SAL E MEL
Clerisvaldo B. Chagas, 7 de maio de 2013.
Viajando por Alagoas, fiquei
impressionado com a velocidade com que São Sebastião cresceu. Quando ali
estive, em pesquisas para o IBGE, não passava São Sebastião de um povoado. Na
ocasião, fomos recepcionados por um companheiro nosso que possuía um sítio de
coqueiros por ali e nos deliciamos com o produto. A cidade não fica longe de
Arapiraca, na bifurcação em que um dos lados leva a penedo e o outro a Porto
Real do Colégio. A força da localidade fez com que São Sebastião pusesse ritmo
semelhante a Arapiraca, recebendo todo movimento de caminhões, carretas e automóveis
vindos do baixo São Francisco e do Sul do País. Nem sempre, porém, o lugar foi
chamado pelo nome do santo. Quando nada havia por ali, um tropeiro chamado José
Luiz, resolveu morar naquelas terras. Negociando entre Palmeira dos Índios e
Penedo o homem procurou centralizar sua moradia. Como José Luiz vendia “sal” e “mel”
e, o povo chamava sal de “sá” e, mel de “mé”, o lugar passou a ser apontado
como Salomé.
Salomé logo atraiu
agricultores e criadores por causa da fertilidade de suas terras, surgindo à
lavoura fumageira que ainda hoje predomina. Enquanto os fazendeiros asseguravam
o comércio, os escravos difundiam as festas com violas e berimbaus, pela
região. Em 1960, São Sebastião foi desmembrado do município de Igreja Nova,
passou a diversificar sua lavoura e implantar indústrias. Hoje sua economia
rural se baseia na cana-de-açúcar, fumo, amendoim, pecuária e lavoura de
subsistência. Suas festas ficaram famosas, inclusive a da Padroeira, Nossa Senhora
da Penha. O artesanato da renda de bilro tem destaque especial em São Sebastião
e é motivo de curiosidade de quem chega. Como foi dito, pertinho de Arapiraca,
a cidade que mais cresce no Nordeste, São Sebastião há muito deixou de ser
apenas SAL E MEL.
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