segunda-feira, 23 de maio de 2016

OS DESTRUIDORES



OS DESTRUIDORES
Clerisvaldo B. Chagas, 23 de maio de 2016

Crônica Nº 1.516

Bumba meu boi, em Maceió. Foto (Gazeta de Alagoas).

É bom conservar a cultura. Para isso existem inúmeras instituições governamentais e particulares que trabalham tanto na conservação quanto nas apresentações ao público, no cultivo da criação popular.
Os criativos do homem são diferentes em diferentes épocas. Mas, o acúmulo dos conhecimentos armazenados, é a base para as transformações futuras, adaptadas em cada época. Olhando por esse prisma, não existe saudosismo, mas uma realidade de outrora transformada. Mesmo assim, as tradições devem ser conservadas como tesouros que são e que foram em outros tempos. Enquanto houver manifestações populares, cabe aos gestores públicos, a preservação desses valores carentes de proteção.
Em Alagoas, destacou-se a chamada Escola de Viçosa, na divulgação das suas tradições com o professor Téo Brandão e outros seguidores.
No Sertão também sempre houve o reisado, o pastoril, o guerreiro e os criativos blocos carnavalescos. Ali estavam também o cantador de viola, o cantador de coco, o aboiador e outros tipos populares que muito coloriram a vida endurecida dos seus habitantes.
Atualmente, nos deparamos com as brincadeiras do Bumba meu Boi, em Maceió, que conseguiram se organizar e brincam em competições como as escolas de samba do Rio de Janeiro. É certo que estão introduzindo cada vez mais acessórios, diferenciando o boi solitário de antes. Mas, é melhor que assim seja feito de que extirpar as tradições pela ignorância pétrea de vários gestores coronéis do sertão.
Presenciamos vários ensaios de bumba meu boi e exaltamos a força de vontade de donos e brincantes. O povo não quer se desfazer das suas tradições. O predador foi sempre e continua sendo o gestor que as destrói, simplesmente virando às costas, como o racista ao vê quem não lhe agrada.
Sucesso para o boi de Maceió
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quinta-feira, 19 de maio de 2016

PALMEIRA E O AGRESTE



PALMEIRA E O AGRESTE
Clerisvaldo B. Chagas, 20 de maio de 2016
Crônica Nº 1.515

CRISTO DO GOITI. Foto (Skyscrapercity).
Na realidade, Palmeira dos Índios está situada no sopé da Escarpa Ocidental, início ou fim do Planalto do Cristalino. Abre-se em anfiteatro desde as faldas de inúmeras serras, passando por colinas até o plano dos tabuleiros.
Naturalmente, forçado na expansão da planura pelos proprietários que não abrem mão das suas terras (acontece em várias cidades), parte do casario, como opção, expandiu-se pela serra do Goiti. Sua formação é vista de longe, para quem vem no sentido Maceió – Sertão.
Gastar energia das pernas subindo a serra do Goiti, somente para pesquisadores e pagadores de promessa. Passar horas em contemplação, anotando o que se vê e o que se sente, pode até ser compensador. Não se pode deixar passar o elogio à beleza dos arredores que a altitude impõe. Sem a euforia das visitas o lugar é solitário e parece perigoso. O chamado Cristo do Goiti é uma estátua que está ali no topo abençoando os arredores, rodeado de algumas espécies vegetais da Mata Atlântica. Entretanto, como em todos os lugares do Nordeste, o desmatamento não tem onde se esconder.
Lá em baixo está a “Princesa” com seu comércio, suas faculdades, suas tradições e seu clima ameno que caracteriza o Agreste. Seus museus contam a história do município e a luta palmeirense pela via férrea que chegou na década de trinta e se foi como a Fumaça da Maria.
Andar nas suas ruas e colinas, descobrir as tradições. Era ali onde Graciliano escrevia para um jornal. Foi acolá onde expuseram as cabeças dos cangaceiros mortos em Angicos. E... Mais adiante é onde se vende pinha doce.
Palmeira dos Índios oferece muito mais... É bastante mergulhar
nas suas avenidas e na sua história que a própria história conta.

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