quinta-feira, 4 de julho de 2024

 

 

BACURAU

Clerisvaldo B. Chagas, 5 de julho de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.072

 



A região do Bairro são Pedro, em Santana do Ipanema deve ter sido iniciada desde os tempos da Rua, hoje Antônio Tavares, a primeira de Santana do Ipanema, após o quadro comercial. Um prolongamento da rua já consolidada.  Somente em 1935 ou 37 foi inaugurada a Igreja de São Pedro. “O Bacurau”, ou Escola Batista Accióly, foi erguida na mesma década da Igreja em tempo revolucionário no Brasil. Foi ali criada essa escola para os adultos que trabalhavam pelo dia e não podiam estudar nos dois primeiros turnos. Como essa escola funcionava à noite, ganhou o apelido popular de “Bacurau”.  Os próprios revolucionários diziam que aquilo fora benefício da revolução. Continua com a mesma estrutura: um vão apenas (um salão grande) rodeado de janelas de madeira bruta.

Ainda alcancei o “Bacurau”, como adolescente e nela estudei particularmente com o professor Agilson que trabalhava no DNER, se não me engano e, foi assassinado num acidente de trânsito em Maribondo. O prédio já estava ocioso e a turma grande que ali estudava pelo dia, pagava ao professor e tentava passar no exame de Admissão à quinta série do Ginásio Santana. Pior do que um vestibular. Lembro quando o professor, muito competente, mas um pouco pernóstico, saiu apontando alguns alunos dizendo os que seriam aprovados no Exame de Admissão. Coisa ridícula que não poderia dizer, uma humilhação para o restante. Entre os que seriam aprovados, segundo ele, fui apontado. E de fato fui aprovado.

O “Bacurau” transformou-se em biblioteca de bairro. Na última vez que andei ali foi para ministrar palestra a uns pequenos de escola particular, quando falei completo do Bairro São Pedro, onde estava situada a escola. Porém, fiquei triste com a tão pouca quantidade de livros nas prateleiras da Biblioteca. E olhe que o salão, quando abertas todas as janelas, entra uma claridade natural tão agradável que dá gosto se estudar naquele ambiente. Quanto ao nome Batista accióly, foi como ficou conhecido um dos governadores de Alagoas e que era filho do Litoral Norte de Alagoas. Ouvi uma pessoa intelectual (já falecida) dizer que o Accióly seria um médico. Descobri por acaso que fora governador com esse sobrenome usado na política.

De qualquer maneira o “Bacurau foi também um dos fatores de impulso do Bairro São Pedro.

ALUNOS EXIBEM UM DOS NOSSOS LIVRO.


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terça-feira, 2 de julho de 2024

 

O CRISTO DOS ATEUS

Clerisvaldo B. Chagas, 3 de julho de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3. 071

 



Quando o, então, prefeito Genival Tenório colocou três imagens no Morro do Pelado, Cristo Crucificado, Frei Damião e padre Cícero, atualizou a denominação do Monte para “Alto da Fé”. O cimo do serrote recebeu um bar ao lado das imagens que virou lugar suspeito e houve profanações das três imagens ali colocadas. Frei Damião de verdade morrera no governo do prefeito Paulo Ferreira que o homenageou com uma pracinha no Bairro Camoxinga, no centro dispersor de três ruas. No governo do prefeito, Isnaldo Bulhões, das três imagens profanadas no Serrote do Pelado, foram retiradas duas. Padre Cícero foi parar em pedestal diante da sua igrejinha no Bairro Lajeiro Grande. Sábia decisão. A imagem de Frei Damião, foi removida para a praça construída por Paulo Ferreira em homenagem. Sábia decisão.

Assim, das três imagens profanadas, somente o Cristo Crucificado permanecia no serrote (pequena serra). Não sabemos dizer porque o prefeito Isnaldo Bulhões deixou de remover a imagem principal. Mas, no apagar das luzes do governo Marcos Davi, alguém da prefeitura consultou-me onde deixar a imagem do Cristo. Apontei o Alto do Cruzeiro, o maior ponto turístico de Santana do Ipanema e tradicionalmente o monte sagrado de visitas em multidões de épocas de Semana Santa, o mirante da cidade mais completo e natural. Lá estavam desde o primeiro dia do Século XX um cruzeiro de madeira marcando seu início e uma igrejinha construída em 1915. Cristo foi jogado como um lixo, escondido por trás da igrejinha, Onde as intempéries que já destruíra duas igrejinhas ali implantadas, destruíam impiedosamente o Cristo desprezado.

Não quero culpar o prefeito Davi, mas pelo menos ele deveria ter inspecionado o local. E se a imagem do Cristo ainda estiver no mesmo canto, apelamos para o Departamento de Cultura da atual gestão municipal, que seja restaurada a imagem e feita as devidas correções (O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema) como sugere o texto. Basta um Pôncio Pilatos e um Herodes na história.

Quanto ao Frei Damião, está precisando de mais atenção para melhorar a sua imagem em uma pracinha que quase foi acabada com tanta coisa negativa que houve por ali. Também está precisando alguns ajustes para embelezá-la tornando o trecho mais belo, mais atraente.

CRISTO DESPREZADO POR TRÁS DA IGREJA DO CRUZEIRO (FOTO: B. CHAGAS).

 

 

 

 


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segunda-feira, 1 de julho de 2024

 

 

FESTAS EM SANTANA

Clerisvaldo B. Chagas, 2 de julho de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.070

 



Nos últimos três dias de junho, mesmo pelas madrugadas a temperatura chegando a 17 graus, o céu afastou as nuvens chuvosas e voltou ao belíssimo azul de sempre. 29 sendo feriado – não se diz mais Dia Santo – então o mês de junho passa o bastão para julho que ainda encontra montanhas de milho em vários lugares da cidade, porém com preço estratosférico. E assim vamos iniciando o mês da avó do Cristo com muita festa na Rainha do Sertão. Logo duas em seguida que por certo estarão também comemorando esse ano de chuvas temperadas com Sol e fartura nos campos. A Festa da Juventude vai do dia primeiro ao dia nove e, dia 17, a Festa da Padroeira Senhora Santana, para alegria do povo católico sertanejo. O momento é de Sol, mas o tempo é imprevisível.

O rio Ipanema continua seco, assim como os principais da região, Traipu e Capiá, porém a vegetação de todo o bioma está mais verde do que a bandeira nacional. Uma bênção Divina mesmo nessas incertezas que o tempo geral nos traz com o aumento da temperatura do Planeta. Achamos que nem La Niña e nem El Niño, sabem mais o que fazer com os efeitos estufas que a sociedade moderna produz. Acabamos de chegar de uma observação ao rio. Só areia e mato, mas em compensação, as margens de barreiras não habitadas parecem parte da Mata Atlântica com árvores robustas muito verde e fechadas. Nenhum sinal de novas águas interestaduais e nem de chuvas ameaçadoras na região. É bom saber que o rio Ipanema vem de Pernambuco.

E no transito entre junho e julho é uma delícia tomar aquele cafezinho esperto com um pratarraz de canjica feito pela cunhada Marlene, que consideramos a melhor do mundo. Herança culinária da minha sogra que era sempre primeiro lugar na iguaria. Marlene continuou a habilidade junina. Quem já viu se entrar numa igreja e não rezar? Quem já viu São João e São Pedro sem canjica, pamonha e milho cozinhado? Credo em cruz!  Nem nos fale uma coisa dessa! Mas, para Santana do Ipanema, se fim e início de semestre é período de Festas Emendadas, vamos emendar. Estaremos lançando aos leitores, cinco livros de uma só vez na festa de Senhora Santana. Uma festa dentro de outra e que ainda estamos articulando. Quatro romances de aventura do ciclo do Cangaço e um documentário histórico sobre Bebedouro/Maniçoba, bairro de Santana. Acho que sou o único romancista do Brasil a lançar quatro romances de uma só vez.  Vamos para as Festas de julho, “cabra véi e nega veia”.

CÉU DE SANTANA EM 29 DE JUNHO. (FOTO: B. CHAGAS).

 


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