FESTA
DE SENHORA SANTANA
Clerisvaldo B. Chagas, 17 de julho de 2024
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.077
Mal terminou a Festa da Juventude, entra a
Festa da Padroeira Senhora Santana, em Santana do Ipanema. O novenário
propriamente dito tem início no dia dezessete, porém, a abertura acontece sempre
no dia dezesseis com a tão esperada Procissão dos Carreiros. São centenas de carros de boi que saem do
Parque de Exposição Isaías Rego, a cerca de 2 km da cidade, em direção ao
centro de Santana do Ipanema. Eles veem pelo asfalto ou pelo acostamento da AL–130,
sempre escoltados por viaturas da Polícia Rodoviária. O carro de boi da frente
conduz a as imagens de Senhora Santana, a padroeira, e seu esposo São Joaquim.
Geralmente as imagens são conduzidas pelo padre da Paróquia nesse carro da
frente, usando chapéu de couro, símbolo do homem rural nordestino e sertanejo.
A tão aguardada Procissão dos Carreiros já
chegou perto dos 2.000 carros de boi no trajeto Parque-Centro, porém essa
participação vem encolhendo ano a ano. Ou é falta de disposição de carreiros ou
falta de carros na região. Sempre aparecem os curiosos para a contagem dos
carros de boi e, teremos que aguardar a procissão para vê se sai algum
resultado. Ao chegar ao centro da cidade, a procissão segue até o Largo Padre
Bulhões, onde na praça multiuso, às margens do riacho Camoxinga, recebem as
bênçãos da Igreja. Nem é preciso dizer que veem carreiros do Sertão inteiro
para participar do evento religioso. Muitos acampam no Parque, um dia antes,
num encontro saudoso e afetivo. A priori, Isaías Rego, nome do Parque, foi
comerciante com armarinho, padaria e, fazendeiro em Santana do Ipanema.
O Carro de boi, mostra ter sido o primeiro
veículo pesado do Brasil, desde os tempos coloniais. Foi feito para transportar
volumes maiores de mercadorias, onde antes só existia o jumento, o burro e o
cavalo. Só foi substituído com o advento do caminhão, dos primeiros caminhões
que rodaram em nosso território. Ainda hoje existem regiões no país que utilizam
ainda esse tipo de transporte, principalmente em zonas rurais nos sertões
nordestinos e na Região Centro-Oeste. Ver um carro de boi hoje em dia, é se
encher de saudosismo e melancolia nos que viveram a plenitude desses carros
artesanais e manufaturados.
Não há quem conte no mundo as infindáveis
histórias do carro de boi.
PROCISSÃO DOS CARROS DE BOI EM SANTANA DO
IPANEMA (CRÉDITO: ALAGOAS NANET).
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