domingo, 17 de dezembro de 2017

ENTERRANDO OS SINOS


ENTERRANDO OS SINOS
            Clerisvaldo B. Chagas, 18 de dezembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.803

BÊNÇÃO DE NOVOS SINOS EM APARECIDA. FOTO: (G1).
Conversando com amigos a respeito da potência dos sinos de Igreja Nova e da Matriz de Senhora Santa Ana, de Santana do Ipanema (Alagoas) entramos em parte da história do sino no mundo.
Dizem que foi na China que teve início a história do sino, no ano de 3000 a.C. A Igreja tinha o sino como coisa pagã e só foi reconhecê-lo no decorrer do século II d.C., para anunciar os Evangelhos e chamar os  fiéis para as reuniões. No século VI os monges missionários introduziram os sinos na Europa Central.
Fabricar sinos desde os enormes aos simples sininhos de bois de carro, sempre foi uma arte. Foi a partir do ano de 1600 que surgiu a técnica de produzir determinados timbres, notas e até melodias. Falam que a partir daí, foi possível fazer soar vários sinos ao mesmo tempo sem dissonância.
Quanto ao fabrico, é fantástico o ritual. O sino é composto de 20% de estanho e 80% de cobre, levando-se em conta a espessura, o timbre que se quer, o preparo da matéria e o escorrimento do material fundido para dentro da forma. Além disso, vem o misticismo: tem que se fazer silêncio e uma prece a Deus. Para que a forma não seja destruída ao atingir a temperatura de 1.150 graus, ela é enterrada no chão da oficina e o líquido incandescente escorre em sua direção por canais de tijolos. O sino só é desenterrado, quatro dias depois, com a temperatura normal. O molde é retirado e o timbre testado.
Um sino excelente soa a quilômetros de distância. Nas guerras antigas os inimigos invasores procuravam em primeiro lugar, calarem as vozes dos sinos que davam o alarme para os defensores. Muitos sinos, com o advento do canhão, foram transformados em canhões, pelos inimigos. Sinos foram derretidos para obtenção do estanho, durante as duas Grandes Guerras, no século XX.
Em Santana do Ipanema (AL), o quilombola apelidado “Major”, podia até não entender de fabrico de sinos; mas foi o Mestre dos mestres dos sineiros do município e da região.
Major é major, pois não.







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quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

ARBORIZAÇÕES SERTANEJAS


ARBORIZAÇÕES SERTANEJAS
Clerisvaldo B. Chagas, 15 de dezembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.802

CRAIBEIRA. (Divulgação).
O Sertão voltou a pegar fogo e a cor cinza estar predominando no semiárido, nas serras e nas baixadas, como se as árvores fossem simples garranchos. A temperatura dos últimos dias aperreou muita gente no Médio e Alto Sertão e no Sertão do São Francisco. O Sol abrasador no asfalto e no calçamento das ruas faz subir uma temperatura que pode até comprometer a saúde de pessoas, principalmente, as mais vulneráveis. Daí a necessidade de uma melhor qualidade de vida através da arborização. Com a realidade vivida no semiárido, toda a vegetação arbórea no entorno das cidades sertanejas, deveria ser preservada e transformada em parque protegido (pulmão verde) para amenizar a temperatura desses núcleos urbanos, coisa que se atinge até em média de 2 graus.
A arborização de ruas e avenidas é uma necessidade e coisa fácil de fazer, inclusive implantar os parques verdes dentro também das próprias cidades, tantos quanto for o tamanho da cidade.  Alguns núcleos possuem bastantes árvores, mas é tão importante arborizar quanto realizar a poda obedecendo a calendário com orientação de agrônomo. Os galhos da poda poderiam ser levados para local apropriado e ser transformado em humos, gerando riqueza para o homem e para a terra. Além das sugestões acima, para diminuir as temperaturas das cidades, ainda se podem estimular os plantios de árvores frutíferas nos quintais disponíveis, com distribuição de mudas e campanhas educativas.
 Segundo Larissa Costa e Samuel Roiphe Barreto: Água para vida, água para todos: livro das águas:
(...) Quando a chuva cai em uma região arborizada, escoa lateralmente pelos troncos e folhas das árvores e alcança o solo de forma suavizada, diminuindo o impacto da gota ao cair no chão. Uma parte desta água é evaporada ou absorvida antes de chegar ao solo (...). Quando retiramos a cobertura vegetal de um lugar, deixamos o solo desprotegido. A capacidade do terreno de reter a água da chuva é diminuída e esta passa a escorrer muito rápido, arrastando a camada superficial do solo. Além de se iniciar um processo de erosão e de perda de fertilidade do solo, os materiais arrastados com a água, vão se acumular no fundo dos rios, lagos e fontes, deixando o leito do rio cada vez mais raso, ocasionando o seu assoreamento.



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