Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.567
Barragem é palavra
comum para a maioria das pessoas, entretanto, para aqueles que nasceram e
cresceram perto de uma delas, o significado e a amor são profundos. Estar na barragem em Santana do Ipanema
durante as cheias do rio, é assistir mais uma vez a ópera das águas que atrai a
metade da população para o espetáculo. Cada cheia, uma corrida para apreciação
como se fosse a primeira vez. Barragem com rio seco, é assoreada. Jardim
formado pela Natureza nas areias grossas, na parte de cima. Na parte de baixo, pedregulho
ligado às sete passagens das águas as quais os santanenses a identificam com as
“sete bocas” da barragem. Mesmo com o rio seco, o lugar reflete nostalgia sem
fim para os que a conhecem de perto.
Muitos ali fazem
convescotes. Outros sentam solitário nas suas bocas a meditar e beber. Lugar
bom de pesquisar sobre a fauna e a flora, de acampar, de caminhar e de entender
o que se procura da vida. Quando a barragem foi construída no início da década
de 50, também formou uma casinha do outro lado do rio que originou o bairro do
mesmo nome e que progrediu bastante e hoje está irreconhecível. O bairro dos
cassacos (construtores de estradas) faz parte da BR-316, nela está enraizado e
conta a epopeia da construção da rodagem antiga e da barragem que seria a
grande fornecedora d’água para Santana. A barragem seca ou cheia sempre foi um
ponto atrativo da cidade. A sua ponte continua sem nenhum retoque desde a
construção. Coisa bem feita no tempo que os homens tinham vergonha.
Mas, para a exigência
moderna, a ponte ficou estreita e as passarelas laterais amedrontam os
pedestres, pois, além de estreitíssimas, têm baixa altura. Muitos transeuntes
preferem esperar o trânsito momentâneo de automóveis, caminhões e carretas,
para atravessarem correndo antes do próximo bicho de motor. Não é fácil porque
a ponte é comprida igual a uma semana de fome.
Contudo, a velha
barragem continua romântica e nostálgica como um idílio. Naturalmente algumas
pessoas não conseguem enxergar doçura num monte de concreto. Mas, bem dizem os
que entendem, “os poetas enxergam diferente”.
Fazer o quê?
(BOCAS DA BARRAGEM -
DIVULGAÇÃO)
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