OS ANTIGOS
Clerisvaldo B. Chagas, 11 de julho de 2023
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.924
Bons
tempos quando os chefes de família que faziam parte do conhecido “baronato,
aplicavam suas verbas em casarões verticais nos comércios de capitais de
estados, mas também em cidades progressistas metropolitas e de interior. Esses
antigos edifícios, tendo como exemplos os do comércio de Maceió, Recife, São
Luís... São dotados de históricos de até cem anos e muito mais. No momento
atual muitos vêm de gerações em gerações de herdeiros. E quando morre o
titular, geralmente acaba o capital e muitos herdeiros herdam somente a dor de
cabeça ou não conseguem imaginação, habilidades, para manutenção desses prédios
enormemente deteriorados pelo tempo, fazendo com que esses edifícios sejam uma
constante ameaça para transeunte e ocupantes.
Poucos
são tombados por municípios, estados, federação. Muitos entram na briga de
ambição hereditária e o imóvel fica à mercê do tempo: nem é restaurado, nem
vendido, nem tombado e, muitas vezes, até mesmo tombado, continua na mesma
situação até ruir sem remédio nenhum. O caso mais recente de desabamento de
prédio no Recife, ceifou vidas e, com certeza, haverá investigação em procura
de culpados. A inspeção constante de edifícios antigos, ocupados ou não, tem
que partir das autoridades locais e, se for o caso, dialogar com os
proprietários para encontrar soluções. O que parece haver visto de fora, é um
contínuo lavar de mãos dos que ocupam cargos de responsabilidades.
É
sabido que a arquitetura antiga encanta diversos turistas e estudiosos do
seguimento tais os casarões de Penedo, em Alagoas, os prédios históricos de
Minas Gerais, os conjuntos arquitetônicos do Maranhão, de Parati... E que
rendem na cidade bastante dinheiro com os visitantes, mas onde estão os
cuidados com esses casarões? Entendimentos entre autoridades e donos de
imóveis, não devem ser esporádicos. Têm que fazer parte da administração
cotidiana de quem governa a urbe. Como o tempo é inexorável, reconhecemos o
valor histórico, o embelezamento de arquitetura, mas entendemos também que a
prioridade agora, é salvar vidas e de preferência de modo preventivo.
Será
que isso tem a ver com o ditado: Na casa que falta o pão, todos discutem e
ninguém tem razão!?
EDIFÍCIO
(FREEPIK).
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