O
SALÃO DO POVO – HISTÓRIA PURA
Clerisvaldo B. Chagas, 5 de abril de 2024
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.031
Estava ali o casarão de esquina com a Igreja
Matriz de Senhora Santana (motivo da capa do livro O BOI, A BOTA E A BATINA;
HSTÓRIA COMPLETA DE SANTANA DO IPANEMA). Pertencera o casarão, ao coletor
federal, maestro da primeira banda de música da vila de Santana e fundador do
primeiro teatro, Manoel Queirós, simplesmente “Seu Queirós”. Mas na minha infância, estava sendo habitado
por uma das suas filhas, Antéa. Dona Antéa, florista, zeladora da igreja,
solteira, intelectual, branca e alta, cedeu parte do seu quintal ajardinado
repleto de jasmins, à Paróquia, para que o padre Luís Cirilo Silva, construísse
o Salão Paroquial. Também deixou que
mais tarde, o seu casarão se transformasse em Museu pela prefeitura do
município, onde ela própria tomava conta, com muito amor, educação e
competência.
Foi um grande feito para a época de
dificuldades, a construção do citado edifício. O Salão Paroquial, imponente,
bem feito, fazia jus às grandes construções da vizinhança da Igreja Matriz.
Além de aliviar os serviços eclesiásticos cotidianos, o Salão muito serviu à
sociedade santanense. Era cedido para eventos de reuniões diversas, recepção à
autoridades, cantoria de viola... Sem nenhuma cobrança monetária. apenas para
servir. Como a frente ficou alta com acesso de degraus, o padre construiu na
parte inferior da varanda da frente, uma gruta dedicada a Nossa Senhora.
Possuía um gradeado e um recipiente para se colocar donativos, passando o braço
por entre as grades.
A frente do edifício com sua varanda oferecia
uma paisagem privilegiada de parte ampla do Comércio com praça principal,
cinema, começo e fim da Rua Barão do Rio Branco, que se iniciava ao seu lado e
se prolongava até o rio Ipanema. Uma
paisagem altamente atrativa para visitantes, embora Santana do Ipanema não
constasse no mapa turístico do estado, assim como nos dias atuais.
O zelador da Igreja, negro velho de cerca de
oitenta anos, originário do povoado Tapera do Jorge (Poço das Trincheiras)
denominado “Major”, guardava no salão as charolas após as procissões de Semana
Santa.
Preito de saudade a dona Antéa e ao padre
Luís Cirilo Silva.
AUTOR EM LANÇAMENTO NO RESTAURANTE SANTO
SUSHI
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