quarta-feira, 21 de agosto de 2024

 

JUMENTO

 E muito bem adaptado ao transporte de cargas para long

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano.

Crônica: 2.091

 



Depois do ombro do homem e a canoa, o jumento e o cavalo chegaram ao Brasil pouco tempo após o descobrimento para auxiliar no transporte de cargas. O jumento se adaptou bem ao Nordeste com suas diversas raças vidas de várias partes do mundo. Como seu lombo é mais adaptado para cargas, começou a transportar mercadorias de mais peso e, o cavalo a transportar pessoas. Mais tarde, chega o burro vindo de outras partes da América do Sul e adaptado à cargas para longas jornadas. Para completar o trio surgiu o carro de boi que carregou juntos o Brasil nas costas até o surgimento do trem e do caminhão: Jumento, burro, cavalo e carro de boi, fizeram o Brasil chegar ao ponto que você conhece hoje. Cada qual com sua história, vejamos o jumento, jegue ou asno.

Numa fazenda no Sertão Nordestino, um jumento sempre foi um dos sustentáculos da propriedade. Com seus caçuás de cipós, transportando palma para o gado, levando e trazendo cargas de produtos para feira, abastecendo as casas com caçambas de madeira com latas, ou apenas com ancoretas de pau. Quando tinha boa passada servia até de montaria igual ao cavalo.  Mas, com a chegada de veículos motorizados, o jumento foi ficando à margem do interesse e até a proliferação de motos, meu também com vaqueiros que trocaram a montaria animal pelas motos de não sei quantas cilindradas. Os milhares de jumentos do Nordeste foram sendo abandonados, nos cercados, na caatinga, nas estradas...  No asfalto. O jegue passou a ser morador de rua.

Triste realidade da ingratidão humana com seus bichos de tanta ajuda de outrora. Vem então, a cobiça de alguns exóticos países, para adquiri-los por todos os lugares e transformá-los em carne, charque para deleite de seus cidadãos. O jumento já servia regiões áridas da antiguidade. Sempre esteve presente nos momentos mais difíceis do homem, ajudando nas secas prolongadas de inúmeros recantos do Globo. Hoje, somente no Sudeste ou no Centro-Oeste, se cria um tipo de jumento selecionado, visando o cruzamento com éguas, para a obtenção de burros e mulas para passeio e para o trabalho nas fazendas.

Até Nosso Senhor andou de jumento

Ô, humanidade!

JUMENTO AMARRADO NO LEITO SECO DO RIO IPANEMA (FOTO: B. CHAGAS)

 

 


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terça-feira, 20 de agosto de 2024

 

SAGRADA FAMÍLIA

Clerisvaldo B. Chagas, 21 de agosto de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.090

 



Caso pesquisemos direitinho poderemos até dizer que Santana do Ipanema é a Terra das Igrejas. Não que sejam igrejas grandes e luxuosas, mas sim, a quantidade de templos religiosos encontrados na cidade, como mostra o livro “O Boi, a Bota e a Batina; História Completa de Santana do Ipanema”, em páginas com o título: “Igrejas e Igrejinhas”. Impressionante a fé católica do povo santanense, inclusive, também em uma das páginas do mesmo livro, é mostrada uma pesquisa feito pelo professor de Geografia sobre o que o povo mais gosta em Santana. A pesquisa em vários bairros, feita por alunos trouxe como resultado “Missa”, em primeiro lugar. E nesse contexto vamos ver a Igreja da foto abaixo (Livro 230, Iconográfico aos 230 Anos de Santana do Ipanema).

Nunca soubemos o motivo, porém, o comerciante e fazendeiro, o mesmo que iniciou a rua particular vizinha a seu curral de gado e que depois foi chamada Rua de Zé Quirino, hoje Rua Prof. Enéas) senhor José Quirino, planejou fazer uma igreja no Bairro Monumento em homenagem à Sagrada Família. O terreno escolhido fazia parte de um antigo cemitério (o primeiro de Santana), construído no final do Século XIX, pelo padre Veríssimo e, demolido na década de 40. Para isso, o senhor José Quirino andou fazendo uma arrecadação entre os conhecidos, arrebanhando verbas para sua nobre finalidade. Foi erguida, então, a Igreja à Sagrada Família e devido a sua localidade e diferencial, passou a ser chamada pela população de “Igreja dos Ricos”.

 De fato a Igreja Sagrada Família, era frequentada quase somente pela elite do bairro. Contam os mais velhos que durante a campanha de arrecadação, uma das pessoas contatadas pelo senhor José Quirino falou coisas desagradáveis à Sagrada família e mais. Pouco tempo após, aquele homem dos impropérios, tão falado e conhecido em Santana do Ipanema e originário de uma cidade vizinha, morreu tragicamente em acidente automobilístico no lugar denominado Aterro. A Igreja Sagrada Família continua prestando serviços religiosos à população desde o ano de 1959. No terreno total do antigo cemitério, ainda tem uma casa com varanda, um prédio que foi repartição pública e uma parte com terreno baldio.

IGREJA SAGRADA FAMÍLIA (FOTO: B. CHAGAS/LIVRO 230 ICONOGRÁFICO AOS 230 ANOS DE SANTANA DO IPANEMA).

 

 

 


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