quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

A GEOGRAFIA AGRADECE



A GEOGRAFIA AGRADECE
Clerisvaldo B. Chagas, 6 de dezembro de 2013.
Crônica Nº 1100

Foz do tipo DELTA. (blogger.com).
Vendo alguns alunos enganchados na foz, pude lembrar as velhas lições de sala de aula. Lições básicas da Geografia, nascentes são lugares onde nasce um rio. Popularmente o nome ficou conhecido como cabeceiras, o que dá no mesmo. No outro extremo, onde o rio despeja suas águas, merece o nome de foz. Caso a pessoa não queira chamar o lugar de foz, pode chamá-lo de desembocadura, mas a povão costuma tratar a foz como barra, principalmente no interior nordestino. Como exemplos em minha terra temos a barra do João Gomes, a barra do Gravatá, a barra do Desumano, tudo nomes de riachos.
foz do tipo ESTUÁRIO (blogger.com.).
A foz pode ser dos tipos estuário, delta ou mista. A foz, desembocadura ou barra tipo estuário, não forma obstáculo para o despejo das águas em outro rio, lagoa, ou mar. A boca do rio fica completamente livre. Já a foz do tipo delta, encontra impedimentos em forma de ilhas formadas pelo material trazido pelo próprio rio, como areia, argila e cascalhos. Nesse caso o rio, devido a esses obstáculos, divide-se em dois ou mais braços, para entregar as águas. O riacho Camoxinga que despeja em pleno comércio de Santana, no rio Ipanema, forma uma típica foz de estuário. Por sua vez, o rio Ipanema, ao despejar no rio São Francisco, forma uma pequena ilha de sedimentos levados por ele. Nesse caso sua foz é do tipo delta, onde dois braços são formados para o alcance ao Velho Chico.
Às vezes as pessoas não dão conta de propagandas que incentivam visitas ao delta do rio “A” ou ao “estuário” do rio “B”. A propaganda não cita o nome foz. Cita apenas o tipo de foz, como o consumidor diz: “Quero uma Pitú”, e não uma cachaça da marca Pitú. Nesse caso o tipo de foz ficou muito mais conhecido do que o do próprio acidente geográfico (foz). Isso é para poder encurtar a frase da propaganda que se fosse ao pé da letra seria: “Visite a foz tipo delta do rio X”.
Espero que o caro leitor tenha gostado do bê-à-bá. A GEOGRAFIA AGRADECE.


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quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

OS FILHOS DA TERRA



OS FILHOS DA TERRA
Clerisvaldo B. Chagas, 5 de dezembro de 2013
Crônica Nº 1099

Cantor Miguel Lopes. Foto (sertão24horas).
Não lembro sobre a Marta na sua terra natal de dois Riachos, recordo-me, porém, de Jacinto Silva o cantador alagoano só comparável a Jacson do Pandeiro, mesmo assim com o manejo do coco sincopado que o rei do ritmo não possuía. Djavan também em Maceio, Petrúcio C. Melo e Miguel Lopes em Santana do Ipanema, filhos que deixaram a terra em busca de novos horizontes.
Marta jogando bola nas areias do riacho e nas várzeas da sua terra enfrentava cochichos de alguns. Venceu as adversidades, saiu do pequeno torrão sertanejo e foi ser grande no mundo. Visita à terrinha vez em quando sob os mesmo olhares críticos agora maravilhados. Djavan deixa Maceió, vai mostrar seu talento ao Brasil inteiro e volta coroado. Jacinto Silva sai de casa e diz à mãe que só retornará no dia em que gravar um disco. Nos tempos em que gravar um disco era coisa do outro mundo, o alagoano, vai, luta e vence e só rever a sua Maceió quando a Gazeta o convida para cantar forró em noite de São João. O rei do baião, o rei do ritmo e o rei do coco, eram os três grandes do Nordeste.
Muitos filhos de Santana também foram embora, muitos até vaiados nas suas pretensões artísticas e modo de ser. Alguns foram espontaneamente atrás de melhores dias. São escultores, pintores, desenhistas, escritores, jogadores de futebol, cantores, locutores, ocupando lugares de destaque regionalmente ou nacionalmente. E aqueles que os fizeram migrar pela inveja, despeito, intolerância, descriminação... Como ficaram com a consciência após a fama das suas vítimas? Entre os vários santanenses de valor e que buscaram outras plagas, lembro-me de Petrúcio C. Melo que era maluco por locução e que pelo seu jeito de ser não era visto com bons olhos por alguns. Hoje é apresentador de televisão e muito conhecido no mundo artístico. Miguel Lopes, dono de uma poderosa e educada voz a Altemar Dutra, só teve o seu valor reconhecido ao mudar-se para a capital. Um dos maiores cantores que Santana produziu.
E agora, mesmo iniciando a segunda década do século XXI, os sentimentos mesquinhos das pessoas, parecem os mesmos dos anos 60. Acho que está faltando compreensão, solidariedade e mais respeito aos FILHOS DA TERRA.



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