terça-feira, 7 de maio de 2013

SAL E MEL



SAL E MEL
Clerisvaldo B. Chagas, 7 de maio de 2013.
Crônica Nº 1014
Foto: (Blog do comendador).


Viajando por Alagoas, fiquei impressionado com a velocidade com que São Sebastião cresceu. Quando ali estive, em pesquisas para o IBGE, não passava São Sebastião de um povoado. Na ocasião, fomos recepcionados por um companheiro nosso que possuía um sítio de coqueiros por ali e nos deliciamos com o produto. A cidade não fica longe de Arapiraca, na bifurcação em que um dos lados leva a penedo e o outro a Porto Real do Colégio. A força da localidade fez com que São Sebastião pusesse ritmo semelhante a Arapiraca, recebendo todo movimento de caminhões, carretas e automóveis vindos do baixo São Francisco e do Sul do País. Nem sempre, porém, o lugar foi chamado pelo nome do santo. Quando nada havia por ali, um tropeiro chamado José Luiz, resolveu morar naquelas terras. Negociando entre Palmeira dos Índios e Penedo o homem procurou centralizar sua moradia. Como José Luiz vendia “sal” e “mel” e, o povo chamava sal de “sá” e, mel de “mé”, o lugar passou a ser apontado como Salomé.
Salomé logo atraiu agricultores e criadores por causa da fertilidade de suas terras, surgindo à lavoura fumageira que ainda hoje predomina. Enquanto os fazendeiros asseguravam o comércio, os escravos difundiam as festas com violas e berimbaus, pela região. Em 1960, São Sebastião foi desmembrado do município de Igreja Nova, passou a diversificar sua lavoura e implantar indústrias. Hoje sua economia rural se baseia na cana-de-açúcar, fumo, amendoim, pecuária e lavoura de subsistência. Suas festas ficaram famosas, inclusive a da Padroeira, Nossa Senhora da Penha. O artesanato da renda de bilro tem destaque especial em São Sebastião e é motivo de curiosidade de quem chega. Como foi dito, pertinho de Arapiraca, a cidade que mais cresce no Nordeste, São Sebastião há muito deixou de ser apenas SAL E MEL.


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segunda-feira, 6 de maio de 2013

OS BESOUROS



OS BESOUROS
Clerisvaldo B. Chagas, 6 de maio de 2013.
Crônica Nº 2013

Fonte: (Wikipédia).
A mulher chega à padaria logo cedo e vai comentando. Medonho foi um tiroteio acontecido ontem à noite, ali por perto. Segundo a senhora, chegou reforço de outro bairro para as coisas que aconteceram no São José. A dona da padaria diz que era um divertimento dos meninos. E assim, de divertimento em divertimento, as quadrilhas do interior vão se espelhando na televisão e procuram imitar o mais fiel possível os combates das capitais. Com armas emprestadas, roubadas ou alugadas, as quadrilhas, geralmente composta de menores, vão aterrorizando também o interior. Não existe mais tamanho de cidade, eles estão por todos os cantos. Trechos entre o povoado Pedrão e Olivença estão sendo apontados como perigosos, onde os assaltos são constantes. Amarraram a paz e soltaram a violência que passou a reinar nesse país sem forças para dominar o mal. Quando os bandidinhos, cada um com um revólver à cinta, avistam uma patrulha passando, dizem logo: “Lá vão os otários”.
Vez em quando havia uma “limpeza”, aplaudida pela sociedade, pois se sabia que as vítimas eram marginais. Porém, os tais “direitos humanos” que não dão jeito no problema, caem em cima dos justiceiros e, a bandidagem recomeça por todos os lugares. Em cada bairro tem os “galos”, os temidos, os que se acham invencíveis e se envaidecem nas condições de marginais. Eles estão por todos os lugares, inclusive nas escolas, cujos professores estão constantemente sendo ameaçados. Hoje alguém só aceita ser diretor, se a vaidade do nome lhe subir à cabeça. Muitas escolas estão repletas de indivíduos da marginalidade de facções rivais e que procuram briga dentro ou fora das salas. Os assaltos em torno das escolas são constantes. A polícia prende a Justiça solta por força de legislação e assim o país chega a um ponto em que fica encurralado com suas próprias leis.
O grande prazer dos bandidos, grandes e pequenos é mandar bala na polícia, os famosos “besouros quentes”. E haja BESOUROS.

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