SÃO BENEDITO Clerisvaldo B. Chagas, 4 de março de 2014. Crônica Nº 1145 MACEIÓ: IGREJA DE SÃO BENEDITO. Foto: (Clerisvaldo). ...

SÃO BENEDITO



SÃO BENEDITO
Clerisvaldo B. Chagas, 4 de março de 2014.
Crônica Nº 1145

MACEIÓ: IGREJA DE SÃO BENEDITO. Foto: (Clerisvaldo).
Numa época em que ainda existe o preconceito, lembramos à Igreja de São Benedito, em Maceió. Situada à Rua Barão de Alagoas, o templo católico possui tradição na capital deste estado. Até a pouco era ainda a única igreja que recebia cadávares a serem velados em prédios católicos. Foi ali onde faleceu, após celebrar a missa, o Padre Capitulino que foi intendente em Santana do Ipanema e chegou a ser governador substituto por alguns meses. A primeira reforma (1900) da capela original que virou Matriz de Senhora Santana e, a construção da igrejinha/monumento que ainda hoje existe, para homenagear a passagem do século XIX para o século XX, foram realizadas pelo mesmo padre radicado em Santana, vindo de Piaçabuçu.
Sobre a vida do santo negro, motivos de muitas piadas dos brancos, podemos resumir o que se encontra na literatura cristã:
“Diz o Ofício Litúrgico de São Benedito do próprio da Ordem Franciscana: ‘Benedito que pela sua cor preta foi chamado o santo preto’. Benedito era de família descendente da África. Seus avós eram etíopes. Benedito, portanto, tinha a pele de cor negra. Uma piedade falsa dos séculos 19 e 20 (até os anos 50) queria atribuir uma cor de pele morena, quase branca, ao nosso santo, como se não ficasse bem a glorificação nos altares da raça negra. Assim como Benedito, também Santo Elesbão e Santa Efigênia são de cor negra e deram muitas glórias ào Senhor e à Igreja.
Foi pastor de ovelhas e lavrador. Aos 18 anos de idade já havia decidido consagrar-se ao serviço de Deus e aos 21 um monge dos irmãos eremitas de São Francisco de Assis chamou-o para viver entre eles e aceitou. Fez votos de pobreza, obediência e castidade e, coerentemente, caminhava descalço pelas ruas e dormia no chão sem cobertas. Era muito procurado pelo povo, que desejava ouvir seus conselhos e pedir-lhe orações.
Cumprindo seu voto de obediência, depois de 17 anos entre os eremitas, foi designado para ser cozinheiro no Convento dos Capuchinhos. Sua piedade,sabedoria e santidade levaram seus irmãos de comunidade a elegê-lo Superior do Mosteiro, apesar de analfabeto e leigo, pois não havia sido ordenado sacerdote. Seus irmãos o consideravam iluminado pelo Espírito Santo, pois fazia muitas profecias. Ao terminar o tempo determinado como Superior, reassumiu com muita humildade, mas com alegria suas atividades na cozinha do convento.
Sempre preocupado com os mais pobres do que ele, aqueles que não tinham nem o alimento diário, retirava alguns mantimentos do Convento, escondia-os dentro de suas roupas e os levava para os famintos que enchiam as ruelas das cidades. Conta à tradição que, em uma dessas saídas, o novo Superior do Convento o surpreendeu e perguntou: 'Que escondes aí, embaixo de teu manto, irmão Benedito?' E o santo humildemente respondeu: 'Rosas, meu senhor!' e, abrindo o manto, de fato apareceram rosas de grande beleza e não os alimentos de que suspeitava o Superior.
São Benedito morreu aos 65 anos, no dia 4 de abril de 1589, em Palermo, na Itália.
Todos os anos a seguir à Páscoa, há uma missa e festa em sua honra na localidade portuguesa de Coval, concelho de Santa Comba Dão
Humilde foi a origem do santo negro. Benedito era filho de Cristovam Manasseri e Diana Larcan, descendentes de escravos trazidos da Etiópia, África, para a Sicília, Itália. O pai fôra escravo de um rico senhor, Vicente Manasseri, e dele recebera o sobrenome. Diana, sua mãe, fora libertada por um cavalheiro da Casa de Lanza. E como os escravos tomavam o nome de seu senhor, veio a chamar-se Diana Larcan ou de Lanza”.
* Fonte, São Benedito: (Wilkipédia).

ZUP NA ESTRADA Clerisvaldo B. Chagas, 3 de março de 2014. Crônica Nº 1144 PÔR-DO-SOL MATA/AGRESTE DE ALAGOAS. Foto: (Clerisval...

ZUP NA ESTRADA



ZUP NA ESTRADA
Clerisvaldo B. Chagas, 3 de março de 2014.
Crônica Nº 1144

PÔR-DO-SOL MATA/AGRESTE DE ALAGOAS. Foto: (Clerisvaldo).
O automóvel roda tranquilamente pelo litoral maceioense. Nem parece sábado de Zé Pereira na pista dupla entre os manguezais. Vamos fotografando as belas paisagens alagoanas entre o mar e a lagoa. Barracas às margens com suas guloseimas típicas, Massagueira, Barra Nova, Barra de São Miguel... Vai passando o mundo do mangue e entramos pelos canaviais que nos levam a São Miguel dos Campos. Nada de Carnaval. Resolvido o motivo da ida à cidade miguelense, após farto almoço na Zona da Mata, vamos seguindo rumo a Santana do Ipanema, encontrando o trânsito comportado como o de início da viagem, em Maceió.
AVIÃO SOBRE POSTE. Foto: (Clerisvaldo).
A tarde ia caindo quando iniciamos uma sessão de fotos de crepúsculo, espetáculo entre a Mata e o Agreste sempre caprichado em amarelo vivo. No povoado Belo Horizonte, perto de Campo Alegre, nos deparamos com uma figura inusitada: um avião em cima de um poste. Lá vai máquina! Mas todos queriam mesmo era chegar ao Pé Leve, povoado que vende as comidas típicas populares, em barracas. Mas os barraqueiros haviam evoluído e transformaram as barracas em ótimas casas de alvenaria. Procuramos o tradicional ponto “Barraca da Galega” para comprarmos bolo de milho, broa, má casada, pé de moleque cozido na folha da bananeira e outras iguarias. Mas a galega não estava mais sozinha. Outros moradores tiveram a mesma ideia e o local tornou-se ótimo ponto de negócios devido ao intenso movimento por ali. Tocamos para Arapiraca. Queria anoitecer quando cruzamos o núcleo e continuamos rumo ao Sertão.
PÉ LEVE E SUAS GULOSEIMAS. Foto: (Clerisvaldo).
Nas imediações de Batalha, já noite firme, víamos relâmpagos assustadores ao norte. Calculamos que estivesse acontecendo trovoadas pesadas entre Palmeira dos Índios, Cacimbinhas e Pernambuco. Enquanto isso as guloseimas cheiravam que era uma beleza e não víamos a hora de chegarmos a Santana do Ipanema, para um cafezinho fresco com aquelas coisas trazidas do Pé Leve. Tudo consolidado. Nada de chuva em Santana e nem Carnaval pelas rodovias.
 Pois é, enquanto uns pulavam o frevo por aí, nós ZUP NA ESTRADA.

GUARDIÕES E GAZETA OUVEM O POVO Clerisvaldo B. Chagas, 19 de fevereiro de 2014 Crônica Nº 1143 Guardiões e repórter próximos a...

GUARDIÕES E GAZETA OUVEM O POVO



GUARDIÕES E GAZETA OUVEM O POVO
Clerisvaldo B. Chagas, 19 de fevereiro de 2014
Crônica Nº 1143

Guardiões e repórter próximos ao matadouro. Foto/Agripa.
Mais uma vez os guardiões voltaram ao rio Ipanema, a convite da TV Gazeta de Alagoas. A reportagem da afiliada da Globo, procurava os problemas que impedem melhor qualidade de vida para os habitantes ribeirinhos e os danos causados ao meio ambiente. O centro da cidade, local conhecido popularmente como Ponte do Urubu, foi alvo das poderosas lentes da TV.
A Associação Guardiões do Rio Ipanema - AGRIPA, representada pelo tributarista Sérgio Soares Campos e pelos escritores Clerisvaldo B. Chagas e Marcello Fausto, descreviam o histórico de cada ponto tocado pela reportagem, sem no entanto, apontar culpados pelo que está acontecendo com o rio Ipanema e seus afluentes.
Sérgio Campos debulha antigos problemas ambientais. Foto/Agripa.
O Hospital Dr. Clodolfo Rodrigues, situado na Cajarana, também foi alvo da reportagem da Gazeta. A região da Cajarana (por trás do hospital gigante) é a mais desprezada de Santana do Ipanema, onde a população vive sem água, sem calçamento, sem coleta de lixo e receptora de fezes e até de sangue que descem da fossa e lavanderia do hospital. Os moradores que vivem atolados na miséria reclamam constantemente, mas as soluções não conseguem descer a ladeira do Bairro Floresta.
A Secretaria do Meio Ambiente quer resolver o problema, porém, esbarra no serviço mal feito do saneamento de Santana e a CASAL não consegue coletar o material. Enquanto isso, o Hospital Dr. Clodolfo Rodrigues cura os pacientes na frente e adoece os moradores por trás. Seus dejetos descem atravessando o casario da Cajarana rumo ao riacho Salgadinho que despeja no rio Ipanema.
Escritor Clerisvaldo B. Chagas fala à Gazeta. Foto/Agripa.
Ainda foi alvo da reportagem Gazeta de Alagoas, o matadouro público, grande poluidor do rio e que não oferece as mínimas condições de higiene.
Os guardiões do rio Ipanema sabem que esses problemas vêm se arrastando por décadas, mas que a partir do mês de março, vão intensificar suas vozes e suas efetivas ações junto às autoridades até que todos os problemas básicos do rio e de seus afluentes sejam resolvidos. Os guardiões prometem não dar sossego a quem estiver errado sobre os assuntos acima e os omissos que têm o dever de fazer e nunca fizeram.
Vamos todos, autoridades e sociedade lutarem juntos e mostrar ao mundo nosso exemplo em busca de vida sadia.