema. Mais de cem botadores d’água, prestavam esse serviço em toda a cidade. A água do rio Ipanema era salobra ou  azinhavrada, como disse o escritor Oscar Silva. Quem queria uma água de melhor qualidade pedia que o botador d’água trouxesse água do sítio Marcela, na região do sítio Água Fria, cujas cacimbas no leito do rio, era uma maravilha. Era a preferência dos ricos que podiam pagar melhor.

Nunca vi até hoje ninguém ter escrito quanto custava uma carga d’água, apesar de tantas repetições do que já foi amplamente divulgado. Novamente, venho em PRIMEIRA MÃO dizer aos santanenses que uma carga d’água das cacimbas comuns do rio, custava quinhentos reis. Claro, se fosse duas cargas seria destões, isto é, dez tostões. Mas se fosse uma carga d’água da Marcela, se pagaria dois mil réis, isto é quatro vezes mais. Kkkkkk (Internet). Quer saber a fonte? Acabo de entrevistar o último botador d’água da cidade, com quase 90 anos e hoje, meu historiador oral: Daniel Manoel Filho.

Atualmente, embora não seja amplamente divulgado, existe uma empresa explorando água mineral do sítio Água Fria. Estamos comprando e usando essa água da Marcela, agora industrializada e vinda em garrafões, sem diferença nenhuma de preço de outras águas vindas de outras partes do estado. Agora, cada santanense que viveu a época de água das cacimbas, que tenha a lembrança do seu botador d’água particular. Os da minha casa mesmo não era o que é representado na estátua do jegue. Mas sim os dois irmãos gêmeos Elias e Enoque e o preto de avançada idade, chamado Quixaba e, seu filho.

Ê Sertão!

Orgulho Nordestino.


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