O
SOFRIMENTO DE JESUS (I)
(série
de três crônicas)
Clerisvaldo B. Chagas, 5 de junho de 2015
“Foi apresentado pois
Jesus ao governador, e o governador lhe fez esta pergunta, dizendo: Tu és o rei
dos judeus? Respondeu-lhe Jesus: Tu o dizes. E sendo acusado pelos príncipes
dos sacerdotes e pelos anciãos, não respondeu cousa alguma. Então lhe disse
Pilatos: Tu não ouves de quantos crimes te fazem cargo? E não lhe respondeu a
palavra alguma, de modo que se admirou o governador em grande maneira. Ora o
governador tinha por costume, no dia da festa, soltar aquele preso que os do
povo quisessem. E naquela ocasião tinha ele um preso afamado, que se chamava
Barrabás. Estando pois eles todos juntos, disse-lhes Pilatos: Qual quereis vós
que eu vos solte? Barrabás ou Jesus que se chama o Cristo? Porque sabia que por
inveja é que lhe haviam entregado. Entretanto, estando ele assentado no seu
tribunal, mandou-lhe dizer sua mulher: Não te embaraces com a causa desse
justo, porque hoje em sonhos foi muito o que padeci por seu respeito.
Mas os príncipes dos
sacerdotes e os anciãos persuadiram aos do povo que pedissem Barrabás, e que
fizessem morrer Jesus. E fazendo o governador esta pergunta, lhes disse: Qual
dos dois quereis vós que eu vos solte? E responderam eles: Barrabás. Disse-lhe
Pilatos: Pois que ei de fazer de Jesus, que se chama o Cristo. Responderam
todos: Seja crucificado. O governador lhes disse: Pois que mal tem ele feito? E
eles levantaram mais o grito, dizendo: Seja crucificado. Então Pilatos, vendo
que nada aproveitava, mas que cada vez era maior o tumulto, mandando vir água,
lavou as mãos à vista do povo, dizendo: Eu sou inocente do sangue deste justo;
vós lá vos avinde. E respondendo todo o povo, disse: O seu sangue caia sobre
nós e sobre nossos filhos. Então lhes soltou Barrabás; e depois de fazer
açoitar a Jesus, entregou-lhe para ser crucificado. Então os soldados do
governador, tomando a Jesus para o levaram ao pretório, fizeram formar à roda
dele toda a coorte. E despindo-o, lhe vestiram um manto carmesim. E tecendo uma
coroa de espinhos, lhe puseram sobre a cabeça, e na sua mão direita uma cana. E
ajoelhado diante dele, o escarneciam, dizendo: Deus te salve, rei dos judeus.
E cuspindo nele,
tomaram uma cana, e lhe davam com ela na cabeça. E depois que escarneceram,
despiram-lhe o manto, e vestiram-lhe os seus hábitos, e assim o levaram para o
crucificarem. E ao sair da cidade acharam um homem de Cirene, por nome Simão; a
este constrangeram a que levasse a cruz dele, padecente. E vieram a um lugar
que se chama Gólgota, que é o lugar do Calvário. E lhe deram a beber vinho
misturado com fel. E tendo-o provado, não o quis beber. E depois que o
crucificaram, repartiram as suas vestiduras, lançando sortes; para que se
cumprisse o que tinha sido anunciado pelo profeta, que diz: Repartiram entre si
as minhas vestiduras, e sobre a minha túnica lançaram sorte. E assentados o
guardavam. Puseram-lhe também sobre a cabeça esta inscrição, que declarava a
causa da sua morte: ESTE É JESUS REI DOS JUDEUS”.
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