AJEITANDO OS MALOTES
Clerisvaldo B.
Chagas, 22/23 de janeiro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Quando os pardais se agitarem no telhado;
quando o bem-te-vi estridular no olho do pau; quando o galo carijó pular na
estaca do paiol, a pequena equipe geográfica vai cair no oco do mundo.
A
direção não é mais para o Alto Sertão Delmiro/ Moxotó. O rumo é caatinga,
agreste, baixo São Francisco.
Numa programação seriada e periférica vamos à
ravina do riacho João Gomes, Batalha e fazendas, açude de Jaramataia, serrote
do Japão, Arapiraca, lagoa Pé Leve, várzeas de Igreja Nova/Porto Real de
Colégio, Penedo e Pontal da Barra em terras de Piaçabuçu. E numa volta de alto
nível, São Sebastião, Junqueiro, Anadia, Boca da Mata, Maribondo, serra do
Ouricuri, vale do rio Porangaba, serra das Pias, serrotes do Cedro e do Vento e
assim por diante.
Mês de janeiro em pesquisa de campo é
favorável em vários aspectos. Mas o Sol valente que não larga o plantão costuma
partir o sujeito em dois. Chapéu à cabeça e um botijão d’água completo nas
rampas das serranias, sombra de quixabeira é miragem de caminhante.
Quando o jumento ornejar na hora aprazada;
quando gemer a rolinha fogo-pagou; quando o gavião baixar dos céus e quando a
sombra chegar à barriga do cavalo, é sinal de estômago vazio. Acampar!!!
E por aqui, amiguinhos, no Sertão afogueado
do Ipanema, nem sinal de chuva! Nimbus e Cumulos não surgem mais. Olhos grudados lá pra cima, sertanejos como
nós ainda montam na esperança de robustos e temerários trovões; afinal, dizem
os mais velhos: “trovoada de janeiro tarda mais não falha”. Quem sabe!
Vamos à FOZ?
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