segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

TRADIÇÃO


TRADIÇÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 17 de dezembro de 2013
Crônica Nº 1107

 

A história de um lugar pode morrer se não tiver alguém dedicado a consolidá-la e transmiti-la. No bojo dos vários nuances que se apresentam, importantes são as denominações populares dos pontos de referências, tanto rurais quanto urbanos. Daqui de Maceió vou relembrando os nomes de algumas elevações que circundam Santana do Ipanema. O serrote do Gonçalinho é sempre um monte que procuro trazer em todos os meus escritos sobre Santana. O próprio escritor Oscar Silva contava um fato escabroso acontecido naquele serrote. Após a instalação de antena para rádio e televisão, o povo passou a chamar o monte de serra da Micro Ondas ou do Cristo porque alguém ali colocara uma pequena estátua do Cristo. O morro da Goiabeira virou serrote do Cruzeiro desde a passagem do século XIX para o XX, quando ali ergueram um cruzeiro de madeira para marcar a passagem de século. E, na parte norte, o morro do Pelado passou a se chamar Alto da Fé, quando o prefeito da época, Genival Tenório, inventou colocar três imagens religiosas no topo e que não deu certo.

Mesmo assim, para que a população não esqueça a sua história vou sempre dizendo sobre o Gonçalinho, Goiabeira e Pelado.

Os outros montes, não. Continuam chamados como os nossos antepassados chamavam-nos: Serra Aguda, Remetedeira, Poço, Camonga, Macacos, Gugi, Pau Ferro, Caracol, Lagoa, Bois, França, Severiano, Brás e outros.  Quanto a atual reserva ecológica do cidadão Alberto Nepomuceno Agra, estava sem referência, até que o senhor José Urbano que possuía terras na região, a denominava serrote Pintado. A exposição esbranquiçada de lajeiro no meio da mata, pintou esse nome.

Dentro da própria urbe, encontramos também lugares que se consolidaram como Alto dos Negros, Cajarana, Cajaranas, Cachimbo Eterno, Bebedouro, Maniçoba, Barragem, Lagoa do Junco e Lajeiro Grande; belíssimas expressões populares que não se deve mexer. Cada expressão é uma história particular que se encaixa no todo da memória santanense.

E para encerrar, lembremos o antigo povoado Quixabeira Amargosa que virou São Félix e nem sequer em placa nenhuma consta a antiga denominação como se fosse coisa pejorativa. Já o povoado Areias Brancas virou Areia Branca, simplesmente porque algum engravatado sem base nenhuma como provam as nossas pesquisas (O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema) prova.  Ah, juventude! Ah, Juventude! Por que as escolas não passam à TRADIÇÃO?

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