quinta-feira, 28 de abril de 2022

 

 

A ÓTIMA NOTÍCIA

Clerisvaldo B. Chagas, 29 de abril de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.693





 

Adquirido pela UFAL – Universidade Federal de Alagoas, o terreno onde funcionava o Campo do Ipiranga, defronte o Hospital Dr.Clodolfo Rodrigues de Melo, demorou, mas construiu o seu Campus do Sertão da Universidade Federal de Alagoas. O belíssimo complexo já foi inaugurado e suas aulas estão asseguradas no Bairro Paulo Ferreira com os cursos de graduação em Ciências Contábeis e Ciências Econômicas. Esperava-se um boom de desenvolvimento no bairro após o hospital, o que de fato aconteceu. Agora a expectativa é que o bairro desenvolva ainda mais, tanto por causa dos ensinamentos da escola quanto do funcionamento da sua própria estrutura que atrairá restaurantes, lanchonetes, dormitórios, e investimentos pelos empreendedores locais.

Naturalmente novos cursos surgirão na UFAL, atraindo mais universitários para Santana e para o bairro. Acima do Hospital saiu conversa a respeito de uma Escola Superior de Direito. Ainda chegou a ser construída pequena estrutura em um loteamento particular, mas o assunto morreu, pelo menos pela Imprensa local. Os Cursos Superiores estão bem distribuídos no espaço Santanense. Isso permite às autoridades dirigir políticas públicas para esses locais. A UFAL está na parte alta do Bairro Paulo Ferreira, defronte ao Hospital; a UNEAL na chã do Bebedouro/Maniçoba, entrada/saída de Santana em relação à capital; e IFAL, no Bairro Isnaldo Bulhões, saída para Olho d’Água das Flores, muito embora não seja sede própria.

Como foi dito no início, as obras físicas da UFAL, chamam atenção no Alto da Cajarana, pela sua arquitetura e beleza o que conta muito para visitantes, curiosos e alunos, encaixando-se além disso em atrativo turístico bem perto da serra Aguda e da Reserva Tocaia.

PARCIAL DA UFAL APÓS A CERCA. (FOTO: IRENE CHAGAS).

 

 

 

 

 


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COMPRANDO PELES

Clerisvaldo B. Chagas, 28 de abril de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.692




 

Sentindo dificuldades para arranjar um encosto de lona para uma cadeira de balanço, lembrávamos que o usuário dos anos 60 utilizava pele de animal selvagem. Eram comprados com certa facilidade, a pele de onça, raposa e gato-do-mato, também chamado jaguatirica. Não havia ainda a proibição dessa matança por aí, embora nos anos 60 não se falasse mais na existência de onça, quando muito, uma onça de bode, onça parda ou suçuarana, mas já muito distante do nosso Médio Sertão. Os caminhoneiros traziam a pele de onça de outros estados, devido às encomendas. Todo o sertão vendia os produtos. Em Santana do Ipanema mesmo, havia um armazém de couros e peles onde atualmente é a Casa Lira. Pertencia ao cidadão ausente Jacó Nobre e, o homem rouco Antônio Baixinho, tomava conta.

Havia (ainda há) também um armazém de venda de couros e peles, construído no final da Rua Barão do Rio Branco. Sendo o último da rua, às margens do Ipanema, está sempre ameaçado por ele em épocas de cheias. Foi edificado pelo saudoso Firmino Falcão Filho (o seu Nouzinho) comerciante e fazendeiro que também foi prefeito do município. Geralmente esse tipo de armazém fedia pra danar, embora os que neles trabalhavam já estavam de narinas viciadas. O preço do couro ou pele, nunca procuramos saber, mas bastava encomendar e tinha o produto.  As leis foram chegando e endurecendo à atividade que ou ficavam apenas na venda de couro de animais domésticos ou vendia o prédio.

Essa atividade enricou a muita gente, inclusive ao coronel Delmiro Gouveia. Virgulino Ferreira, antes de ser o Lampião, já transportou couros e peles para Gouveia. Nunca, porém, fizemos pesquisas a respeito da rentabilidade em Santana do Ipanema. A curtição do couro na terra de Santa Ana acontecia nos curtumes do Bebedouro/Maniçoba no poço do Escondidinho. Muita gente trabalhava nessa atividade que abastecia as fabriquetas de calçados da região. E voltando ao couro curtido silvestre, o último que vi recostado em cadeira de balanço foi na casa do ex-vereador Cleto Duarte e dava-me impressão que fosse de raposa escura. Quanto a sua durabilidade, morre o usuário e fica o couro por gerações e gerações.

ARMAZÉM ANTIGO DE COUROS E PELES, O ÚLTIMO DA RUA BARÃO DO RIO BRANCO, EM 2013. (FOTO: B.CHAGAS/LIVRO 230)


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