domingo, 24 de abril de 2022

 

GINÁSIO E CANGAÇO

Clerisvaldo B. Chagas, 25 de abril de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.689



 

Quando o Ginásio Santana teve sua tentativa de hospital frustrada passou uma fase ociosa. Em 1936, foi ali instalado um batalhão de polícia para combater o banditismo cangaceiro em Alagoas e no Nordeste. O edifício passou a ser sede de todas as forças-volantes sertanejas. Seu comando esteve entregue desde o início, ao Coronel José Lucena de Albuquerque Maranhão. Com a morte de Lampião, o edifício voltou a ficar ocioso e somente tempos depois, iniciou suas atividades como escola. O Coronel Lucena chegou a se candidatar a prefeito, ganhou a eleição e governou Santana. Depois se afastou para ser deputado e foi prefeito de Maceió. Hoje a principal avenida da cidade homenageia seu nome, é   a avenida da prefeitura.

Conversando com uma autoridade, existe uma pretensão em se incrementar o turismo do cangaço na cidade para uma conexão com Piranhas e Pão de Açúcar. O atual edifício da Escola Cenecista Santanense seria o ponto principal dos que procuram esse tema de aventura. Somando-se a isso, nossos cinco romances do ciclo do cangaço poderiam fazer parte desses eventos. Temos que aproveitar todo o potencial da nossa história que, completamente esquecida, passou a ser lembrada em nosso livro “Lampião em Alagoas”, livro que conta tudo sobre essa fase cangaceira em Santana do Ipanema. Queira Deus que estas ideias prosperem e comecem a ficar conhecidas em terras de Senhora Santana. Afinal, foram três volantes de Santana do Ipanema que acabaram com Lampião e o banditismo cangaceiro no Nordeste.

Santana do Ipanema passou a ser o centro do mundo no dia em que as 11 cabeças dos cangaceiros trucidados na Fazenda Angicos em Sergipe, foram apresentadas em latas de querosene e depois dispostas em lençol branco nos degraus da igrejinha de Nossa Senhora da Assunção, na Praça da Bandeira, defronte o Quartel do 70 Batalhão de Polícia de Alagoas. Mas Santana pode disputar esse nicho histórico do cangaço numa parceria bem elaborada com a cidade de Piranhas e que saiu na frente. Leia o livro “Lampião em Alagoas”, um clássico da literatura cangaceira. Santana do Ipanema em foco. A terra que deu fim a Lampião.

 

 


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