quarta-feira, 3 de junho de 2015

A SINA DA CONVIVÊNCIA



“DIEGO CONTINUO AGUARDANDO O SEU TRABALHO”

A SINA DA CONVIVÊNCIA
Clerisvaldo B. Chagas, 3 de junho de 2015
Crônica Nº 1.434

Foto: (gazetadopovo.com.br).
A meninada da escola do meu neto já me avisou. Vem me fazer uma visita para conversarmos sobre a seca. Muito bom que a escola mostre a esses pequenos habitantes o fenômeno climático de fundamental importância no lugar em que nasceram, vivem e convivem.
Enquanto isso também, compartilhamos a tristeza e preocupação pelas previsões meteorológicas que apontavam maio como o início das chuvas para esse inverno que insiste em nos driblar. Por escrever tanto sobre o nosso sertão e seus problemas, estou adotando, as mensagens que chegam afirmando que a nossa literatura representa o nosso semiárido. Sendo assim, acrescento ao título “Escritor Símbolo de Santana do Ipanema” ao também “Escritor Símbolo do Sertão Alagoano”. Humildade na frente, mas com afirmação dos nossos assíduos leitores.
Espontaneamente, faço como Jesus mandou: servir sempre como fez meu pai e meu avô paterno, cuja ilustração representa abaixo:
Meu avô, José Celestino das Chagas, conhecido como Zuza, era proprietário da Fazenda Trindade, no sítio Poço da Pedra, em Santana do Ipanema. Certa feita uma seca braba tomou conta da região. Na fronteira de Santana com o atual município de Carneiros, todas as fontes da redondeza haviam secado, tornando-se comum a passagem de retirantes pela sua fazenda. O único reservatório de água por ali, era o açude do meu avô. Todos vinham apanhar água naquela barragem artificial, até que um dia alguém advertiu a José Celestino da seguinte maneira: “Seu Zuza, o açude está quase seco. Se eu fosse o senhor não permitiria mais a ninguém retirar água, pois, poderá ficar sem nada”. E o meu avô, que era um homem sábio, filósofo matuto e temente a Deus, disse: “Deixe que todos venham a minha fonte”. A pessoa insistiu indagando: “E se a fonte secar?” Então, o meu avô Zuza, concluiu: “Quando a minha fonte secar, eu irei com os outros em busca de novas fontes”.
Vamos rezar junto aos agropecuaristas pelas fontes de nós todos.

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