OS
FILHOS DA TERRA
Clerisvaldo B.
Chagas, 5 de dezembro de 2013
Crônica Nº 1099
Cantor Miguel Lopes. Foto (sertão24horas). |
Não lembro sobre a
Marta na sua terra natal de dois Riachos, recordo-me, porém, de Jacinto Silva o
cantador alagoano só comparável a Jacson do Pandeiro, mesmo assim com o manejo
do coco sincopado que o rei do ritmo não possuía. Djavan também em Maceio,
Petrúcio C. Melo e Miguel Lopes em Santana do Ipanema, filhos que deixaram a
terra em busca de novos horizontes.
Marta jogando bola
nas areias do riacho e nas várzeas da sua terra enfrentava cochichos de alguns.
Venceu as adversidades, saiu do pequeno torrão sertanejo e foi ser grande no
mundo. Visita à terrinha vez em quando sob os mesmo olhares críticos agora
maravilhados. Djavan deixa Maceió, vai mostrar seu talento ao Brasil inteiro e
volta coroado. Jacinto Silva sai de casa e diz à mãe que só retornará no dia em
que gravar um disco. Nos tempos em que gravar um disco era coisa do outro
mundo, o alagoano, vai, luta e vence e só rever a sua Maceió quando a Gazeta o
convida para cantar forró em noite de São João. O rei do baião, o rei do ritmo
e o rei do coco, eram os três grandes do Nordeste.
Muitos filhos de Santana
também foram embora, muitos até vaiados nas suas pretensões artísticas e modo
de ser. Alguns foram espontaneamente atrás de melhores dias. São escultores,
pintores, desenhistas, escritores, jogadores de futebol, cantores, locutores,
ocupando lugares de destaque regionalmente ou nacionalmente. E aqueles que os fizeram
migrar pela inveja, despeito, intolerância, descriminação... Como ficaram com a
consciência após a fama das suas vítimas? Entre os vários santanenses de valor
e que buscaram outras plagas, lembro-me de Petrúcio C. Melo que era maluco por
locução e que pelo seu jeito de ser não era visto com bons olhos por alguns.
Hoje é apresentador de televisão e muito conhecido no mundo artístico. Miguel
Lopes, dono de uma poderosa e educada voz a Altemar Dutra, só teve o seu valor
reconhecido ao mudar-se para a capital. Um dos maiores cantores que Santana
produziu.
E agora, mesmo
iniciando a segunda década do século XXI, os sentimentos mesquinhos das pessoas,
parecem os mesmos dos anos 60. Acho que está faltando compreensão, solidariedade e mais respeito aos FILHOS DA TERRA.
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