segunda-feira, 10 de julho de 2023

 

OS ANTIGOS

Clerisvaldo B. Chagas, 11 de julho de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.924

 



Bons tempos quando os chefes de família que faziam parte do conhecido “baronato, aplicavam suas verbas em casarões verticais nos comércios de capitais de estados, mas também em cidades progressistas metropolitas e de interior. Esses antigos edifícios, tendo como exemplos os do comércio de Maceió, Recife, São Luís... São dotados de históricos de até cem anos e muito mais. No momento atual muitos vêm de gerações em gerações de herdeiros. E quando morre o titular, geralmente acaba o capital e muitos herdeiros herdam somente a dor de cabeça ou não conseguem imaginação, habilidades, para manutenção desses prédios enormemente deteriorados pelo tempo, fazendo com que esses edifícios sejam uma constante ameaça para transeunte e ocupantes.

Poucos são tombados por municípios, estados, federação. Muitos entram na briga de ambição hereditária e o imóvel fica à mercê do tempo: nem é restaurado, nem vendido, nem tombado e, muitas vezes, até mesmo tombado, continua na mesma situação até ruir sem remédio nenhum. O caso mais recente de desabamento de prédio no Recife, ceifou vidas e, com certeza, haverá investigação em procura de culpados. A inspeção constante de edifícios antigos, ocupados ou não, tem que partir das autoridades locais e, se for o caso, dialogar com os proprietários para encontrar soluções. O que parece haver visto de fora, é um contínuo lavar de mãos dos que ocupam cargos de responsabilidades.

É sabido que a arquitetura antiga encanta diversos turistas e estudiosos do seguimento tais os casarões de Penedo, em Alagoas, os prédios históricos de Minas Gerais, os conjuntos arquitetônicos do Maranhão, de Parati... E que rendem na cidade bastante dinheiro com os visitantes, mas onde estão os cuidados com esses casarões? Entendimentos entre autoridades e donos de imóveis, não devem ser esporádicos. Têm que fazer parte da administração cotidiana de quem governa a urbe. Como o tempo é inexorável, reconhecemos o valor histórico, o embelezamento de arquitetura, mas entendemos também que a prioridade agora, é salvar vidas e de preferência de modo preventivo.

Será que isso tem a ver com o ditado: Na casa que falta o pão, todos discutem e ninguém tem razão!?

EDIFÍCIO (FREEPIK).


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