LEMBRAR PELAS CICATRIZES ( Clerisvaldobchagas, 14 de março de 2011).        A catástrofe acontecida em território japonês foi lamentável e ...

LEMBRAR PELAS CICATRIZES

LEMBRAR PELAS CICATRIZES
(Clerisvaldobchagas, 14 de março de 2011).
       A catástrofe acontecida em território japonês foi lamentável e prevista. As prevenções contra fenômenos naturais não são totalmente seguras, apesar de todos os avanços que existem. Terremotos, maremotos e seus efeitos devastadores, furacões, erupções vulcânicas, fazem parte da renovação normal do planeta. São forças descomunais que levam o homem a procurar entendê-las e tentar, através desse conhecimento científico, conviver com elas. Essas forças não são inimigas e nem amigas, simplesmente elas existem e não podem ser ignoradas. O Japão estar assentado em um dos lugares mais perigosos da Terra. Faz parte do “Círculo do Fogo” ou do “Cinturão do Fogo”, que é uma enorme sucessão de vulcões nessa área do oceano Pacífico. Somente no seu território − arquipélago que congrega 6.852 ilhas – existem entre 80 e 108 vulcões em atividade. As principais ilhas são a de Honshu, Hokkaido, Kyushu e Shikoku que correspondem a 97% do território. 70% do país são florestas e montanhas, deixando a planície costeira para uma grande concentração de pessoas. O mar exerce importantíssimas influências em países arquipélagos. Geralmente são as planícies costeiras as mais procuradas pela população. Grande parcela da sobrevivência vem do oceano, todavia, também as planícies estão mais sujeitas aos ventos arrasadores e indomáveis, bem como aos tsunamis que são ondas fortíssimas provocadas pelos maremotos.
       Estamos solidários com o bravo e laborioso povo japonês, principalmente nas imensas dores que caracterizam familiares mortos ou desaparecidos. Esse território é habitado desde o período paleolítico, fala a língua japonesa e ganhou o título de “Origem do Sol” ou “Terra do Sol Nascente”. O padrão de vida japonês é alto e mostra a maior expectativa de vida do Planeta. Representa a terceira economia, é o quarto maior exportador e o sexto maior importador. Na política, o Japão é monarquia constitucional, onde o imperador é simbólico e cuja força fica com o primeiro-ministro. Com 377.815 km2 de superfície total, o Japão é menor do que o estado de Minas Gerais. Além das florestas e montanhas, pequena parte do território pratica a agricultura e a pecuária. Seus rios são curtos e despejam no mar. Sua população é envelhecida por causa da baixa taxa de natalidade, gerando um problema de falta de mão de obra jovem para impulsionar o país. A terra do Sol Nascente lidera no campo de pesquisa científica e tecnológica, maquinaria, eletrônica, robótica industrial, óptica, química, semicondutores e metalurgia. Apesar de tantos avanços, o Japão também possui uma alta taxa de suicídios.
       É esse país incomum que o mundo aprendeu a admirar e que foi agora vítima de mais um lance da natureza. Logo ele que não para de aplicar lições de Ecologia com projetos bonitos e ousados para uma vida melhor no presente e para o futuro. Como uma tragédia nunca vem sozinha acompanha o tsunami o escapamento de gás contaminado de sua usina nuclear. Outro problemão em potencial que deixa o mundo em suspense. Ainda bem que pelo menos setenta países prontificaram-se a ajudar nossos irmãos asiáticos, inclusive o Brasil. Solidariedade. Como na vida estamos sempre recomeçando, torcemos para que tudo seja recuperado na terra das cerejeiras, embora saibamos que difícil mesmo é LEMBRAR PELAS CICATRIZES.

    SE KHADAFHI NÃO CAIR (Clerisvaldo B. Chagas, 11 de março de 2011). Pelo caminho mais perto Do ditador africano Um esforço sobre-humano ...

SE KHADAFHI NÃO CAIR

    SE KHADAFHI NÃO CAIR
(Clerisvaldo B. Chagas, 11 de março de 2011).

Pelo caminho mais perto
Do ditador africano
Um esforço sobre-humano
Vai chegando a céu aberto
Canhões varrendo o deserto
Povoados a ruir
Cova rasa a se abrir
Sob bombas e porfia
No inferno é alegria
Se Khadafhi não cair

Nos levantes populares
Bem longe de água e mangue
Coragem se junta ao sangue
Aviões deixam os hangares
São bombas riscando os ares
Refugiado a partir
Milhões de bala a sair
Da metralhadora guia
No inferno é alegria
Se Khadafhi não cair

Facões vibram vibra o aço
No pescoço peregrino
Da areia brota um hino
Do velho corpo o bagaço
Das entranhas é só mormaço
Fervilhante do porvir
Frases roucas a rugir
Quais leões à luz do dia
No inferno é alegria
Se Khadafhi não cair

Rasgam-se véus e turbantes
Nas investidas ferozes
O cerco espinha os algozes
Nos areais escaldantes
Beduínos triunfantes
Brancos sabres a luzir
Negra fumaça a cobrir
A fúria da infantaria
No inferno é alegria
Se Khadafhi não cair

Sobem vozes nas tribunas
Cruzam balas pelas ruas
As palavras estão nuas
O sangue escorre nas dunas
Golpes golpes tais bordunas
Somente a morte a sorrir
Uma nação a sentir
O peso da tirania
No inferno é alegria
Se Khadhafi não cair

Tremula o verde estandarte
Na força do vento quente
Com o guiso da serpente
Guerreiros marcham com arte
Valentes de parte a parte
Tentando se garantir
O front a reproduzir
Sangue suor covardia
No inferno é alegria
Se Khadafhi não cair

                                             FIM

ANJOS E DEMÔNIOS (Clerisvaldo B. Chagas, 10 de março de 2011). Vendo o mundo do alto, quatro coisas destacam-se nessa jornada do planet...

ANJOS E DEMÔNIOS


ANJOS E DEMÔNIOS
(Clerisvaldo B. Chagas, 10 de março de 2011).

Vendo o mundo do alto, quatro coisas destacam-se nessa jornada do planeta Terra. Duas boas e duas ruins.
 Uma das coisas boas é a preocupação com a Natureza. Há pouco tempo países ainda relutavam, mas despertaram para a realidade que ameaça a todos nós. Se o problema climático é considerado cíclico, mas a contribuição do homem funciona como potente catalizador. Felizmente os grandes poluidores como a China, deram uma guinada no antigo pensamento retilíneo. Embora ainda não esteja com a velocidade desejada, todos estão fazendo alguma coisa, desde o recolhimento e destino correto do lixo, à geração de energia limpa extraída das mais diferentes fontes.
Uma parte ruim é a que contrasta com a primeira. Movidos pelo desenvolvimento econômico, um movimento armamentista vai-se estabelecendo nos arsenais dos emergentes e no reforço das antigas potências. É o homem caminhando sem largar as duas bandeiras que trouxe das cavernas: a da paz e a da guerra. Construção e destruição. Esse sentimento animalesco ainda mal evoluído prende o ser humano às paixões que originam hecatombes sem vitórias. Quando as bombas atômicas forem usadas, não haverá mais nunca a oportunidade de refazê-las. Dar-se-á o êxodo das almas desse planeta para colônias invisíveis ou para outros planetas melhores ou piores.
Na segunda coisa boa, vem à conscientização amplificada dos blocos econômicos quando a parte social é olhada como saída para a paz. Quando esses blocos, como o MERCOSUL, UE, NAFTA e vários outros espalhados, inclusive na África, apontam o respeito mútuo e o cidadão, individualmente, como prioridade, esses blocos estão desenvolvendo. Isso por que estão saindo do início puramente comercial para uma fase humanitária até de irmandade. Vistos por esse ângulo, os blocos auxiliam a vida.
A segunda coisa ruim são os regimes onde não existe a liberdade individual. Ou manda um só, um grupo pequeno ou um grupão, mas o povo não possui liberdade religiosa, de pensamento, de trabalho, de livre trânsito ou mesmo de planejar a vida. É mero escravo dos dominadores sob os mais diferentes títulos políticos. Aguardamos que a queda desses espíritos de bichos continue em expansão por todos os continentes. O derramamento de sangue vale à pena quando o povo luta contra a opressão. Liberdade não tem preço.
É essa uma visão rápida e geral sobre o nosso planeta. O leigo não percebe, mas estar havendo uma transformação geral, cujo assentamento ainda levará certo tempo, assim como os chamados nas ruas “freios de arrumação”. Não vamos ser pessimistas para não assustar, nem otimistas para não cair na ingenuidade. O homem é ao mesmo tempo nas suas ações florísticas e catastróficas, seu próprio anjo, seu próprio demônio. Ah! ANJOS E DEMÔNIOS.