terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

OS VELHOS CARNAVAIS


OS VELHOS CARNAVAIS
Clerisvaldo B. Chagas, 5 de fevereiro de 2013.
Crônica Nº 960

Dizem que o Carnaval foi criado na Grécia, cerca de 600 anos antes do Cristo. Em Santana do Ipanema, Alagoas, os primeiros registros sobre Carnaval na terra surgem com o escritor  santanense Oscar Silva. Oscar descreve a festa de Momo acontecida entre 1915 até mais ou menos, 1930. Aliás, quase que somente esse escritor desvenda o passado de Santana da era 20. E pelo que Silva vai contando em seus escritos, a festa já era tradicional em Santana, quando inúmeros blocos saíam às ruas, tanto masculinos quanto femininos. Antigamente e até cerca de 1960, os blocos carnavalescos percorriam as ruas da cidade, parando e brincando em casas de pessoas influentes do lugar. Ali dançavam, bebiam, comiam, faziam suas necessidades e partiam novamente para as ruas, com a próxima casa na ideia. O escritor descreve os principais blocos da época, bem como as duas residências mais procuradas pelos foliões.
A casa do influente coronel Manoel Rodrigues da Rocha, era parada obrigatória, não só das brincadeiras de Carnaval, mas também de outras apresentações ao longo do ano. Outro lugar atrativo era a casa do padre José Bulhões que oferecia pão de ló aos seus inúmeros visitantes.
Apesar dos esforços dos últimos gestores municipais, nunca o Carnaval sequer chegou às animações dos anos 60. Esta semana, um dos pagodeiros famosos do Rio de Janeiro, dizia que o Carnaval do Rio acabou. Naturalmente o fenômeno não é mais o mesmo em grande parte do Brasil e parece que fica resumido às capitais como Salvador e Recife. Em Santana, capital do sertão alagoano, não tem mais jeito. Brincadeiras insípidas ali, folias mornas acolá, e uma fila de blocos subsidiados em direção a Piranhas, cidade ribeirinha do rio São Francisco, a cerca de 70 quilômetros de distância. Penso que a culpa não é dos dirigentes atuais, mas sim da própria época que vai encostando certas tradições em busca de outras. E se você quer uma festa profana para valer, somente recordando OS VELHOS CARNAVAIS.




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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

TEMPOS DO CANDEEIRO


TEMPOS DO CANDEEIRO
Clerisvaldo B. Chagas, 4 de fevereiro de 2013.
Crônica Nº 959

Fonte: Blogdofifo.com.br/
Como estamos nos aproximando do Carnaval, nada nos parece melhor de que imitar na prática, as velhas marchinhas que encantaram o Brasil. Uma delas fala em uma das suas estrofes:

“Rio de Janeiro
Cidade que nos seduz
De dia falta água
De noite falta luz...”

Do Rio de Janeiro, o caso se mudou para Alagoas, ocasião em que o sofrimento do povo parece não ter limites. Falta energia constantemente (e olhe que temos a hidrelétrica de Xingó dentro do estado e a de Paulo Afonso, nos limites). Quando não falta energia de vez, a queda é constante, queimando os eletrodomésticos do povo e tornando inviável certas atividades comerciais e industriais. As donas de casa andam com as mãos à cabeça, procurando salvação. Com a falta de energia, não se bombeia água nas adutoras que abastecem Sertão e Agreste, quando o sofrimento nessa seca terrível bate no povo de cacete. Os médicos do Hospital, Dr. Clodolfo Rodrigues de Melo, pararam suas atividades, alegando atraso no pagamento em dois meses e falta de abastecimento d’água para as atividades ali desenvolvidas. A Internet não se sustenta mais no ar e provoca dor de cabeça à clientela dos bancos, do comércio e de todos os lugares que anseiam por avanços tecnológicos.
O pior de tudo, porém, não é nada do que foi dito acima. O pior de tudo é não ter para quem apelar. Nem água, nem luz, nem telefone, nem hospital, nem Internet, porque estamos caminhando para trás na terra em que manda e desmanda a inoperância usineira. Ninguém dar notícia de nada! A população, atarantada, como abelhas, quando sente fumaça, não sabe a quem apelar. Quem resolve essas questões: Prefeito? Delegado? Juiz? Promotor? Vereadores? Haja desabafo coletivo nas rádios da cidade em momentos de juízo de luz e telefone, mas nada se resolve e nem satisfações aparecem. Viramos fronteira distante sem lei e sem ordem como essas mostradas por reportagens, nos confins da Amazônia brasileira. Todos se perguntam até quando a própria população vai suportar o descaso, a incerteza, a orfandade institucional do semiárido e do Agreste de Alagoas.

E para completar, o rateio prometido pelo governo estadual, não saiu para o Magistério, como foi anunciado. Os precatórios tiveram a cabeça esmagada por uma grande pedra e o SINTEAL tomou chá de esquecimento do assunto e passou esparadrapo na boca.
Afinal, em todos os sentidos, estamos vivendo os TEMPOS DO CANDEEIRO.





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