terça-feira, 21 de abril de 2020

CHEIA ESCAVA, CHEIA ATERRA


CHEIA ESCAVA, CHEIA ATERRA
Clerisvaldo B. Chagas, 21 de abril de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.296
TRAVESSIA DO MINUINO EM 1983. (FOTO: LUÍS EUCLIDES).

Quando a Ponte General Batista Tubino (era interventor de Alagoas) estava para ser iniciada, em Santana do Ipanema, também houve certa frustração. O povo esperava que a citada ponte fosse construída sobre o rio Ipanema, mas no trecho da antiga rodagem que deva acesso a Olho d’Água das Flores. Um dos lugares mais largo do rio Ipanema, em torno de 150 metros, o trecho chamado Minuino, era uma travessia de areia grossa. Em torno dos anos 1960, uma surpresa para a nossa geração: O Ipanema em uma das suas grandes cheias, escavou o trecho e trouxe à tona uma passagem molhada construída não se sabe quando. Foi para a meninada e os passantes como a descoberta de um belíssimo tesouro.
Pode ter sido ou não, obra do Dr. Otávio Cabral (fora interventor da cidade em 1932) para melhorar o trajeto entre Santana e a Sementeira, estação agrícola experimental do governo no sítio Curral do Meio II. Cabral foi o agrônomo que revolucionou a Agricultura do sertão de Alagoas com respaldo para Sergipe e Pernambuco, anos 20. Voltando à passagem molhada, tempos após a sua descoberta pelo rio, foi retocada aqui e ali pelas autoridades locais. Quando as cheias eram mínimas, as águas passavam por algumas bueiras quadriculadas enquanto nós, os meninos deslizávamos com elas   pelas bueiras de cimento e pedras. Nessa época de adolescência já ninguém ouvira falar do nome daquele trecho: Minuino. Agora, principalmente, o topônimo foi extinto do conhecimento santanense.
Pode ter tido origem no espanhol ou na linguagem indígena. Tudo leva à palavra Menino.
No caso da ponte, o antigo Minuino não viu nem o cheiro. A ponte de concreto foi mesmo erguida na região do Centro Comercial com complemento de rodovia para Olho d’Água das Flores. Até hoje o Minuino ficou esquecido e passou a ser um atalho para quem quer seguir para a cidade acima. Depois de muitas peripécias durante as pequenas cheias, meninada e passantes contemplaram os estragos dessa última que se foi com a passagem molhada que estava sendo o lazer da garotada e depósito de lixo dos arredores.
A prefeitura atual tenta consertar a passagem molhada que desde a época de Minuino clama por uma ponte na porta da ingratidão.
Ô Santana, minha terra.



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domingo, 19 de abril de 2020

TÁ FICANDO DEZ


TÁ FICANDO DEZ
Clerisvaldo B. Chagas, 20 de abril de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.295
RUA DO TÊNIS CLUB. (CRÉDITO: SITE SERTÃO NA HORA/JEAN SOUZA

Muito bom o acompanhamento de um site da terra na movimentação asfáltica da cidade. É assim que a população fica  bem informada, principalmente nessa fase difícil de não sair às ruas. Mas enquanto acontece o confinamento, os heróis populares do asfalto, continuam firmes nas ruas e avenidas de Santana do Ipanema, passando o piche em lugares estratégicos da cidade. Quem diria que ruas anteriormente esquecidas fossem receber esse beneficiamento moderno! Chegam até nós texto e fotos dos lugares contemplados pelo modernismo. A Rua Professor Enéas, humilde e sofrida foi premiada, segundo o referido site. Assim também teria acontecido na Rua Ormindo Barros (rua da Rádio Milênio) e Rua  Adeildo Nepomuceno Marques (via do Tênis Clube Santanense) que também pega toda a lateral da Escola Padre Francisco Correia.
Assim sendo, todos os veículos motorizados da região do Bairro São Pedro e imediações, evitarão o Centro Comercial aliviando o trânsito, rumo à capital. É que a Rua Ormindo Barros asfaltada, terá papel preponderante naquela periferia servindo de alentador atalho. E se a Capital do Sertão já é bela por natureza, muito mais bela ficará, principalmente após as sinalizações horizontais e verticais que dão segurança, colorido e ornamentação. Pode parecer ufanismo tolo, mas as ruas empoeiradas da própria Maceió, lutam com suas associações pelo benefício a que todos têm direito. “Circular na “maciota” para cima e para baixo não tem preço”, como falou um mototaxista entusiasmado.
O projeto do governo estadual junto às prefeituras dá um salto circense de qualidade no padrão de vida das cidades interioranas. Poeira no verão e lama no inverno viram coisas do passado. E com o predomínio do asfalto nas ruas, os próprios prefeitos agraciados com o Projeto, imaginam de imediato novos empreendimentos que valorizam ainda mais os trechos com pretume que cobrem os paralelepípedos tronchos. Claro que não esquecemos das ruas que ficarão sem o petróleo, mas com apenas 18 km de asfalto muitas delas ficarão sem o benefício como a da minha residência. Fazer o quê? Mas se o prefeito de Santana do Ipanema fizer posteriormente um novo esforço, cremos que todos os lugares, sem exceção, estarão incluídos neste sonho mais avançado.
Novamente parabéns ao prefeito Isnaldo Bulhões, a sua equipe e aos incansáveis operários de cor laranja que fazem a cobertura.








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