quinta-feira, 25 de outubro de 2012

JUVENTUDE COM FUTURO



JUVENTUDE COM FUTURO
Clerisvaldo B. Chagas, 25 de outubro de 2012.
Crônica Nº 893

Fazia tempo que eu não andava para os lados do povoado São Félix. Situado a 12 km de Santana do Ipanema, AL, o lugar funciona como entreposto do maciço santanense. Quando jovem, eu visitava, aos domingos a serra do Gugi, naquelas imediações, indo e vindo a pé, para passar o dia no topo, principalmente em épocas de mangas. Mas agora estava me dirigindo ao povoado, antes chamado Quixabeira Amargosa. Nas primeiras horas da noite de ontem, o automóvel rodava pelo Bairro São Vicente, Imburana do Bicho, serra da Camonga, Gravatá, até o destino. A mesma estrada de terra de décadas e décadas atrás, esquelética e longa. É que a antiga Quixabeira estava realizando uma programação cultural de três dias, em sua escola municipal. Compareci para uma palestra sobre a história do povoado, a convite da diretora e ex-aluna Lígia.
Nessa noite, dedicada à poesia, ao cordel, conheci a organização e o empenho da unidade. A escola havia sido dividida em compartimentos para suas atividades em favor da Cultura. Ideias criativas dinamizavam os trabalhos dos professores, cuja organização nada devia aos grandes estabelecimentos da cidade. Música, palestras, produções literárias, cordel, repentes de violas e até pinturas em tela, demonstravam o interesse dos corpos docente e discente. A homenagem ao sanfoneiro Luiz Gonzaga estava ali exposta em cartaz. Lembrei-me de Cândido, escritor e compositor daquela região, autor da música de sucesso nacional “Carcará”, em parceria com João do Vale. Cândido era dali de perto, do sítio Puxinanã e, representava muito bem essa juventude estudiosa do povoado São Félix. Falei sobre os diversos gêneros literários, li crônica e poesias à vontade. Matei um pouco as saudades daquelas bandas do Sertão, além de constatar que a cultura pode retirar inúmeros jovens da ociosidade.
De volta, enquanto os faróis do veículo furavam à noite, o motorista e músico, Paulo, ia descrevendo suas aventuras pela Argentina, Colômbia e falando sobre Angola. Abençoadas sejam a Educação e a Cultura, portas abertas também para o alunado rural. Ontem, Quixabeira Amargosa, hoje, São Félix, promoção e tanta. Uma JUVENTUDE COM FUTURO.

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terça-feira, 23 de outubro de 2012

UM VERDADEIRO HOMEM



UM VERDADEIRO HOMEM
Clerisvaldo B. Chagas, 24 de outubro de 2012.
Crônica Nº 892

J. Barbosa. Foto: F. Bezerra Jr./EFE
Neste Brasil, estamos cansados de saber, os ícones da maioria são jogadores, cantores ou astros de novelas. Eles estão sempre na mídia, arrebanhando atenção popular. Bons, ruins ou medíocres, como pilhas de canções bregas, sem pé e sem cabeça, sem letra, sem melodia, sem nada. A zoada predomina em muitas apresentações para uma juventude que não alcançou a boa música. Difícil é uma pessoa fora dessas áreas e da política ganhar notoriedade por grandes empreendimentos de benefícios ao ser humano. Um valoroso cientista, um médico que descobriu determinado tipo de doença ou venceu para a cura de outras, dificilmente ganham um espaço decente para suas descobertas. Citamos um cientista, um médico, como outro qualquer grande profissional em um ramo diferente. Os próprios escândalos de personagens da televisão, dos estádios, dos palcos, da bandidagem dos morros, rendem mais do que doença. E nós, brasileiros, vamos engolindo um bocado de porcarias e lembrando Chico Anysio: “Vai comendo, vai comendo...”.
Nessa conjuntura, numa olhadela quase impossível, surge um homem, simples, negro, sofrido, inteligente e com sede de Justiça, no STF – Supremo Tribunal Federal. O Ministro Joaquim Barbosa, aos poucos, foi marcando o seu território e se impondo primeiro como ser humano e depois como um bastião dos que clamam pela própria Justiça e, Justiça decente. Dessa vez, a mídia ajudou sim, a entornar o supérfluo de todo dia e, a mostrar a seriedade de um trabalho sob desconfiança geral. O julgamento do chamado Mensalão, para surpresa do Brasil, estar funcionando de verdade e implantará esse marco extraordinário para o presente e para o futuro da seriedade política brasileira. Sendo firme em seus pronunciamentos em favor da moralidade, o ministro Joaquim Barbosa, ganhou definitivamente a simpatia dos que têm vergonha e sentimento de brasilidade. Diante do poder econômico e político que oprimem e pressionam os paladinos, Joaquim Barbosa, mesmo que não se sinta herói nacional, já o é.
As manifestações de ruas em apoio ao Supremo, as máscaras do Ministro Barbosa em relevância, dizem bem que uma coisa muito boa estar acontecendo neste país. Os infames que se cuidem, isso é só o início. Ou rompe a porteira ou estoura o curral. O Brasil precisa descobrir muitos outros Barbosas, UM VERDADEIRO HOMEM.


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