terça-feira, 25 de agosto de 2020

 

CURSO DE MEDICINA

Clerisvaldo B. Chagas, 26 de agosto de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.372

     MONUMENTO AO JEGUE E AO BOTADOR D'ÁGUA. (FOTO: B. CHAGAS).


O Curso de Medicina que virá para Santana do Ipanema, conforme foi noticiado, será a maior conquista da cidade em todos os tempos modernos. Ele representará a cereja do bolo do desenvolvimento. Santana se transformará em outra Santana e atrairá muitas e muitas coisas boas e inimagináveis. Mas temos que olhar para a mobilidade urbana, Santana ficou pequena para tantos automóveis e carros de todos os tipos. Achamos até interessante uma senhora de fora reclamando em uma das rádios da cidade a falta de estacionamento. Estacionar no Centro pela manhã, só com “uma légua de distância”. É todo sertão, alto sertão e sertão do São Francisco circulando e fazendo negócios pelas nossas ruas. Foi por isso que aumentou o número de hotéis e pousadas por todos os bairros da Rainha e Capital do Sertão.

O nosso olhar não é de político, é de geógrafo urbano cujas profecias de observação foram todas realizadas. Santana cresceu tanto que não é mais possível continuar com essa obsoleta estrutura física. Sendo uma cidade ladeirosa, cortada por rio e riachos, precisa de novas estratégias e urgente replanejamento. Necessitamos de verba federal e estadual para desafogar o trânsito. Construções de mais pontes, viadutos e passarelas... Novos becos, novas passagens porque já estamos vivenciando a Santana do futuro, a do presente exige novas engenharias para saltos gigantescos e necessários. A hora é agora.

Também seria muito bom que o Departamento de Cultura, divulgasse quantos bairros oficiais nós temos e os seus limites. Estão misturando tudo, chamando bairro de rua e rua de bairro até mesmo nos meios de comunicação.  Planejar, acertar e divulgar.  Quanto aos povoados, volto para o Departamento de Cultura, quantos são? Estão dando nome de povoado a lugares não aglomerados, o que não caracteriza aquela condição, a não ser a de sítio. E se é para crescer, vamos crescer por todos os lados e com regras determinadas se não o povo vai misturar até os santos semelhantes.

  


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segunda-feira, 24 de agosto de 2020

 

HOMENAGEM A MANIÇOBA/BEBEDOURO

Clerisvaldo B. Chagas, 25 de agosto de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.371

                             (Foto/crédito: sertão na hora).

Quando os fundadores de Santana chegaram à Ribeira do Panema, 1771, um deles comprou a fazenda “Picada” de João Carlos de Melo que depois foi morar em terras da atual Poço das Trincheiras. A fazenda Picada ia do Lajeiro Grande, Pedra do Barco, até o riacho Mocambo, passando antes pelo riacho da Tapera do Jorge e Lagoa do Mijo. O documento de venda é datado do lugar Maniçoba, onde talvez morasse João Carlos de Melo. A fazenda Picada nada tem a ver com a fundação de Santana. A fazenda que deu origem a Santana foi a de Martinho Rodrigues Gaia e ninguém nunca soube se tinha nome. Ribeira do Panema era a região de todo o rio Ipanema, e não nome de fazenda, Ribeira quer dizer rio. (foi publicado alguma coisa equivocada).

Maniçoba e Bebedouro cresceram emendados numa rua comprida e algumas rebarbas laterais, mas haviam parado no tempo.  Maniçoba, arvoreta que produz o látex da borracha. Bebedouro por ser lugar de bebida para o gado. Maniçoba e Bebedouro formaram-se ao longo do rio Ipanema a cerca de 2 km do centro da cidade e já foi estrada para Maceió. Também já foi palco de festas religiosas e folclóricas do município. Lutando com unhas e dentes por melhoria, sempre foram desprezados por inúmeras gestões seguidas de intendentes e prefeitos. Pobreza intensa. Somente nas duas últimas décadas começou a receber melhoras significativas, uma longe da outra. Assim chegou o calçamento para a rua principal, a água e a luz elétrica. Ficaram lhes devendo ligação com a cidade através do Bairro São Pedro, o mais perto de lá em cerca de apenas 1 km.

Esse subúrbio cresceu, ampliou uma estrada de aveloz que saía na BR-316, e foi sendo povoado de fora para dentro na região da nova estrada que sai por trás da UNEAL, perto do Batalhão de Polícia. Toda aquela área atualmente progrediu e está irreconhecível para quem a conheceu há dez anos atrás. Finalmente agora, quase no fim do mundo, vai ganhar a ligação Maniçoba – Bairro São Pedro (1km) milhares de vezes negadas. O asfalto chegará até o calçamento da rua principal, marcando de vez o resultado do esforço e da luta de mais de cem anos. Mas a prefeita deveria aproveitar e puxar o asfalto do Largo Lulu Félix, que antecede aquele calçamento, também pela estrada bifurcada que sai na BR-316. Não dá 2 km, ajudaria na mobilidade urbana quando teríamos uma nova alternativa de saída para a capital, sem passar pelo centro, descongestionando o trânsito e ganhando tempo.  

A priori, Maniçoba e Bebedouro já movimentaram vários curtumes que alimentaram de couro e sola toda a nossa região. Sumiram por falta de incentivo das autoridades. Parabéns a este subúrbio pelo asfalto, coroa das batalhas infindáveis dos seus moradores. Pena a líder comunitária e ambientalista da AGRIPA, Dona Joaninha, moradora do Bebedouro não ter tido mais um pouco de vida para contemplar a vitória. Parabéns à prefeita Christiane Bulhões pela visão acertada em favor de um lugar que já existia há 249 anos e traduz o primeiro documento conhecido de Santana do Ipanema. Dona Joaninha poderia ser nome do nome do novo trecho que está sendo asfaltado.

 

 

 

 


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