segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

DORMIR... DORMIR


DORMIR...DORMIR
Clerisvaldo B. Chagas, 26 de fevereiro de 2013.
Crônica Nº 970

Zeppelin  sobre Santana do Ipanema, 1930.  "As novas são as velhas".
A Imprensa precisa de alimento e nada melhor de que as grandes notícias ou os grandes escândalos para oferecer ao mundo. Sem furacão por perto, o tema obrigatório passou a ser a doença do venezuelano presidente. Puxa para lá, puxa para cá, a ilha de Fidel vai saindo noticiários afora. Como o assunto envelheceu, a renúncia do Papa tornou-se prato gordo para os que querem saber das coisas. Batido e pilado o tema religioso, surge o osso boliviano da morte de um menor pela torcida corintiana. Isso aí, também, camarada, pode partir para longas e insistentes reportagens porque, além de ser assunto de esporte, é questão com país vizinho. E vai ficando a lenga-lenga que se prolonga indefinidamente. Enquanto isso, ocupada com os picos do momento, fatos menores vão surgindo em pequenos espaços da mídia até os primeiros sinais de cansaço dos maiores. O caso da médica que matava seus pacientes no hospital evangélico de Curitiba, surgiu como escândalo supimpa, depois diminuiu a intensidade bombástica e parece que tenta retornar com seus desdobramentos.
E a lavagem da bandeira nacional no caso do novo presidente do Senado, como é que fica.  E o milhão de assinaturas pedindo a renúncia do “imaculado” Renan vai bater forte na imprensa ou vai ficar em segundo ou terceiro plano, como osso pequeno e desprezível?! Como os corruptos torcem por outras gigantes notícias, dia santo, feriado e final de semana, quando encurtam os crivos da mídia contra eles!
Em Alagoas, a transferência do governo estadual para o Sertão, durante uma semana, não têm, aparentemente, grandes impactos. Medidas de sempre, decisões de sempre e algumas propagandas oficiais que não entusiasmam em nada a população. É apenas o início do cata voto para as próximas eleições. E como dizia um velho e pessimista sertanejo, professor de História, “as novas são as velhas, neste sertão pelado de meu Deus”. Humm... Tem hora também do tempo enjoativo. Início de quaresma é início de mosqueiro, quem sabe, atraído pelas virtudes. Será que após os escândalos não chega à vez do sonho e da fantasia? Ah! Parece que ainda estamos vivenciando a inolvidável ressaca de Carnaval. O que é que os jornais estão dizendo mesmo? Dormir... Dormir.

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domingo, 24 de fevereiro de 2013

PÉ DE OURO


PROBLEMAS NO COMPUTADOR IMPEDIRAM NOSSAS CRÔNICAS DE QUARTA, QUINTA E SEXTA.

PÉ DE OURO
Clerisvaldo B. Chagas, 25 de fevereiro de 2013.
Crônica Nº 969

Sem nunca mais ter ido à Igreja, recebo dois convites de casamento, na região de Arapiraca. Ao primeiro não pude comparecer, mas ao segundo, voltei a pisar em solo sagrado com o enlace do jovem Dr. Elton Correia Alves e a senhorita, terapeuta, Juçara Ferreira da Silva. Motivo forte para rever a região agrestina, registrei ali o calor do Sertão e as reclamações dos moradores. Com a Igreja repleta constatamos a tradição católica e o requinte de uma cerimônia inesquecível. Após assinaturas e sessão de fotos, fomos ao “Alevinus Club” onde o anexo do casório cortou a noite até o amanhecer. Ao som de duas bandas, entre elas, “A Marca do Tempo”, os convidados se extasiaram com o esmero que encantava à noite. Minha atenção foi atraída para um casal, ele de meia idade e ela uma trintona que deu um espetáculo à parte, de vigor, classe e habilidade no jogo das canelas. Que mulher do pé ligeiro! Eu que nunca tentei aprender a dançar, compadre, vi o quanto perdi na vida. Depois outros casais mais jovens e mocinhas se contorceram na pista, mas não tinha mais graça. A trintona continuou no comando.
Dia seguinte, fomos ali a certa mansão da família da noiva, almoçar, comer buchada e churrasco de carneiro. Não um carneiro qualquer. Mas um ovino criado com ração especial, inclusive leite condensado. Leite condensado mesmo não, diria a piada do Joãozinho, mas que o senhor Adaízo, dono do quadrúpede, caprichou na dieta do bicho caprichou! E para quem estava longe desses burilados nordestinos, voltar à ativa é quase sempre uma tentação.
Tirei a ferrugem religiosa, festeira e “buchadeira”, porém, bem que gostaria de novamente apreciar aquele gingado brejeiro da mulher do PÉ DE OURO.


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