quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

MARGINAL SÃO FRANCISCO

MARGINAL SÃO FRANCISCO
Clerisvaldo B. Chagas, 28 de dezembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.811

PIRANHAS. F\OTO: (AGÊNCIA ALAGOAS).
Não podemos avaliar se hoje ainda existe a necessidade crucial da rodovia anunciada desde os tempos do governador Suruagy. Também não lembramos se ele tinha alguma outra intenção na rodovia marginal sanfranciscana ou se seria apenas ligar as cidades do Velho Chico. O tempo passou, o dirigente morreu, o rio São Francisco vive de esmolas de águas das suas represas, em agonia progressiva. Todas as cidades alagoanas às suas margens possuem asfalto ou antigas rodagens que eram as estradas de terra. Como não sabemos sobre a conversa do início, gostaríamos da informação se mesmo assim o sonho da Marginal São Francisco permanece em algum surrão do atual governador.
Não se pode negar que muito já foi feito em Alagoas em termos de rodovias novas, há muito aguardadas e sem esperanças. Quem sabe, talvez, em importância maior do que a que estamos falando. Afinal, sempre que se constroem estradas e se assegura a manutenção, todas as áreas cortadas por elas se beneficiam e encontram oportunidades de progresso. Aqui é o escoamento da produção leiteira; ali é o transporte da cana-de-açúcar, álcool, biodiesel; acolá o trânsito do arroz, frutas, algodão, madeira, couros, fumo, mandioca... E a produção ganha o Nordeste, o Brasil e o mundo. E como dizia o nosso saudoso mestre, Alberto Nepomuceno Agra, sobre o comércio: “É a troca de mercadorias por mercadorias tendo como intermediário o dinheiro”.
Então, voltamos a bater na mesma porta sobre a Marginal São Francisco. Uma rodovia desde o município de Delmiro Gouveia sempre descendo pela margem esquerda do rio, colada a ele, passando por Olho d’Água do Casado, Piranhas, Pão de Açúcar, Belo Monte, Traipu, São Brás, terras de Igreja Nova Porto Real de Colégio, Penedo e Piaçabuçu, para o atual Boom de turistas atraídos tanto pelos cânions, quanto pelas cidades e suas histórias imperiais, cangaceiras, desbravadoras, além da culinária, folclore e paisagens inigualáveis... Quem não gostaria de virar novo bandeirante!

Mas como indagar não ofende, fica no ar a pergunta atualizada sobre o valor de um sonho que vale à pena: Sai ou não sai à rodovia? 

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terça-feira, 26 de dezembro de 2017

A FORÇA DO GRAVATÁ

A FORÇA DO GRAVATÁ
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de dezembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.810

CURVA DO RIACHO GRAVATÁ. Foto: (Divulgação).
“Um grave acidente resultou na morte de duas pessoas e deixou outras duas feridas na manhã deste domingo (24), na rodovia BR-316, em Santana do Ipanema, Sertão de Alagoas”. Notícia do site alagoasnanet.
O acidente aconteceu em longa curva aberta – que vai fechando no sentido Maceió Santana – até encontrar a ponte do riacho Gravatá. A pista é boa e larga e a curva longa não oferece risco algum se o condutor do veículo seguir as diretrizes do trânsito. Talvez, por ser boa demais, existem os abusos de velocidade, a embriaguez ao volante, o uso do celular, a ultrapassagem imprudente ou mesmo um fator inesperado que provoque o sinistro. Conhecida como a “curva da morte”, o citado trecho tem ceifado muitas vidas nas últimas décadas. Mas ninguém de sã consciência pode colocar a culpa naquele pedaço de pista, a não ser como defesa de quem não quer assumir a culpa que lhe pertence.
O riacho Gravatá é um dos mais belos afluentes do rio Ipanema. Belo porque nasce numa região serrana, imediações da pujante serra do Gugi, outrora celeiro de frutas da região. Também se localiza próximo ao povoado São Félix, escorre entre montanhas, formando poços sombreados por árvores de porte como a craibeira. Mesmo com o desmatamento que acontece ao longo do leito, continua o riacho gravatá sendo romântico e valente oferecendo banhos inesquecíveis nos poços do seu curso periódico. Corta a BR-316 no sítio Gravatá passa sobre a ponte da “curva da morte” e segue entre os montes do sítio Poço da Pedra e outros sítios famosos até desembocar no rio Ipanema.
Devido ao seu percurso aprazível, demos a ideia de formarmos ali um acampamento para retiro semelhante ao do riacho Tigre, no município de Maravilha e que atrai gente durante o Carnaval, até do estado de Pernambuco. Infelizmente não levamos a ideia adiante e nem temos mais interesse no assunto. Mas a ideia pode continuar e ser realizada por pessoas religiosas interessadas em fugir das loucuras dos carnavais.
Enquanto isso, o riacho gravatá, ora seca, ora enche, oferecendo o seu cenário a quem interessar possa, indiferente às imprudências ou fatalidades que acontecem perto da sua ponte na “curva da morte”.






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