segunda-feira, 22 de abril de 2013

OBAMA, OLHO NOS CABRAS



OBAMA, OLHO NOS CABRAS
Clerisvaldo B. Chagas, 22 de abril de 2013.
Crônica Nº 1004

Imagem (Wikipédia).
O presidente dos Estados Unidos soube dominar a ansiedade e sua ira no primeiro pronunciamento à nação, após o atentado. Diante de milhões de olhares no país, o líder tem consciência de que não pode citar palavras e frases ausentes de senso. Todos estão ali olhando para ele, querendo escutar firmeza, socorro e alívio. É um momento duro para qualquer autoridade que pegue em microfone. Obama foi feliz porque não acusou a nenhum país, mesmo estando em conflito verbal com a Coreia do Norte. Sua expressão facial não demonstrou raiva que deveria aparecer em situações como àquela, mas seu pronunciamento agradou aos americanos. As ações rápidas de todas as forças policiais embasaram o seu discurso, encerrando o episódio com duas vitórias: a das forças e a dele. O desenrolar das investigações, será outra etapa importantíssima para a segurança do povo americano. Quem ordenou o atentado? De onde partiu a ordem?  Quem deu cobertura aos dois irmãos? A rede de espionagem espalhada pelo mundo logo saberá.
O que fica na cabeça das pessoas é a trama do desconhecido no cérebro de cada um de nós. Como duas criaturas são acolhidas em um país desconhecido que fornece democracia e compartilha todos os seus momentos com os estrangeiros e, de repente, estes se voltam contra o benfeitor! O que faz com que uma pessoa nova, educada, estudiosa, largue tudo de repente para jogar bombas em outras que nada têm com essa covardia? Sim, antes de tudo uma ingratidão titã, depois uma covardia sem limites. O que é que merece terrorista assim? A religião logo se opõe ao grosseiro espírito vingativo. Olho por olho? Matar o homem como foram mortas às vítimas? Torturá-lo até à morte? Passar a mão na cabeça “do coitadinho que momentaneamente perdeu à razão”? Cadeia perpétua? Como tudo simples muitas vezes parece complexo! Não é fácil ser presidente dos Estados Unidos, país encrencado com Deus e o diabo. Ingratidão e covardia na terra do Tio Sam. OBAMA, OLHO NOS CABRAS!

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sexta-feira, 19 de abril de 2013

O CADÁVER DA POESIA



O CADÁVER DA POESIA
Clerisvaldo B. Chagas, 19 de abril de 2013.
Crônica Nº 1003.

Quem acompanha o mundo do repente nordestino, conhece bem as gírias dos cantadores violeiros. Uma das palavras utilizadas é “balaio” que significa versos cantados como improviso, porém, elaborados antecipadamente pelo autor. Cantar balaio ou versos decorados numa cantoria de improviso é falta de respeito ao parceiro e aos ouvintes. É comum se ouvir um repentista violeiro queixar-se: “Não gosto de cantar com Fulano porque ele só canta balaio”. Pois bem, Zé Coxo e Pedro Pavão, dois repentistas sertanejos, encontraram-se numa casa de fazenda para uma porfia (duelo, desafio) noite adentro. Zé Coxo logo percebeu que Pedro Pavão cantava balaio e era muito aplaudido. Ao terminar a primeira “baionada” (parte) para um rápido descanso vocal, Zé Coxo ausentou-se da sala, arranjou um baio de cipó de servir ração a animais, retirou o prato de arrecadar dinheiro, do centro, e em seu lugar pôs o balaio.  Aguardou a volta do parceiro que fora tomar uma pinga. Pedro Pavão, ao retornar, tomou um susto, mas logo entendeu a reclamação exageradamente ilustrada do parceiro. Zé Coxo aguardava a reação. Pedro fechou a cara, ausentou-se novamente e retornou com um galho de palma e facão-de-arrasto “pinicando” o vegetal no balaio deixado pelo companheiro. A plateia nada compreendia sobre o que estava acontecendo.
Pedro PAVÃO entendeu que o parceiro o estava chamando de corno, pois ração de palma é para os bois e, boi tem ponta. Antes de qualquer reação do dono da casa, Zé Coxo levantou-se com uma peixeira na mão e partiu para arrancar as tripas de Pedro Pavão. O povo acudiu, tomou as armas de ambos e deixou o restante para murros, tapas e pontapés. Pedro levou um soco no pau da venta e retribuiu com um coice de burro aplicado na região. Quando os dois estavam bastante cansados, o dono da casa mandou amarrá-los e quebrou as violas nas respectivas cabeças. Ainda sem entender a causa da briga, os leigos em cantoria aprovavam a nova diversão do proprietário fazendeiro: quebrar instrumentos musicais em cabeça de gente. Mais tarde, expulsos do terreno, os cantadores deixaram a vergonha presa na fazenda. Ficou no chão O CADÁVER DA POESIA.
·         Ficção.

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