quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

PALMILHANDO O SERTÃO VELHO DE GUERRA


PALMILHANDO O SERTÃO VELHO DE GUERRA
Clerisvaldo B. Chagas, 13 de janeiro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.618

Motorista Luciano e escritor Marcello Fausto, domam o tigre da Maravilha
Foto: (Clerisvaldo B. Chagas).
Verificado o equipamento, após um café madrugador e nordestino, saímos para o Alto Sertão Alagoano em busca de um escorregadio Ponto Extremo Oeste. No roteiro do mapa traçado, fotografamos o rio Capiá, o serrote (inselberg) do Carié, a serra da Caiçara (Maravilha), o rebordo do Maciço de Mata Grande e botamos para cansar os pneus pela BR-423. De Maria Bode, entramos para fotografar Delmiro Gouveia que muito progrediu. Mostra-se bonita, organizada que parece uma pequena capital. É uma das treze cidades atrativas de Alagoas. E assim, furando os municípios de Santana do Ipanema, Poço das Trincheiras, Maravilha, Canapi, Inhapi, Olho d’Água do Casado, Água Branca e Delmiro Gouveia, fomos contemplando o sertão pelado, pedregoso, cinza, onde o gado lambe a terra nua, seca e poeirenta. Uma tristeza sem fim! Todavia, as serras mais perto ou bem distantes apresentavam-se num festival de desenhos criativos disputando desafios e beleza. Apaixonado pelo compartimento Relevo, da Mãe Geografia, babava de vontade de “avionar” por aqueles paredões projetados pessoalmente pelo Grande Arquiteto do Universo.
Finalmente fomos encontrando trechos do Canal do Sertão, onde o paraíso quer salvar o inferno, até sumir nos braços da BR-110. Chegamos à divisa de Alagoa com Pernambuco no povoado Caixão no represamento do rio Moxotó. Ô região péssima para informações! Meu mapa estava correto e era preciso do Caixão andarmos mais a jusante da barragem, quatro quilômetros para a antiga foz do rio Moxotó, Ponto Extremo Oeste de Alagoas.  Mesmo estando certos, ainda fomos persuadidos a buscar informações em solo pernambucano no povoado Volta do Moxotó, onde o rio represado passa dali e forma um novo desaguadouro. Pense na temperatura, no deserto e na vegetação que só mostrava macambira e jurema secas. Um cabra da Volta do Moxotó nos informou o que eu já sabia, mas para chegar até a antiga foz do rio Moxotó não havia caminho. De canoa saindo do povoado Caixão não era aconselhável. Somente procurando Paulo Afonso para se subir de lancha até a foz afogada do rio Moxotó. Quem, eu? Vai “tu mesmo, vei!”.
Retornamos com o material capturado, deixando o passeio de lancha para depois. A meta agora é o Pontal da Barra, Ponto Extremo Sul de Alagoas em Piaçabuçu, mas aí é outra história ainda dentro deste mês. Todos os pontos extremos do estado terão fotos e considerações para muito mais conhecimentos dos leitores.

A equipe era composta do assistente professor, escritor e historiador Marcello Fausto e o motorista Luciano. Não perdemos uma só foto das 30 que testemunharam o trabalho. Já estão no livro as quinze escolhidas. Depois eu conto mais.

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domingo, 8 de janeiro de 2017

VALHA-ME DEUS!



VALHA-ME DEUS!
Clerisvaldo B. Chagas, 9 de janeiro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.617
Paulo Afonso (Sistema CHESF).
Nomes inusitados sempre aparecem em todas as pesquisas. Eles estão carimbados em pessoas, cidades, povoados e sítios. Lembro-me perfeitamente de um beberrão que aparecia na Ponte General Tubino, em Santana do Ipanema, Alagoas. Magro simpático, cabelo ralo, olhos apertados e que atendia pelo vulgo “Soim”. Eu que andava em busca de um personagem semelhante para o meu romance “Defunto Perfumado”, transportei o sujeito para a era de 30. A mesma coisa, já contei em crônica, encontrei um rapaz gordinho no alto sertão de Canapi, a quem o pessoal da fazenda pesquisada o chamava Rebolado. Herdei apenas o nome e o coloquei em um negro cruel do próprio romance, pistoleiro assalariado.
Pois bem, lá para as bandas de Senador Rui Palmeira, não recordo exatamente o município alagoano, existe o sítio “Apertada Hora”. Corri atrás do motivo pavoroso e, brincadeira ou não, uma senhora daquele lugar explicou a coisa. Certa transeunte dos sítios deparou-se com uma onça emboscada numa passagem alta e apertada. O resultado nem a entrevistada soube contar, mas até hoje o nome permanece no sítio, inclusive, mapeado no mapa estadual.
Lá no município de Delmiro Gouveia, também em Alagoas, tem outro lugarejo concorrente. Trata-se do “Valha-me Deus”. O motivo ainda não sei, imagino, porém, que deve ter sido algum momento de aflição.
O professor e parceiro literário, Marcello Fausto, irá conosco amanhã ao Ponto Extremo Oeste de Alagoas. Iremos passar perto do lugar “Valha-me Deus”.  Mas a meta mesmo é a desembocadura afogada artificialmente do rio Moxotó, Ponto Extremo jamais mostrado em livro geográfico e nem em foto de Internet. A foz  transformou-se em barragem para atender  a Usina Hidrelétrica Apolônio Sales, do Complexo de Paulo Afonso. Vale imagens do rio Capiá, do serrote do Carié, de ravinas, serras, vales e grotas, além da própria Delmiro Gouveia, uma das treze cidades atrativas do estado.
Depois será a grande viagem Santana-Piaçabuçu-Porto Real de Colégio-Igreja Nova-Jacuípe. Todos os Pontos Extremos de Alagoas serão mostrados na ponta das fotos surpreendentes e inéditas. Com outras imagens também geograficamente inéditas da foz do rio Paraíba do Meio e a do rio Mundaú, estaremos encerrando nossas pesquisas da Geografia Física. Depois... Bem, depois será a fase das correções, comparações e mais, mais, mais com um pente longo e fino. Ê Alagoas!











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