GINÁSIO
E CANGAÇO
Clerisvaldo
B. Chagas, 25 de abril de 2022
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.689
Quando
o Ginásio Santana teve sua tentativa de hospital frustrada passou uma fase
ociosa. Em 1936, foi ali instalado um batalhão de polícia para combater o
banditismo cangaceiro em Alagoas e no Nordeste. O edifício passou a ser sede de
todas as forças-volantes sertanejas. Seu comando esteve entregue desde o início,
ao Coronel José Lucena de Albuquerque Maranhão. Com a morte de Lampião, o
edifício voltou a ficar ocioso e somente tempos depois, iniciou suas atividades
como escola. O Coronel Lucena chegou a se candidatar a prefeito, ganhou a
eleição e governou Santana. Depois se afastou para ser deputado e foi prefeito
de Maceió. Hoje a principal avenida da cidade homenageia seu nome, é a avenida da prefeitura.
Conversando
com uma autoridade, existe uma pretensão em se incrementar o turismo do cangaço
na cidade para uma conexão com Piranhas e Pão de Açúcar. O atual edifício da
Escola Cenecista Santanense seria o ponto principal dos que procuram esse tema
de aventura. Somando-se a isso, nossos cinco romances do ciclo do cangaço
poderiam fazer parte desses eventos. Temos que aproveitar todo o potencial da
nossa história que, completamente esquecida, passou a ser lembrada em nosso
livro “Lampião em Alagoas”, livro que conta tudo sobre essa fase cangaceira em
Santana do Ipanema. Queira Deus que estas ideias prosperem e comecem a ficar
conhecidas em terras de Senhora Santana. Afinal, foram três volantes de Santana
do Ipanema que acabaram com Lampião e o banditismo cangaceiro no Nordeste.
Santana
do Ipanema passou a ser o centro do mundo no dia em que as 11 cabeças dos
cangaceiros trucidados na Fazenda Angicos em Sergipe, foram apresentadas em
latas de querosene e depois dispostas em lençol branco nos degraus da igrejinha
de Nossa Senhora da Assunção, na Praça da Bandeira, defronte o Quartel do 70
Batalhão de Polícia de Alagoas. Mas Santana pode disputar esse nicho
histórico do cangaço numa parceria bem elaborada com a cidade de Piranhas e que
saiu na frente. Leia o livro “Lampião em Alagoas”, um clássico da literatura
cangaceira. Santana do Ipanema em foco. A terra que deu fim a Lampião.
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