quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

OUSADIA NO VELHO CHICO

OUSADIA NO VELHO CHICO
Clerisvaldo B. Chagas, 13/14 de janeiro de 2014
Crônica N 1.495
Foto: (naturezabrasileira,com).
Encontramos uma joia de documento detalhista sobre a construção da hidrelétrica de Paulo Afonso, na revista O Empreiteiro, Ano L – maio 2012 – N 508 – páginas 54-58. Com o título “Ousadia no Velho Chico”, o documento (sem autor) descreve tudo que se quer saber sobre os primeiros grandes passos da engenharia nacional, até então, dominada por estrangeiros.
“Havia certa resistência em acreditar que a engenharia nacional seria capaz de levar a diante obra de tal envergadura. Mas isso começou a mudar como o projeto da hidrelétrica de Paulo Afonso, concebida pelo engenheiro Otávio Marcondes Ferraz. Paulo Afonso é considerada a primeira usina construída pela engenharia nacional, que enfrentou, logo de cara, um desafio: instalar uma usina com casa de força subterrânea, algo então inédito no País”.
Continua o texto detalhando tudo, tudo, como se fosse um diário das obras da hidrelétrica. Um papel digno de qualquer museu de grande envergadura sobre essas páginas, orgulho nacional que arrepia e emociona a nossa brasilidade. O melhor de tudo é que foi no Nordeste diante da caatinga bruta que protegia o “Velho Chico”.
A música de Luiz Gonzaga que exalta Paulo Afonso canta em uma das estrofes, mais ou menos assim:

“Delmiro deu a ideia
Apolônio aproveitou
Dutra fez o decreto
E Vargas realizou
O presidente Café
Agora inaugurou
Meu Paulo Afonso é sonho
Que se concretizou...”

Delmiro Gouveia, dono da fábrica de linhas da fazenda Pedra, atual cidade que leva o seu nome, em Alagoas; Apolônio, Apolônio Sales, ministro da Agricultura; Dutra, Vargas e Café Filho, três presidentes do Brasil.
Faltou Gonzaga incluir o grande engenheiro Otávio Ferraz.
Quem se dispuser a pesquisar esse texto, principalmente professores de História, motivará em muito os seus alunos.
É esse o verdadeiro Brasil.





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domingo, 3 de janeiro de 2016

RUA DAS ÁRVORES



RUA DAS ÁRVORES
Clerisvaldo B. Chagas, 3 de janeiro de 2016
Crônica Nº 1.494
Rua da Árvores, em Maceió. (Foto: Clerisvaldo).
Quem esteve na orla de Maceió no final do ano passado, contemplou a maravilhosa decoração natalina. Um encanto! E se a orla por si só já é belíssima, imaginem decorada artificialmente com aquele marzão ao fundo e no cair da tarde. Vários outros lugares da capital faz jus ao título ganho  como a capital mais bonita do Brasil. Deixando todos esses lugares, voltemo-nos para o comércio que tomou ares de lugar civilizado com os famosos calçadões.
Em alguns pontos desse mesmo comércio falta manutenção em parte do saneamento que fede mesmo. E nesse entrevero todo, entre o progresso e o atraso, particularizamos a Rua Augusta, sempre conhecida como Rua das Árvores. Rua do Ipaseal Saúde, rua de pequeno e médio comércio, rua de comércio ambulante de frutas, rua de pontos de ônibus. Ali você encontra um verdadeiro Frutal, mercadorias vindas de diversos lugares, tanto do estado quanto de fora. Entretanto, os pedestres sofrem com as  calçadas estufadas que a ambição pelo dinheiro não consegue sequer um conserto. E naquele pomar ambulante sobre as sarjetas, escorrem as águas pretas de fossas, misturando a fedentina com o cheiro enjoativo dos pequenos restaurantes. Um descaso total com a saúde pública.
A Rua das Árvores, dessa maneira, torna-se complemento do Calcanhar de Aquiles de Maceió: o imundo mercado que gestor nenhum que meter a mão, como se fosse paciente em estado terminal. Não estamos falando dos Haiti moradias da Levada, nem das grotas inchadas de pobreza. Estamos nos referindo ao centro de Maceió que nos lugares citados continuam no Século XIX.
Continuemos desfrutando as partes sadias, mas não se pode calar diante das mazelas que atentam contra o coletivo. É dever, até, o grito da população para os ouvidos distraídos dos gestores.
Rua das Árvores, pedaço de tradição maceioense.  


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