AINDA
PELO SERTÃO ALAGOANO
Clerisvaldo B. Chagas,
10 de junho de 2015
Crônica Nº 1.442
Não só tínhamos ido
excursionar em Canapi, Inhapi, Mata Grande, Água Branca e Delmiro Gouveia.
Fomos também esbarrar no Sertão do São Francisco, precisamente em Piranhas,
antes da construção da hidrelétrica do Xingó, que é um bairro deste município.
A intenção de dois casais era degustarmos uma peixada naquela cidade.
Ficamos o dia inteiro
quase em lua de mel nas alvas areias da prainha. Naquela época, mesmo ainda sem
a hidrelétrica, o peixe já se tornara escasso. Fomos apreciando a “cidade
presépio”, título dado por mim ao avistá-la pela primeira vez. O povo tinha um
orgulho grande em falar do meu cantor preferido, Altemar Dutra, que sempre ia a
Piranhas para descansar e fazer serestas iluminadas pelas luzes dos postes
pequenos e os reflexos na próxima superfície do rio.
De Piranhas partiram as
três volantes que puseram fim a Lampião e Maria Bonita na madrugada de 28 de
julho de 1938. Mas nós, eu, minha esposa Irene; meu compadre, professor Marques
(já partiu) e sua esposa Terrana, não tínhamos ido a Piranhas para pesquisar
cangaço e volante. Fomos apreciar as belezas da cidade, encravada entre o rio e
as escarpas do raso de caatinga. Após a peixada, aguardamos o entardecer
conversando nas estreitas calçadas do comércio, até o retorno a Santana do
Ipanema.
Nas proximidades de São
José da Tapera, pegamos chuva. O carro deu um problema e fomos obrigados a
pernoitar naquela simpática cidade. Ficamos em um hotel modesto, limpo e bom.
Na cidade estava havendo festa, fomos caminhar pela praça comprida. Os jovens divertiam-se
numa noite muito agradável que compensou demais a nossa parada.
Mais uma vez
constatamos que uma excursão pelos sertões é tão boa quanto um passeio pelo
litoral repleto de praias paradisíacas.
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