PALMILHANDO O SERTÃO VELHO DE GUERRA
Clerisvaldo B.
Chagas, 13 de janeiro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.618
Motorista Luciano e escritor Marcello Fausto, domam o tigre da Maravilha Foto: (Clerisvaldo B. Chagas). |
Verificado
o equipamento, após um café madrugador e nordestino, saímos para o Alto Sertão
Alagoano em busca de um escorregadio Ponto Extremo Oeste. No roteiro do mapa
traçado, fotografamos o rio Capiá, o serrote (inselberg) do Carié, a serra da
Caiçara (Maravilha), o rebordo do Maciço de Mata Grande e botamos para cansar
os pneus pela BR-423. De Maria Bode, entramos para fotografar Delmiro Gouveia
que muito progrediu. Mostra-se bonita, organizada que parece uma pequena
capital. É uma das treze cidades atrativas de Alagoas. E assim, furando os
municípios de Santana do Ipanema, Poço das Trincheiras, Maravilha, Canapi, Inhapi,
Olho d’Água do Casado, Água Branca e Delmiro Gouveia, fomos contemplando o
sertão pelado, pedregoso, cinza, onde o gado lambe a terra nua, seca e
poeirenta. Uma tristeza sem fim! Todavia, as serras mais perto ou bem distantes
apresentavam-se num festival de desenhos criativos disputando desafios e
beleza. Apaixonado pelo compartimento Relevo, da Mãe Geografia, babava de
vontade de “avionar” por aqueles paredões projetados pessoalmente pelo Grande
Arquiteto do Universo.
Finalmente
fomos encontrando trechos do Canal do Sertão, onde o paraíso quer salvar o
inferno, até sumir nos braços da BR-110. Chegamos à divisa de Alagoa com
Pernambuco no povoado Caixão no represamento do rio Moxotó. Ô região péssima
para informações! Meu mapa estava correto e era preciso do Caixão andarmos mais
a jusante da barragem, quatro quilômetros para a antiga foz do rio Moxotó,
Ponto Extremo Oeste de Alagoas. Mesmo
estando certos, ainda fomos persuadidos a buscar informações em solo
pernambucano no povoado Volta do Moxotó, onde o rio represado passa dali e
forma um novo desaguadouro. Pense na temperatura, no deserto e na vegetação que
só mostrava macambira e jurema secas. Um cabra da Volta do Moxotó nos informou
o que eu já sabia, mas para chegar até a antiga foz do rio Moxotó não havia
caminho. De canoa saindo do povoado Caixão não era aconselhável. Somente
procurando Paulo Afonso para se subir de lancha até a foz afogada do rio
Moxotó. Quem, eu? Vai “tu mesmo, vei!”.
Retornamos
com o material capturado, deixando o passeio de lancha para depois. A meta
agora é o Pontal da Barra, Ponto Extremo Sul de Alagoas em Piaçabuçu, mas aí é
outra história ainda dentro deste mês. Todos os pontos extremos do estado terão
fotos e considerações para muito mais conhecimentos dos leitores.
A
equipe era composta do assistente professor, escritor e historiador Marcello
Fausto e o motorista Luciano. Não perdemos uma só foto das 30 que testemunharam
o trabalho. Já estão no livro as quinze escolhidas. Depois eu conto mais.
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