quarta-feira, 1 de março de 2017

SOBREVIVENTES DA FOLIA



SOBREVIVENTES DA FOLIA
Clerisvaldo B. Chagas, 10 de março de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.639
Ilustração (Cultura-Estadão).
Repete-se o ciclo e finalmente março de novo. Para uns, o mês das águas, para outros, o primeiro dia de real trabalho no Brasil. Terceiro mês do ano no calendário gregoriano e um dos sete meses com 31 dias. O nome março surgiu na Roma Antiga, quando era o primeiro mês do ano e chamava-se Martius, de Marte, o deus romano da guerra. Em Roma, onde o clima é mediterrânico, março é o primeiro mês de primavera, bem como para que se comece a temporada de campanhas militares.
Para a grande maioria do trabalhador do Brasil, apenas um mês longo, sem feriado e início da dureza. A classe política de Brasília nem está dormindo direito, aguardando ansiosos certas rebordosas que irão despontar neste mês de guerra. No rio São Francisco, como sempre, inúmeros afogamentos das nascentes à foz. Em Pão de Açúcar morrendo uma policial do estado sergipano. No interior de Alagoas, acaba-se o tão falado Carnaval de Piranhas que durou alguns anos polarizando a festa de Momo. É isso que dizem os foliões santanenses que sempre se deslocaram para o rio. E Pão de Açúcar como opção capricha na alta temperatura (terceira do Brasil) desestimulando muitos aventureiros em direção a terra Espelho da Lua.
Com muita zuada e quase ninguém nas vias, agoniza os velhos carnavais santanenses que parecem enjoados nesses tempos modernos. No Sertão inteiro, os que não estão pulando sem graça, dividem-se entre às próprias residências, chácaras, fazendas e sítios torrados pela seca. Entram na cachaça à sombra do alpendre, dos juazeiros, das algarobeiras.
Em Olho d’Água das Flores, é dia tradicionalismo em contar os bêbados logo pela manhã em famoso beco da cidade.
Chega a tão odiada pelos bebões quarta-feira de cinzas, mas abraçada pela fé católica como início da Quaresma; período de quarenta dias em que se aproveita para uma faxina negativa e reconciliação com o Grande Arquiteto do Universo. Isso faz lembrar o saudoso vereador santanense Zé Bodinho: “Não bebo durante a Quaresma de modo nenhum”.
E nesse amanhecer de março, enquanto uns estão ainda roncando jogados nas vielas, lambidos pelos cachorros e outros contam os bêbados dos becos, a Igreja abre as portas para cruzar a testa dos fiéis com cinzas bastante significativas. Afinal, tudo vira cinzas mesmo, apreciadas pelos sobreviventes da folia.






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domingo, 19 de fevereiro de 2017

VIVA A AÇÃO NO GOITI



VIVA A AÇÃO NO GOITI
Clerisvaldo B. Chagas, 20 de fevereiro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.638


AÇUDE DO GOITI. Foto: (baixaki.com).
O rio Perucaba, cujo início em Arapiraca havia sido transformado em açude, foi urbanizado. O seu entorno, virou área de lazer e, em beleza, nada deve a nenhum semelhante do Brasil. O simples açude redescoberto passou a se chamar “Lago do Perucaba”. Essa área de lazer tão bela é hoje o principal atrativo da cidade e motivo de intenso orgulho do povo arapiraquense.
Apenas complementando, o rio Perucaba despeja no rio São Francisco, após formar a lagoa do Banguê, na Marituba de Baixo, em Penedo. Gostou do detalhe informativo?
Pois bem, em Palmeira dos Índios existe o açude do Goiti, no centro da cidade e que possui uma longa história desde o Século XIX. Mesmo urbanizado, muitas coisas ainda faltam para que o local se transforme no segundo Lago Perucaba.
Mas nessa luta humana contra e a favor da Natureza, chega uma ótima notícia de Palmeira dos Índios. As autoridades deram início a uma grande limpeza no açude e no entorno. Quando terminarem todo serviço mais grosseiro, será a vez da retirada do assoreamento. Falam em iluminação, pintura e tudo o mais.
De acordo com o secretário de urbanismo Marcos Bezerras, até o final do ano será feito uma passarela ao redor de todo o lago, que servirá como área de lazer para a população:
 “As pessoas vão poder fazer caminhadas ao redor do Lago, que já estará iluminado e limpo, com o trabalho de nossas equipes. Também existe um projeto para revitalizar toda a área do Lago, ou açude, como muitos conhecem. Queremos que esse, que é um dos nossos cartões postais, realmente atraia turista e seja um ambiente de lazer para os palmeirenses (...)”. (Tribuna de Alagoas, 18.02.2017).
A propósito, Goiti é a serra em cujo sopé fica o açude. No cimo, como foi colocada uma estátua do Cristo com os braços abertos, passou o local à denominação popular: “O Cristo do Goiti”, bem como “O Açude do Goiti”.
A serra do Goiti faz parte, geograficamente falando, do relevo de Alagoas da Escarpa Ocidental.
Depois contaremos mais.





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