O BARBUDO DE
VALDEREDO
Clerisvaldo B. Chagas, 17/18/19 de maio de 2013.
Crônica Nº 1019
foto: (passosmgonline). |
Certa feita, um vizinho
nosso estava em um bar no cruzamento urbano Maracanã, em Santana do Ipanema.
Gostava ─ como ainda hoje ─ de andar barbudo. Ao passar pelo local, sempre
alerta e desconfiado, Valderedo avistou o cliente e agitou-se. Confundi-o com
um dos seus terríveis inimigos. Quando estava pronto para eliminar o pobre
caminhoneiro, foi convencido por alguém que aquele barbudo não era o fulano e
sim, um rapaz muito trabalhador, motorista e conhecido de todos na cidade.
Valderedo ainda demorou em acreditar no que lhe diziam, por causa da semelhança
das pessoas em causa. Entretanto, o trabalho de convencimento teve êxito. Não
temos certeza, todavia, se ao desistir do intento Valderedo ainda chegou a
pedir desculpas à suposta vítima. Estar certo o que filosofa: “quem de uma escapa, cem anos vive”. Vez
em quando passo e cumprimento o meu vizinho que continua barbado e caminhoneiro.
Muitas vezes a vida não
passa de ilusão de ótica ou de cabeça. Quantos covardes e traidores surgem entre
os que você julgava amigos! Quanto alívio se sente ao saber que o inimigo
estava apenas na ilusão, como O BARBUDO DE VALDEREDO!.
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