segunda-feira, 11 de agosto de 2025

 

ESCRITOR OSCAR SILVA

Clerisvaldo B. Chagas, 12 de agosto de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.286

 




Visitei muito a casa capenga, trepada nas rochas, de dona Josefina flandreleira. Ficava a sua casa, defronte a nossa, do outro lado da Rua Antônio Tavares. “Zifina” era guerreira, abusada, voz metálica e exímia artesã de candeeiros. Muitas vezes fiquei ali ao seu lado, caladinho, admirando a tesoura amoladíssima cortar a lata, o macete bater os flandres. Mas como criança nunca soube os dramas daquela casa.  Depois de adulto fui saber através do livro FRUTA DE PALMA, que ela criara o neto Oscar Silva e lutava para ambos não morrerem de fome. E quem dizia isso era o próprio autor, seu neto Oscar Silva que tinha ido se alistar na revolução de 30, para não sucumbir à fome. Quando eu era criança ele já havia partido e só cheguei a conhecê-lo, acho que na década de 70-80, quando de sua visita à cidade. Ao jantarmos juntos, com sua esposa e o senhor Bartolomeu, pediu-me para escrever a história de Santana.

Também li o seu romance ÁGUA DO PANEMA e hoje o saudoso Oscar, é o escritor santanense que mais admiro. Havia superado todas as dificuldades e era Coletor Federal, através de concurso público. Fora vereador na cidade de Cascavel, no Paraná, onde vivia. Escreveu mais livros. E pense no orgulho da minha Rua Antônio Tavares que deu três escritores em diferentes momentos: Oscar, Clerisvaldo e Luís Antônio (O Capiá). Mas esquecia de dizer que Oscar fora sargento de elite do Batalhão de polícia que matou Lampião e Maria Bonita e ainda correspondente do batalhão e local com a Imprensa de Maceió. Também como correspondente do batalhão esteve na Grota dos Angicos, onde os corpos de onze cangaceiros estavam mal sepultados. Escreveu o artigo: “Eu vi os pedaços de Lampião”, publicado em revista do Paraná.

Oscar Silva também chegou a ser músico de uma das últimas bandas musicais de Santana 1920-1930, A “Bandinha do Joel”. Era amigo do outro brilhante escritor conterrâneo, Tadeu Rocha, sendo um rico e outro pobre. “Zifina”, sua avó, era filha de Pão de Açucar e, a família de Oscar, do sítio rural “Barra do João Gomes”, da família Pio. Apesar de ter sido sargento de elite de comandante José Lucena Maranhão, declarou-se no primeiro livro, ter sido um admirador  de Virgulino Ferreira, o Lampião.

Deus salve o BOM.

PRIMEIRO TRECHO DA RUA ANTÔNIO TAVARES, RUA DOS ARTESÃOS E PRIMEIRA DE SANTANA. (IMAGEM: B. CHAGAS/LIVRO 230).

  


Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/08/escritor-oscar-silva-clerisvaldo-b.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário